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Já estamos indo para casa e até agora ninguém falou com ninguém, por mim está ótimo assim, até porque não tenho nada para falar com ele.

Estava tocando no rádio a música do Felipe Ret, no começo não era muito fã dessa música, mas de tanto ouvir, comecei a gostar.

Fui cantando essa música mentalmente enquanto estava deitada com a cabeça na janela do carro e prestando atenção na estrada. Gosto de passar e ficar lendo as placas e prestar atenção no caminho, pode parecer estranho, mas sempre vi filmes com meu pai de pessoas sequestradas e no jornal também, então sempre tive esse pensamento doido se caso um dia eu fosse sequestrada eu saberia voltar para casa só por prestar atenção nos mínimos detalhes. Logo sou dispersa dos meus pensamentos com ele me chamando.

Morte: Tá ouvindo Liz?

Liz: Sim, estou. - Falo prestando atenção na estrada ainda.

Morte: Tá boladinha comigo porque?

Liz: Oxi. Não sei da onde você tirou isso, porque eu ficaria bolada com você?

Morte: Eu trouxe você pra vir comigo, mas a carne foi fraca e eu fiquei com a mina lá, vai dizer que não está brava por isso. - Ele falava de um jeito, sei lá, não sei nem explicar.

Liz: Diogo, eu não ligo para quem você fica ou deixa de ficar, até porque não temos nada um com o outro, apenas ficamos uma vez. Então não tenho motivo para ficar brava com isso. - Paro de olhar para a estrada e olho para ele que me olhava de cantinho. - Só achei que você tinha sumido por algo importante, não para ficar com outra pessoa. Eu realmente não ligo, não temos nada mesmo.

Morte: Hum.

Ele diz isso e não fala mais nada. Então também nem liguei. Fico viajando nos meus pensamentos e acabo dormindo.

Depois dele ter me deixado em casa, se passou uma semana e não vi e nem falei mais com ele, não vou ficar correndo atrás de ninguém.

Hoje é uma terça feira e estou no escritório da Jaque esperando ela terminar de resolver algumas coisas com a secretária dela. O escritório dela e muito lindo, ele tem uma vista linda do Rio de Janeiro.

Hoje os móveis vão chegar no morro, então vamos ir acompanhando eles até a entrada, já que eles não podem entrar. Acho melhor ligar para o Morte e avisar isso.

Ligando..

Morte: Fala loira, tô ocupado aqui.

Liz: Desculpa. Não quero atrapalhar, ligo outra hora.

Morte: Tranquilo, pode falar.

Liz: Então, as coisas que comprei para a casa chegam hoje, só que eles não entregam até a casa, só vão deixar na entrada do morro, teria como você mandar alguém pra me ajudar?

Morte: Só me falar a hora que tiver vindo que eu mando o pessoal pra lá.

Liz: Ta bom, obrigada. Beijo.

Ligação off

Desliguei a ligação e fiquei esperando a Jaque que ainda estava falando com a menina. Aproveito para ver algumas coisas no celular e eu adoro ver roupa na shein, um mais lindo que o outro.

Jaque: Vamos linda.

Liz: Vamos.

Descemos até o estacionamento e fomos até a loja que compramos as coisas.

Jaque: Eu vi que você estava em ligação, era seu pai te ligando de novo?

Liz: Não, eu liguei pro dono do morro, para pedir ajuda com as coisas, já que eles só vão deixar na entrada.

Jaque: O que você tá tendo com esse cara? - Ela para no sinal e me olha.

Liz: Oxi, oxi. Eu mesma nada, porque? - Será que ela desconfia?

Jaque: Você não sabe mentir Liz e ainda quer mentir logo pra mim. - Que saco, ela e advogada, claro que saberia. - Fala logo, vai.

Liz: Ta bom, você venceu. - Respiro fundo - Eu fiquei com ele uma vez, mas foi só uma vez mesmo.

Jaque: Mentira que você pegou o dono do morro Liz, ele pode te fazer mal.

Liz: Eu sei Jaque, mas ele não fez nada. Aliás, ele é um gostoso muito bom de cama.

Jaque: Não preciso saber dos detalhes.

Ri e continuamos conversando até chegar na loja do shopping. Eles já tinham colocado tudo no caminhão e estavam só esperando a gente chegar para ir. Mandei mensagem para o Morte avisando que estava indo, ela apenas visualizou.

No morro da RocinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora