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Rebeca pov's

Ele estava lá, todo carente me fazendo cafuné e, eu estava pensando em como era bom ter ele nos meus braços. Seu aroma, seu cheiro masculino era tão bom.

Ele estava com uns machucados na cara, achei melhor apenas limpar pra não infeccionar.

Ele acordou no susto, eu limpava enquanto ele dormia.

- aí, que isso?! - ele acordou por causa da dor dos ferimentos.

- eu que pergunto, você se meteu aonde em? Brigou na rua? Tentou se vingar de alguém? Bem sua cara. - sorrio na última fala.

Ele se deitou no meu peito e suspirou:

- eu não me lembro, me lembro de sair de casa por estar com muita raiva, raiva de não conseguir acreditar em você, de não conseguir me render - ele diz.

Eu entendia ela, entendia a desconfiança que ele tinha, mas se ele me ama, porque é difícil acreditar em mim?

- você me ama? Se você me amasse, acharia um jeito de confiar em mim. - digo cutucando os ferimentos para limpar.

Ele me olhou.

- eu não vou falar de novo - ele parecia irritado. Falar que ama não é o forte dele.

Eram exatamente 3:30 da manhã, o ashtray não aquetava o cu, ficava se mexendo o tempo todo.

- você não vai dormir não? - fiquei irritada e acendi a luz.

Ele levantou, me puxou pela cintura, me colocou em cima dele e fez carinho nas minhas costas. Senti meu corpo arrepiar. A conexão se estendeu ali mesmo. Faíscas de energia transbordava de nós. O universo girava ao nosso redor. Com o meu rosto no seu pescoço, senti seu calor. Naquele momento eu não pensei em nada, nem no Carl, nem o fezco, nem com as meninas. Sinceramente, eu só queria ficar aqui pra sempre.

- eu não sei oque karalhos você fez comigo, garota, mas tá funcionando. - foi a única coisa que ele disse antes de pegar no sono.

Ashtray adormeceu, sua respiração calminha me acalmou e acabei adormecendo junto.

[...]

Eu acordei sentindo falta do Ash na cama, ele acordou e não me acordou também?

Fui pro banheiro do quarto e fiz minhas necessidades e desci pra tomar café.

- eu tenho notícias, beca - fezco parecia meio contente.

Eu não fazia ideia do que poderia ser. Meu pai saiu de dentro do banheiro de baixo, sorrindo e abrindo os braços pra um lhe abraçar. Olhei desconfiada, não o abracei.

- não vai abraçar o papai? - ele perguntou recolhendo os braços.

Eu fui abraçar, querendo ou não, ele era meu pai.

- senti saudades, pequena - senti os olhos do Ashtray pousar sobre mim, quando olhei, senti que ele estava com raiva. Não entendi. - vamos voltar para casa, já é seguro.

Oque?.

Derrepente tudo oque eu havia conquistado, amigas, o ashtray, apego aqui. Tinha ido de base.

Fiquei sem palavras, eu não quero ir embora, não quero deixar o ashtray. O mesmo olhou surpreso pro meu pai, ele estava com a expressão de irritado, ou só não queria demostrar sentimentos em sua expressão.

- ouviu? Filha? - ele passou a mão no meu ombro. Eu entrei tipo num transe e não conseguia mais sair.

- eu...- única palavra que saiu de mim. - eu quero ficar, tenho amigas, escola aqui...

E o Ash... logicamente eu não iria dizer isso, aí sim que ele ia arrumar motivos pra eu voltar.

- sua mãe está com saudades. - ele da um sorriso

- saudades minha buceta, aquela puta tá com saudades do meu dinheiro! - digo

Meu pai permitia que eu falasse assim, não tenho que reclamar muito dele. O mesmo soltou uma gargalhada e acariciou meu cabelo.

- lá você tem uma vida melhor, e aqui, qualquer hora podem invadir aqui - ele suspirou - eles mexem com coisa errada.

Ele diz sem medo, e com os meninos com a gente.

- é, beca. Lá na sua casa é bem melhor, tem seu conforto, suas coisas...- fezco parecia meio chateado, parecendo que não queria que eu fosse.

Mas sei que dei muita dor de cabeça, mas não, eu não vou.

- pai, se você me ama, vai deixar eu ficar aqui! - digo insistindo.

Olhei pro ashtray, ele parecia tenso.

- não posso, fezco me disse que você pode correr perigo, aliás, já correu! Não vou me perdoar se acontecer alguma coisa com você - ele diz, ele parecia não saber do que aconteceu comigo.

Meus olhos saíram lágrimas, não contive.

Corri pro quarto do Ash e pensei nas mil possibilidades de que nunca mais iria ve-lo. Isso me deixou ansiosa, minha respiração estava descontrolada.

- filha, é pro seu bem. - meu pai diz entrando no quarto.

Pro meu bem? Eu melhorei em muitos sentidos desde que eu conheci o ashtray, desde que me apaixonei por ele. Eu iria voltar com os meus terrores iriam voltar.

- eu vou. - digo pegando as poucas coisas que lá eu tinha. Tirei coragem do cu pra ir embora.

- é isso ruivinha, até mais - fezco me deu um abraço - vou sentir saudades, se cuida!

Eu segurei pra não chorar. O ashtray apenas me deu um sorriso de canto e subiu pro seu quarto. Eu não entendi, ele disse que me amava. Como irmã talvez? Engoli aquilo, foi a coisa mais difícil que eu já fiz.

[...]

Entrei no carro sem olhar pra trás, eu nem tinha ficado tanto tempo lá. Mas...

- o fezco já vai retirar sua matrícula da escola, não se preocupe com isso - ele diz

Como se isso fosse a minha maior preocupação.

Eu me encolhi no banco, um flash de tudo oque aconteceu lá, passou pela minha cabeça. Voltar pra quele inferno seria tão difícil. Minha mãe...odeio ela, ah, como eu odeio.

Começo a chorar escondido.

𝑼𝒎 𝒂𝒎𝒐𝒓 𝒕𝒐𝒙𝒊𝒄𝒐 - ᵃˢʰᵗʳᵃʸOnde histórias criam vida. Descubra agora