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Rebeca pov's

Ótimo, já não estava ruim o suficiente, universo?!

- cala boca que eu sou sua mãe! - ela gritou no meio da mesa.

Eu não aguento mais ficar aqui, já havia se passado dois meses que eu estava aqui. Sem celular, sem dinheiro. Meu pai descobriu os meus sentimentos pelo ashtray e supos que eu mandaria mensagem pra ele, um idiota.

- qual é a porra do seu problema?! - bato na mesa - escuta aqui sua vadia! Eu cansei de você, todo dia a mesma coisa! Eu vou pra casa da vovó. E eu quero ver você me impedir.

Ela olhava nos fundos dos meus olhos, com uma raiva extrema. Puxei a ela, eu ainda me controlo, já ela...

Ela grudou em mim, começou a me dar tapas e socos. Era sempre assim, mas nunca na frente do papai.

- chega, eu não vou deixar você relar na minha filha. - meu pai puxou ela.

Eu olhei com tanta raiva pra eles que abri a porta e fugi, sem pegar nada, não queria saber de nada, apenas me sentir bem. Corri pelas ruas escuras, nada passou pela minha cabeça, nem tinha amigas tão próximas assim.

Eu estava perdida, sem rumo. Eu decidi pedir carona pra qualquer carro que eu achasse confiável.

- moço! Você pode me levar na rodoviária?! - eu perguntava ofegante.

Ele me olhou com dó.

- você está fugindo? Não quero me meter em problemas, mocinha - ele diz.

- sim, estou, mas por favor, só me deixe lá e caia fora! - eu estava implorando.

Ele abriu a porta e me permitiu entrar. Acabei percebendo que era um jovem, um adolescente?

- muito obrigado!

Ele sorriu.

- afinal, de quem está fugindo? - ele deu partida.

- eu estava sendo agredida, agora, me deixe na rodoviária, por favor - eu não queria dizer muito.

Ele era charmoso, branco que nem folha sulfite. Seus cabelos escuros e suas veias saltando.

Mas nada se compara o Ash, meu Ash.

- você...poderia me emprestar seu telefone? Preciso fazer uma chamada. - pegunto

Ele pega do bolso e me entrega. Disquei o número do Ashtray várias vezes, mas nada, nada dele atender. Provavelmente porque é um número desconhecido. Mas ele vende droga, era pra ele atender.

- pra quem ligou? - ele perguntou curioso.

Eu diria "não é da porra da sua conta" mas ele tá me ajudando, então não custa ser simpática.

- meu amigo..- penso no Ash - no meu porto seguro.

Ele liga uma música no carro, "all i wanted was you." Aquela música fez eu me arrepiar.

Realmente, tudo oque eu queria era ele...

- senti que esse seu porto seguro, é quem você mais ama, certo? - ele perguntou -  a música, te faz bem?

- sim, ele é quem eu mais amo, e sim, a música me fez muito bem, obrigado. - dei um sorriso simpático.

[...]

- muito obrigado, eu sou muito grata. - eu digo ainda dentro do carro.

Ele me olhou.

- eu que agradeço, você veio bem na hora que eu precisava de alguém ao meu lado...- ele diz pegando algo do bolso - aqui, fique, espero que fique bem.

Ele me entregou um tanto de dinheiro e se foi... Cara, quem é esse garoto? Fiquei tão chocada com a empatia que ele teve por mim...esse dinheiro vai pagar a minha passagem.

Ele tinha uma vibe de músico, uma vibe muito boa, senti um conforto bom nele. Mas eu amo outro.

[...]

Eu não fazia ideia do que eu iria fazer, eu não sei aonde o fezco mora, não se de cor e não sei como vou fazer pra encontrar. Estou perdida, sem rumo.

O que eu posso tentar é ligar pra eles. Se eles atenderem...

- alô?! - eu dei quase um grito quando o fezco atendeu.

Na rodoviária havia um telefone, já estava em Georgia.

- Rebeca! - fezco parecia feliz

- me ajude! Eu fugi de casa, preciso que me busque na rodoviária. - eu disse tudo num fôlego só.

- oque? Como assim?

- minha mãe, anda, vem me buscar que tá frio!

- eu estou indo, pequena.

Ele desliga.

Me sentei ali, esperando ele chegar, eu só quero o ashtray agora, e queria saber quem era aquele anjo que caiu do céu pra me ajudar.

O vento ficava cada vez mais forte, eu estava sem roupa pra esse frio.

- princesa?! - a voz do Ashtray envadiu minha mente. Abri os olhos e era ele.

Ele se abaixou e me abraçou. Eu senti tudo muito rápido. O medo que eu estava sentindo, havia sumido.

- meu amor, oque aconteceu?! - ele saiu do abraço e colocou as duas mãos sobre o meu rosto.

- eu estou bem, mas quero ir pra casa - digo chorando. Volto abraçar ele com muita intensidade. - senti sua falta.

Suspirei.

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Oie!

𝑼𝒎 𝒂𝒎𝒐𝒓 𝒕𝒐𝒙𝒊𝒄𝒐 - ᵃˢʰᵗʳᵃʸOnde histórias criam vida. Descubra agora