Quando fecho meus olhos
me vejo eu mesmo,
em cenário interminável
de cor preto.
Ele sou eu
mas ao mesmo,
é tudo que não sou
e não queria ser.
De tanto que me encara
sinto-me coceira
sinto-me formigamento
sinto-me dor
em toda parte que se entende
e estende:
rosto, braço, nariz, olhos e unhas.
perco meu pulso.
Eu quero arrancar minha pele.
meus dedos nas mãos
se diminuem,
meus dedos dos pés
aumentam.
Um sonho construído por pesadelos.
Alucinações de mal gosto.
Ouço sorriso metálico, sádico
do "eu"
e tem ele tem gostado da dor
"Você sente orgulho de você mesmo?"
"Não sinto medo" digo sem forças.
Meus olhos sangram.
"Você desejaria ser uma outra pessoa?"
Minha fala embaçada.
Ele sabe a resposta
Eu sei a resposta.
"Tudo que eu tenho é minha identidade"
Ele saboreia das lágrimas sangrentas
correndo de minha bochecha:
"Tem gosto de dor"
Tenho gosto de dor.
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Enquanto eu lhe procuro e não te encontro.
PoetryO que você procura quando abre seus olhos? Eu, ainda não sei. Mas sei que não encontrei. Aqui você encontrará minhas experiências durante os meus 18 anos de vida, que por não conseguir bravejar, coloquei em palavras tudo aquilo que sinto.