No morro da Rocinha

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Morte

Depois de ter levado a patricinha em casa, voltei pro morro e vim direto na boca. Quando cheguei vi que meu irmão tava na sala dele e eu fui para minha, mas não passou nem um minuto e ele já veio atrás de mim.

Sento na minha cadeira e vejo que tem uma caixa preta com um laço vermelho escrito GDF (Gala de facção).

Lc: Até quem fim, te esperando um tempão para abrir esse bagulho. - Se senta no sofá que tem aqui.

Morte: Tá com pressa porra? - Pego a caixa e tiro o laço e a caixa se abre toda em cima da mesa. - Aqui está mostrando ser um convite de gala. - continuo olhando e lenda as paradas que estão escritas aqui.

Lc: Deixa eu ver. - Ele pega da minha mão e começa a ler. - Caros amigos, clientes e fornecedores e com um imenso prazer que convidamos você, para a nossa tão esperada Gala de Facção. Depois de dois anos sem esse evento importante onde todos podem conhecer um pouco do trabalho de cada um e criar novos conhecimentos e novos aliados. Nosso evento acontecerá no domingo dia 23/09. Espero todos vocês lá e podem levar acompanhante, a informação do local já foi enviada para o e-mail de cada um de vocês, entrada somente com a pulseira. Caraca mano, isso é hoje.

Morte: Porra, odeio esses bagulho de avisar em cima da hora. - Falo isso já puto e pego um baseado e começo a enrolar a seda e acendo um verdinho para me acalmar.

Lc: Aqui diz que é necessário ir de roupa formal, ou seja, onde vamos ver terno uma hora dessas?

Morte: Bora ir no asfalto ver isso logo e deixa o Wl no comando até a gente voltar.

Para não enrolar muito já pegamos o carro para não correr o risco de ninguém nos reconhecer e pesquisei onde vende terno aqui pelo Rio, única loja que achamos aberta foi no Centro.

Lc: Pô, falou para levar acompanhante, mas acho que não vou levar não, as mina que eu pego aqui, nem roupa pra isso deve ter.

Morte: Papo reto, mas eu acho que vou convidar a loirinha de ontem, o que tu acha?

Lc: A mina e patricinha, pode ser que ela seja melhor opção nessa ocasião. - Ele para de falar por alguns minutos como se estivesse pensando. - Calma, tu ficou com ela?

Morte: O pai tem a lábia né. - Falo rindo.

Lc: Tu não perde uma cara, caralho. - Fala rindo e me fazendo rir mais também. - Como foi?

Morte: De começo não dei muita coisa pra ela não, mas te falar, o sexo foi bom, mina gostosa pra cacete.

Lc: Imagina o que a Jenifer vai pensar, vai ficar puta quando souber que você pegou outra e vai levar outra nesse bagulho de hoje.

Morte: Deixa ela pensar o que quiser, aquela ali e só uma foda e tchau, se emociona porque quer.

Lc: Tu é foda irmão, quando crescer quero ser igual tu.

Ficamos conversando mais um pouco até chegar no local e irmos escolher a roupa. Escolhi um terno preto mesmo com uma gravata borboleta preta também, Lucas já escolheu um terno azul caneta com uma gravata branca. Então fechou, compramos os ternos e tinha uma loja do lado, aproveitei e comprei um tênis também, um branco da nike.

Vimos que começou a chegar bastante polícia para fazer a ronda, então já ficamos espertos e metemos o pé de volta para o morro.

Pedi um racker que trabalha pra mim, sempre que preciso é ele que faz esse trabalho, pedi para tentar arrumar o número da loira pra mim. Passou nem dez minutos e ele já tinha conseguido o número dela.

Fui almoçar na pensão da dona Maria e pedi o prato do dia, estava com uma fome do carai.

Morte: Valeu dona Maria.

Maria: De nada meu filho. Como vai a vida?

Morte: Está indo bem, na medida do possível. E como anda as coisas por aqui?

Maria: Tá um pouco difícil, mas Deus me da forças para continuar todos os dias.

Logo chega mais clientes e ela precisa sair para atender eles. Entro no meu e-mail e vejo que o local vai ser em Angra dos reis, um galpão um pouco longe da cidade.

Mando mensagem para a loira mas ela não responde, deve estar dormindo, depois da noite de ontem, pai cansou ela. Depois de mandar um monte de mensagens ela aceita e eu digo que passo para buscar ela 18:30.

Termino de almoçar e logo chega quem eu menos queria ver.

Jenifer: Oi amorzinho, que saudade.

Vem querendo sentar no meu colo mas dei logo um empurrão nela.

Jenifer: Que foi? tem dias que não te vejo.

Morte: E eu agradeço a Deus por isso.

Jenifer: Que caralho cara, você é todo bipolar, uma hora tu quer, outra me despreza, não nasci pra ser tratada assim não.

Morte: Fodase, nunca te dei confiança, sempre falei que era apenas uma foda, quem corre atrás de mim e você. Já parou para pensar que você mesma pede para ser tratada assim? Será que você não se toca, eu não quero nada com você, você serve apenas para satisfazer minhas vontades, nada mais que isso.

Ela começa a chorar ali mesmo e o pessoal começa a olhar para a gente, já fico puto com isso. Garota chata pra caralho, pediu e tomou.

Morte: Perderam alguma coisa aqui? Anda, circulando. - Olho para ela de novo e seguro o maxilar dela e aperto com força. - Acho melhor você calar essa sua matraca que está chamando atenção de todo mundo, vaza daqui.

Soltei ela fazendo seu rosto virar para o lado e ela ir embora. Não vou bater nela, não gosto disso, pois lembro da minha mãe, mas parece que ela pede.

Pago pela comida e subo na minha moto indo embora.