Senti o meu corpo descansado e, mesmo com os olhos fechados eu podia sentir a força do seu olhar sobre mim. Porém, continuei fingindo estar dormindo. Minha mente estava cheia de pensamentos tumultuados e, por mais que fosse estranho, eu me sentia em paz perto de Bela. Como se a garota fosse uma espécie de bálsamo.
Era estranho pensar.
Depois de um tempo abri os olhos.
- Resistindo a vontade de me matar enquanto durmo? - perguntei com a voz rouca de sono.
Seus olhos se arregalaram.
- O que? Claro que não! - exclamou escandalizada.
Devagar, me sentei no sofá, esfregando o rosto com minhas mãos antes de pegar a camisa no chão e vestir.
- Eu não o faria mal. - disse ela, parecendo inquieta com aquilo. - Só... estava vendo as suas tatuagens.
A encarei, vendo um costumeiro rubor invadir seu rosto.
- Gostou delas? - provoquei, vendo seus olhos deixarem os meus e mirarem a mesa no centro da sala.
Bela balançou a cabeça.
- Sim, principalmente a flor. - falou, mordendo os lábios.
Ela não devia fazer ideia do quanto aquele gesto me excitava.
- Eu tenho vários desenhos de flores. - disse, esticando o pescoço.
- A vermelha na garganta. - torceu as suas mãos antes de se virar pra mim - É uma flor de vitória-régia, não é?
Arqueei as sobrancelhas.
- Isso mesmo. - falei, abrindo um sorriso ladino - A professora se interessa por plantas também? - questionei.
- Ah, não. - negou com um sorriso fraco - Não sei muito sobre isso, só algumas flores. Gosto bastante delas. Quando minha mãe era viva, sempre que o meu pai chegava do trabalho trazia uma flor para nós duas. - contou, com um pouco de desanimo no fim da frase.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Inevitável (MC ABISMO Livro 4)
Storie d'amoreComo uma romântica incurável, Bela sempre sonhou em experimentar aqueles romances de filmes que deixam as pernas bambas e fazem o coração acelerar no peito. Aos vinte e dois anos de idade, ainda não havia sentido nada parecido com o amor que seus p...