Puta merda, que dor de cabeça do carai. Olho no relógio e vejo que são 10:35 da manhã.
Me levantou sem acordar a Jeovanna já que dormimos na mesma cama e vou até o banheiro e vejo a mãe dela.
Liz: Bom dia tia Lurdes. - Falo entrando no banheiro e escuto a voz dela me respondendo um bom dia também.
Me olho no espelho e vejo como estou acabada, faço minhas higiene pessoal e volto no quarto pegando minha roupa pra tomar um banho.
Já estou tomada banho, tomei um café com pão e manteiga e fui no quarto e Jeovanna ainda estava dormindo, fiquei com pena de acordar ela, então fui embora para casa sozinha mesmo.
A mãe dela não queria que eu vinhesse sozinha, já que eu não conheço o morro fica meio perigoso, mas eu lembro o caminho, só eu seguir reto sem falar ou olhar torto pra ninguém.
Agora estou aqui descendo o morro nesse solzão de sábado já pensando no que eu vou ouvir dos meus pais quando chegar em casa.
Tô descendo de boa quando para alguém do meu lado, e eu lembro que esse é o menino que me entregou o balde de bebida ontem.
Wl: E aí loira, qual a boa?
Liz: E aí.
Falo e continuo andando.
Wl: Quer companhia?
Pensei em falar que não, mas não conheço aqui.
Liz: Pode ser, bom que você vai me ajudando até chegar na barreira.
Wl: Beleza. Te perguntar, primeira vez sua aqui né?
Liz: Uhum, Jeovanna me convidou.
Wl: Legal, gostou?
Liz: Para a minha primeira vez subindo um morro e indo em um baile, até que gostei sim.
Wl: Então tu é loira e patricinha, tá na cara.
Liz: Não sou patricinha, agora não tenho culpa de ser loira e ter cara de patricinha, se você soubesse o quanto eu trabalho, não falaria isso.
Wl: Ata, sei.
Fico quieta e continuo andando até chegar na barreira.
Liz: Valeu, vou nessa.
Wl: Já é, vê se volta mais vezes.
Liz: Vou pensar.
Fico na barreira do lado de um barzinho esperando meu uber chegar e vendo o Wl subir de volta o morro até subir da minha visão.
Logo meu uber chega e eu volto a lembrar dos meus pais.
Já em casa!
Mãe: Eu não quero saber Liz, eu te dei permissão para ir com sua irmã, você não me obedeceu!
Liz: Fala sério né mãe, eu já sou bem grandinha. Não posso viver carregando Isabella sempre onde eu for.
Mãe: Você não se manda, quem manda em você sou eu! Enquanto você viver embaixo do meu teto e comer da comida que eu e seu pai trabalha para colocar dentro de casa, quem manda em você, somos nós!
Liz: Engraçado que parece que a senhora se esquece que eu também trabalho e ajudo colocando comida dentro de casa.
Isabella: Fala direito com a mamãe!
Liz: Não se mete Isabella, por culpa sua, a minha vida e esse inferno todo. - Falo segurando as lágrimas já. - Vocês tem que entender que eu já sou uma mulher adulta, minha vida não gira em torno da Isabella não, eu preciso ter a minha liberdade também.
Pai: Minha filha, entenda que a gente só quer o seu bem.
Liz: Que bem pai, me diz qual bem? Vocês não me deixam fazer nada, se eu peço para ir na esquina com uma amiga preciso levar Isabella junto, isso não é querer meu bem. Por conta dela, eu não tenho amigas, porque ele sempre faz algo para afastar as pessoas de mim.
Isabella: Mentira pai.
Mãe: Já que você gosta tanto de falar que é uma mulher adulta, pode ir embora. - Ela fala isso e começa a jogar minhas roupas no chão. - Pega suas coisas e vai embora, já que gosta tanto de jogar na nossa cara que não somos os melhores pais do mundo para você.
Pai: Também não e assim Luciana, vamos resolver na calma.
Mãe: Que calma o que Marcelo, já estou cansado dela querendo passar sempre por cima de nossas ordens, tá achando que só porque tem um emprego e já e maior de idade que pode se mandar? Se ela quer se mandar, que seja longe daqui.
Já estava chorando, com tudo o que ela falava para mim, já estava cansando de tanta humilhação.
Liz: Pode deixar, eu vou embora, e você nunca mais vai me ver.
Mãe: Ainda está me respondendo? - Ela fala isso e vem para cima de mim me batendo e dando vários socos, um deles acertou meu peito e doeu muito.
Liz: EU TE ODEIOOOO.
Pego minhas coisas e vou colocando dentro da minha mala e vou jogando tudo ali dentro, quero ir embora o mais rápido possível. Só ficou meu pai aqui no quarto.
Pai: Tá vendo só, isso aí e consequência das suas escolhas.
Liz: Já estou acostumada, mamãe sempre fez tudo o que queria, e o senhor nunca fez nada, sempre deixa ela dar a palavra final, por isso o casamento de vocês e assim, cheio de brigas.
Pai: Olha o jeito que você fala comigo, só estou tentando ajudar.
Liz: Ajudar como, jogando na minha cara que eu sou a errada de tudo? - Enxugo as lágrimas que caem do meu rosto. - Isso eu já sei, até porque o erro de tudo aqui dentro e culpa minha.
Termino de guardar minhas coisas e vou embora para a guarita e fico esperando meu uber chegar.
Liguei para minha patroa, ela não está em casa, mas deixou eu ficar lá.
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No morro da Rocinha
Novela JuvenilEla apenas quis ir curtir uma noite no baile com sua amiga, porém tudo deu errado. Ela briga com seus pais e decide sair de casa para viver sua própria vida. Liz aos 20 anos irá enfrentar muita coisa ainda, mas quando ela conhece o dono do morro e c...