Como uma romântica incurável, Bela sempre sonhou em experimentar aqueles romances de filmes que deixam as pernas bambas e fazem o coração acelerar no peito.
Aos vinte e dois anos de idade, ainda não havia sentido nada parecido com o amor que seus p...
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Era bem fácil ignorar os problemas da vida quando eu estava lendo um bom livro. Quando tinha nove anos, descobri a literatura e, hoje posso dizer que ela salvou a minha vida. A grande maioria dos meus sorrisos dedicado a ela por muito tempo, até que eu tive coragem de me desprender das histórias para viver a minha própria vida.
- Por hoje terminamos. - disse antes de fechar o livro e colocá-lo em cima do meu colo. Estávamos todos reunidos na sala de estar.
- Mas oque aconteceu? Ele conseguiu pegar ela, ou ela fugiu? - Ariel perguntou.
Apenas dei de ombros.
- Não sei.
- Então abre essa porra e descobre, mulher! - exclamou gesticulando agitadamente - Não vou conseguir dormir se não souber dessa merda.
- Pra quem disse que seria chato ouvir uma historinha até que você tá bem interessada, não é, sereia?
- E quem falou que eu to interessada, hein? - devolveu - Só não gosto de suspense.
- Você não gosta de nada. Mulher irritante.
- Isso não é verdade, eu adoro quando você cala a boca. - fez uma expressão pensativa - Eu gosto quando está dormindo também.
Todos riram, e eu apenas balancei a cabeça.
Gostava desses momentos. Por mais que eu amasse os demônios - ou melhor, os membros da diretoria - e a amizade que construímos com o passar dos anos, nunca foi assim. Por mais que me apoiassem e me protegessem, não interagiam comigo, e muito menos mostravam interesse pelo que me interessava, queriam sempre que eu aprendesse a gostar de baladas e festas e eu até tentei, mas simplesmente não eram para mim.
Agora os gárgulas, pelo menos os que estão aqui, não me pressionam. Eles realmente gostam quando eu leio. Sei disso porque desde que o fiz pela primeira vez, não se passou um único dia sem que eles me pedissem para faze-lo durante a tarde. Esse ritual que criamos me deixa muito feliz. Saber que me aceitam como sou.
