--recaida--

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Ashtray on:

Duas semanas depois, as amigas da Rebeca começaram a vim direto pra cá. Oque foi muito chato, elas falam demais. Mas o ponto não é esse. Quando eu chego do trampo, o fezco tá na rodinha no meio delas, isso já é de desconfiar. Depois que eu ameacei o Carl, ele não apareceu mais lá atrás da Rebeca. Maddy sempre me olha com medo, e fala baixo sempre que estou perto.

- ele chegou. - escutei a voz da Lexi sussurrando enquanto eu destrancava a porta.

- vocês vão continuar segredinhos pra cima de mim?! - explodi.

Maddy, Lexi, Cassie, Rebeca e fezco olharam assustados pra mim. Joguei a bolsa no chão e encarei eles.

- Anda, eu quero respostas.

Rebeca levantou e me puxou pro quarto.

- ashtray. É coisa de mulher, nada que vá interessar - ela sorriu e me deu um selinho. - vai tomar banho, hoje você trabalhou num emprego de verdade, eu estou tão orgulhosa. - ela olhava nos meus olhos, com orgulho de mim. Era tão bom sentir aquilo.

- se é papo de calcinha, porque o fezco tá no meio? - pergunto. - ele é gay agora?

Ela riu.

- para de pensar nisso, ok? - ela me dá outro selinho. - como foi o seu primeiro dia de trabalho honesto?

- pra ser sincero eu não curti a ideia de ser assistente de pedreiro. - digo passando a mão no cabelo.

- eu estou tão orgulhosa. - ela sorri mais uma vez. - pera, que cheiro é esse? - ela me dá um beijo de língua e sente o gosto da maconha.

- maconha. - ela se afasta. - você prometeu.

Fui tentar chegar mais perto, mas ela se afastou e saiu do quarto. Eu prometi a ela que não iria usar mais. Mas eu não consegui cumprir.

[...]

Rebeca pov's

Chegou em um ponto que o Ash não conseguia mais controlar a raiva. Ele usava maconha e virava outra pessoa. Descontava em mim, fazia tratamento do silêncio. Ele virava agressivo, nunca encostou a mão em mim, mas era agressivo. Jogava suas coisas no chão.

- para! Você está me assustando, ashtray! - eu gritei. O fezco não estava

- não passou pela sua cabeça me contar que foi assediada?! - ele jogou com tudo sua cadeira de game.

Ele se aproximou, agarrou nos meus dois ombros.

- você é MINHA, tá me entendendo?! - ele gritou. Dava pra sentir em seu hálito o cheiro da maconha.

- ashtray, para! - eu empurrei ele. - eu não contei pra você porque eu sabia que você iria reagir assim.

Ele sorriu sarcástico.

- se tá ligada que a sua amiga, Cassie. Me ligou no meio do meu serviço falando que um cara assediou e passou a mão em você. - ele sorriu com lágrimas nos olhos. - você tem noção de como eu fiquei?!

Ele pegou a tela do Pc e jogou com tudo. Eu comecei a chorar igual criança, me abaixei e apoiei minha cabeça ao meus joelhos. Eu soluçava. A cada batida na tela do Pc que ele dava, era um tranco que eu dava de susto.

[...]

As coisas não estavam mais como eram antes. Ashtray mal comia, ele e o fezco viviam brigando, me afastei de quase todo mundo, menos da Lorraine, que ultimamente tem sido muito boa pra mim.

- ponha pra fora, mulher - ela diz tragando maconha.

Suspirei.

- as meninas se afastaram de mim, eu não sei o motivo. - dei de ombros.

- provavelmente o ashtray ameaçou elas, você me disse que foi pique assim. - ela diz.

Era bom estar com ela, mesmo que ela fosse uma drogada do caralho.

[...]

- bom dia. - fezco parecia cansado.

- bom dia, você tá acabado, tem dormido? - pergunto.

- não, o ashtray tá dando trabalho. Arrumou briga com três ruas. - ele coloca cafe na xícara que eu lhe dei.

O ashtray não tava mais indo pra casa, eu ficava que nem idiota procurando por ele. Ligando, chorando... Enfim, eu descidi parar de estudar e começar a trabalhar, pra conseguir meu próprio dinheiro e alugar uma casa.

Eu amo o fezco, mas nada melhor do que uma casa própria.

[...]

- você vai mesmo largar a escola? - Lorraine pergunta.

- eu não sei, eu até quero, mas não quero estragar o meu futuro. - digo. - eu quero fazer faculdade e ter uma vida boa.

- te entendo, você tem chances, eu sei que tem. - ela sorri.

É isso, não vou desistir da escola, aliás, só falta esse ano. Não tem o porquê eu desistir, só mais alguns meses de luta.

...

Amigas, só pra avisar que ela não tinha mais 16 anos aí, só não coloquei o aniversário dela porque queria fazer o de 18.

𝑼𝒎 𝒂𝒎𝒐𝒓 𝒕𝒐𝒙𝒊𝒄𝒐 - ᵃˢʰᵗʳᵃʸOnde histórias criam vida. Descubra agora