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Morte

Já estou chegando no apartamento dela e já consigo ver de longe uma cabeleira loira em um vestido longo vermelho.

Chego mais perto e consigo ver como ela está linda nesse vestido. O vestido deixou o corpo dela bem marcado a deixando ainda mais linda. Caralho, ela tá muito gostosa.

Preciso manter minha postura, ela precisa achar que quem manda aqui sou eu. Não preciso quebrar a cara em um novo amor, meu lema agora e pegar sem se apegar.

Destravo o carro deixando ela entrar e logo já sinto o cheiro do perfume dela, um perfume doce sem ser muito enjoativo.

Liz: Boa noite. - Disse me dando um beijo na bochecha.

Morte: Tá gostosinha em loira. - Não consegui me segurar.

Liz: Obrigada. Você também não está nada mal. - Diz colocando o cinto. - Para onde vamos?

Morte: Vamos para uma festa de gala, em Angra.

Liz: Que chique, não sabia que vocês participavam dessas coisas. - Ela fala isso e me olha com uma cara de quem falou besteira.

Morte: Tá tranquilo. Somos bandidos, mas somos bandidos com classe.

Liz: Qual seu nome?

Morte: Pra que? - Falo colocando uma música para mudar de assunto.

Liz: Ué, a gente está indo para uma festa chique, estou indo como sua acompanhante, preciso pelo menos saber seu nome. - Percebo que ela olha pra mim.

Morte: Vou falar, mas não é para comentar com ninguém.

Liz: Prometo de dedinho, senhor Morte. - Ela fala com sarcasmo.

Morte: Meu nome é Diogo.

Liz: Que nome bonito, melhor que Morte.

Reviro os olhos e continuo prestando atenção no caminho. Aumento um pouco a música e deixo tocando um funk para animar as coisas.

Liz: Porque você me chamou para isso? A gente nem se conhece direito, ficamos apenas uma noite.

Morte: Não se emociona não, valeu. - Falo sério e seco.

Ela começa a rir.

Liz: Coitado, quem tá se emocionando aqui e você, em apenas uma transa já está me chamando até para te acompanhar em lugares importantes.

Olho para a cara dela e a fuzilo com o olhar. Vou nem responder ela, papo reto.

Liz: Fala Diogo.

Morte: Porra, tu é chatona. - Respiro fundo tentando buscar paciência. - No convite dizia para levar alguém como acompanhante, não iria levar uma das putas que eu costume comer pelo morro, pelo simples fato de ser uma puta, já sei que não daria bom, você foi a única que veio na minha cabeça, pensei: patricinha, mora na zona sul do rio, desse se vestir bem para uma situação como essa.

Liz: Entendi. - Ela volta a prestar atenção na estranha e deita a cabeça na janela. Mulher doida.

O caminho foi tranquilo, seguimos em silêncio e ouvindo apenas a música tocando. O trânsito estava leve, então chegamos rapidinho, cheguei era umas sete e pouca, por aí.

Estacionei o carro e já dava para perceber ser algo bem chique mesmo. Coloco minha pistola na parte de trás da minha calça e coloco meu canivete no tornozelo.

Fico observando ela me olhando enquanto eu faço isso, certeza que na cabeça dela, ela deve estar se perguntando o que veio fazer aqui.

Morte: Quero que fique do meu lado o tempo todo, tem pessoas aqui que não são de confiança. Vou te apresentar o meu irmão, se eu precisar sair de perto de você por algum momento, fica perto dele.

Liz: Você está me assustando Diogo.

Morte: Nada vai acontecer com você, estou apenas te passando instruções se algo acontecer aqui. Só vai ter bandido, tanto daqui do Rio quando de outros locais do mundo também, tudo da mesma facção, mas devemos sempre ficar espertos. - Pego na mão dela e seguimos até o galpão, para chegar até lá passamos por cima de uma ponte de madeira e a vista era linda.

Liz: Nossa, lugar bonito. Toma. - Ela tira o celular da bolsa e entrega ma minha mão. - Tira uma foto minha.

Morte: Abusada para caralho. - Ela apenas olha para mim e manda um beijinho. - Pronto, toma.

Liz: Nossa, ficou linda. Obrigada. - Vem até mim e me dá um selinho.

Morte: Oxi. Do nada.

Liz: Você mereceu.

Caminhamos até a entrada e percebi que tinha esqueci de por a pulseira. Coloco no meu pulso e coloco no dela também. Tinha pessoas armadas na frente da entrada e logo senti ela apertando minha mão.

Morte: Fica tranquila, não vai te acontecer nada. - Ela balança a cabeça em forma de afirmação. - Só mais uma coisa, aqui eu sou Morte, beleza?

Ela balança a cabeça e entramos no local depois de conferirem as pulseiras.

Que fofinhos, não é gente?!

No morro da RocinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora