O que você procura quando abre seus olhos?
Eu, ainda não sei. Mas sei que não encontrei.
Aqui você encontrará minhas experiências durante os meus 18 anos de vida, que por não conseguir bravejar, coloquei em palavras tudo aquilo que sinto.
Vou lhe contar uma coisa sobre mim, eu não costumo sonhar muito. Pelo menos, não lembro dos meus sonhos. Se isso significa que estou em um abismo inspiracional? Não sei. Algo mais profundo talvez. Também pode ser nada. Hoje foi dia porém, que infelizmente, sonhei. Digo deste jeito porque fez lembrar-me de uma coisa que assombra minha sobriedade à muito tempo. Sonhei o quão diferente seria minha vida se você existisse. No meu sonho, éramos inseparáveis — tipo ying yang sabe? Lugar algum, nem ninguém poderia cortar a linha esse vínculo. Dor, estilhaços, oceanos, nada distanciava eu de você, mesmo se pulasse de um prédio de vinte andares, no topo estaria puxando de volta pela força que liga nós dois.
Eu lhe confiaria minha vida. As longas distâncias confia nossos anseios, e se torna apenas brisa para nos comunicar. E nessa vida em sonho, sua existência foi capaz de mudar abrigo em casa, casamento em amor, convivência em felicidade, família em proteção, com você lá, finalmente me senti em casa. Só que até sonhos doces são apenas sonhos.
Repentinamente acordado, um bolo de lágrimas formou-se em meu travesseiro — eu estava dormindo chorando. Sei que isso é meio estúpido, mas me bateu que sua presença seria o braço que colheria todos os cacos que me tornei hoje, desfigurado e sem jeito — eu seria outra pessoa, outros gostos e personalidade (já pensou eu flertando com a extroversão?) E mais do que isso, eu não teria medo do amor de todas as formas, nenhuma precaução se instauraria em dúvida nas falas de te amo, e não me recusaria responder de volta.
Você seria quem eu poderia contar tudo sobre tudo, a amizade que eu realmente procuro por todo esse anos. Sem mais sozinho sentado no canto da lua, observando as constelações, perguntando-me como é me conectar com uma estrela. Lá estaria sua audácia nas minhas ilhas criadas em isolamento, falando sobre como tudo ali parece chato, e me levaria para uma vista melhor. Uma realidade que desconheço tanto, faz-me uma pessoa feliz. As coisas seriam diferentes se você estivesse aqui ao meu lado.
Mas reconheço que isso seja uma ideia do que seria, uma esperança que me apego escorrida, que nem a si própria consegue se fixar. E se, você fosse a pior pessoa do mundo? Ter que ver todo dia alguém que faz da minha vida um arranho nos olhos, empecilho que invés de me puxar, me largaria rindo enquanto caio em uma jaula sem saída, constituída de ferro e ilusões. Nesse caso, eu seria a primeira pessoa a amaldiçoar o seu nome com palavras de inexistência.
Pior ainda seria se fosses tão melhor que eu, tornaria a ideia de mim, apenas uma sombra em sol do seu país. Entre uma aposta cinquenta cinquenta então, prefiro guardar aquilo que sei com um abraço bem apertado, mesmo se alguns pássaros escapem de meus braços. Facilmente vejo um diferente mundo com você aqui, mas nessa possibilidade, talvez nem eu mesmo existiria. A partir de meus ritos, vou tentar não mais evocar seu nome em vão, em motivos de ansiedade dentro de meu ego. Descanse em paz, espero que esteja torcendo por mim, aonde estiver.
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