aquele que nunca diz nada

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Ando por esses dias com esse grande buraco no meu peito, que por essência nunca para de crescer e crescer. Ele consome tudo que um dia era vivo, dos pés a cabeça, do bem ao mal, almejando esqueletos e ligaduras de vez só, uma protuberância maior de que minha autopreservação, extorquida de vitalidade luminosa.

Sinto-me anjo de asa cortada, como se precisasse aprender a ver cores novamente, revisar o alfabeto, reaprender a me comunicar devidamente.
Os outros anjos não se podam assim, por que eu?

Minha boca sorridente
se tornou costurada,
botões de camiseta
no lugar dos meus olhos.
Meu coração frajuto
se tornou em linhas e panos.
Prisão perpétua ao corpo,
acompanhada por cela
um infinito consumível
vazio.

Um homem normal, é o que eu gostaria, sem um buraco que se embrulha de dúvidas e ponderações.

Em uma próxima vida, quero ser o campo, vivendo fora do correto e acordado. Onde as coisas importantes não afetem nada dentro, o fora se torne, apenas fora — pedras arremessadas em telas de ferro e aço.

 Onde as coisas importantes não afetem nada dentro, o fora se torne, apenas fora — pedras arremessadas em telas de ferro e aço

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Enquanto eu lhe procuro e não te encontro.Onde histórias criam vida. Descubra agora