Como uma romântica incurável, Bela sempre sonhou em experimentar aqueles romances de filmes que deixam as pernas bambas e fazem o coração acelerar no peito.
Aos vinte e dois anos de idade, ainda não havia sentido nada parecido com o amor que seus p...
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Entrei na cozinha e me deparei com Bela que estava lavando alguns pratos imersa demais em pensamentos para notar minha presença. Sempre que eu estava na cabana, eu aproveitava pra vê-la. A garota me intrigava.
Quando me aproximei, ela arregalou os olhos.
- Deus!
Sorri de lado.
- Quase isso. - murmurei, me encostando no móvel.
Percebi o momento exato em que a sua respiração se tornou ofegante, assim como sempre ficava diante de mim. Me sentia poderoso toda vez que presenciava seu descontrole.
- Está tudo bem? - perguntei, analisando seu corpo.
Bela assentiu levemente, embora soubesse que estava mentindo. Franzi o cenho, consumido por uma curiosidade estranha.
- Bela. - a chamei, exigindo sua atenção - Fala.
A garota respirou fundo, e desviou os olhos de mim. Pensei que não fosse dizer nada mas ela logo se virou.
- Eu ando com saudade do clube. - falou, e logo completou - Desculpe, eu sei que não gosta de ouvir sobre isso.
Dei um passo, me aproximando dela e, em seguida, segurei o seu rosto, exigindo seus olhos nos meus.
- Pode falar oque quiser. - digo, me deliciando com o rubor que surgiu em seu rosto. Ela é tão sensível.
Bela olhou para o chão, e depois respirou bem fundo. Me afastei, andando até o outro lado da cozinha. Me apoiei na parede e cruzei os braços, esperando que continuasse a falar.
- É que... não é só o clube. - declarou, torcendo as mãos.
A encarei, tentando entender.
- É o seu irmão?
Ela balançou a cabeça.
- Falar com ele no telefone foi bom, obrigada por isso, aliás. - disse, exibindo um sorriso - Nem tive chance de agradecer.
