Eu tenho um espelho.
Um espelho redondo e polido
com enfeites e escritos bastante coloridos.
Quando acordo sempre o limpo
conserto suas rachaduras
e levo para onde caminho.
Enquanto eu lhe carrego
ele sempre me espelha,
mas sempre diferente
do que penso que vejo.
Quando danço pelas vielas
me sinto destemido e corajoso
sem se preocupar com meu arredor
deixo-me o corpo levar.
Porém no espelho
é estranho e desconcertante.
Prefiro nem olhar,
sinto que foi pior
do que realmente foi.
Quando escrevo na beira do mar
ideias se divertem
flutuando no ar.
Palavras deslizam nas linhas
sem muito pesar.
Já no espelho,
nada é suficiente
nada é poético
se esvai vontade de continuar.
Quando canto para a lua
minha voz é magnificente,
e as estrelas aplaudem.
Bom, no espelho.
um ruído estridente e deplorável.
As estrelas tapam os seus ouvidos
e o espelho sempre se racha.
E para ser sincero,
faço o meu máximo para não olhar meu espelho
ignorando assim esqueço.
Será que é assim que todo mundo me vê?
Apesar disso ainda lhe carrego
todos os dias.
E com muita cautela,
ele está me olhando
aonde quer que eu vá.
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Enquanto eu lhe procuro e não te encontro.
PoetryO que você procura quando abre seus olhos? Eu, ainda não sei. Mas sei que não encontrei. Aqui você encontrará minhas experiências durante os meus 18 anos de vida, que por não conseguir bravejar, coloquei em palavras tudo aquilo que sinto.
