Ele saiu do banho e ficou apenas de cueca, já que a roupa estava suja. Ficamos deitados na cama assistindo filme.
Em que mundo a Liz do passado imaginária estar deitada abraçada com o dono do morro? Que mundo doido.
Morte: Como tu tá? - Pergunta fazendo carinho na minha cabeça.
Liz: Agora estou melhor. Mas tirou suas dúvidas? Se quiser eu te passo o endereço de onde meus pais moram também. - Falo com ironia.
Morte: Nem falar nada, papo reto. Mas me fala um bagulho, que briga foi essa tua no meio da praça, um bagulho que eu odeio e briga aqui no morro, ainda mais na frente das crianças.
Liz: Oxi. Tava eu e Jeovanna passando conversando e rindo da nossa conversa quando do nada essa menina que tu pega, e que péssimo gosto aliás, eu devo ser a melhorzinha que tu pega né?
Morte: Não é pra tanto também. - Olho pra ele com a boca aberta.
Liz: Então tá né. Ai continuando, ela chegou do nada querendo saber do que estávamos rindo aí não demos confiança e dei as costas pra ela, foi a hora que ela puxou meu cabelo e rolou aquilo tudo. Ela veio brigar porque viu você saindo daqui mais cedo.
Coringa: Essa mina é maluca, já mandei o papo mil vezes que não quero nada com ela. Pior que carrapato.
Dei de ombros e voltei a focar no filme que estávamos assistindo, mas meu celular tocou e era a Jaque.
Liz: É a Jaque.
Morte: Vê aí o que ela quer, já tá tarde.
Pego atendo o celular.
Chamada on
Liz: Oi jaque, tudo bem?
Jaque: Não Liz, estou no hospital com a Sol.
Liz: O que aconteceu Jaque, me fala.
Jaque: O Antonio pegou a Sol depois da escola e levou ela para lanchar e comer sorvete, porém o sorvete tinha castanha, ele não percebeu.
Liz: Meu Deus. Você está em qual hospital, estou indo agora.
Chamada off
Ela me falou o hospital que eles estão e me levantei às pressas para poder me arrumar.
Morte: Liz, calma meu, fala o que aconteceu.
Liz: A Sol, ela ta no hospital. - Falo chorando - Ela tem alergia a castanha, ela comeu e agora está internada.
Morte: Porra. - Ele se levanta e coloca a roupa que estava - Bora, estou de moto, te levo lá.
Saímos de casa e subimos na moto. Ele desceu o morro correndo e parou na entrada do morro para falar com alguns meninos avisando que ele estava indo resolver algo importante e que qualquer coisa era para mandar mensagem ou ligar pra ele.
O hospital que ela está e no Leblon mesmo, um particular. Estava segurando ele bem forte, e na cintura conseguia sentir o volume da pistola. Não demorou muito e chegamos rapidinho.
Liz: Obrigada Diogo, de verdade.
Morte: Tem problema nenhum não loira, vai lá. Vou ficar aqui, caso você volte e eu não esteja aqui, você me liga, não posso dar bobeira, ainda mais aqui.
Dou um abraço nele e corro para dentro do hospital.
Liz: Boa noite. Quero saber sobre a paciente Sol.
Recepcionista: Boa noite. Você é o que da paciente?
Liz: Sou tia.
Recepcionista: Ok. Identidade, por favor.
Liz: Na pressa eu acabei esquecendo.
Recepcionista: Eu preciso pelo menos da identidade.
Liz: Meu Deus. Deixa moça, vou ligar pra minha irmã. - Peguei meu celular e liguei para a Jaque que logo veio me ajudar. Dei um abraço apertado nela e ela avisou a recepcionista que eu estava com ela e me liberou. - Como ela está?
Jaque: Eu não sei. Até agora não deram notícias dela.
Liz: Como o Antonio deixou isso acontecer? Meu Deus. - Já estou nervosa com tudo isso, preocupada com ela.
Jaque: Eu estou com tanta raiva dele, sempre pedi para ele ficar atento a isso, deve ter se distraído porque estava com a mulher dele e o filho.
Liz: Vamos ficar calmas, não adianta a gente ficar nervosas. Vou pegar água para você, senta aí. - Deixei ela sentada e fui buscar água para ela que era no outro corredor, onde o Antônio estava. - Toma, bebe e se acalma.
Fiquei sentada com ela e a todo tempo eu tentava acalmar ela de todos os jeitos possíveis.
Médico: Responsáveis pela paciente Sol Souza de Lima. - Levantamos e ficamos de frente para ele e logo veio o Antônio também. - Creio que os pais sejam vocês, certo?
Antônio: Sim, senhor. Nos de uma boa notícia doutor.
Fiquei abraçada com a Jaque que estava muito nervosa com toda essa situação.
Médico: Infelizmente a Sol entrou em estado de coma. O caso dela foi muito grave. - Quando ele falou isso a Jaque já entrou em desespero e tivemos que sentar ela, o pior disso e que ela estava culpando o Antônio disso tudo ter acontecido. - Vamos manter a calma, por favor. O senhor me falou que ela tomou um sorvete com castanha, mas pelo exame de sangue conseguimos detectar que o que aconteceu, não foi apenas o sorvete, ela não comeu mais alguma coisa ou tomou algo que poderia ter castanha?
Antônio: Eu só vi que o sorvete tinha castanha, mas minha esposa estava tomando um milkshake de chocolate e ela bebeu um pouco.
Médico: Preciso que você pergunte sua esposa se o leite que foi usado para fazer o milkshake tinha leite de castanha. Mas tarde volto com mais informações para vocês, daqui a pouco outro médico vai vir para levar vocês até a sala. - Ele fala isso e sai andando.
Jaque: Isso tudo é culpa sua! Com certeza sua mulher fez alguma coisa com ela de propósito. Se algo pior acontecer com ela, eu nunca vou te perdoar Antônio; e você pode ter certeza que farei de tudo para você ir preso.
Liz: Calma Jaque, por favor. Antônio, você pode se retirar daqui? - Ele não responde mais nada e vai embora. - Quer ir para casa descansar? Eu fico com ela.
Jaque: Não Liz, eu vou ficar. Obrigada por ter vindo, mas você já pode ir.
Liz: Não, tá doida? Vou ficar com você.
Jaque: Agora eu quero ficar sozinha, pode ir. Qualquer coisa eu te ligo e mando notícias.
Liz: Certeza?
Jaque: Sim. Pode ir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
No morro da Rocinha
Teen FictionEla apenas quis ir curtir uma noite no baile com sua amiga, porém tudo deu errado. Ela briga com seus pais e decide sair de casa para viver sua própria vida. Liz aos 20 anos irá enfrentar muita coisa ainda, mas quando ela conhece o dono do morro e c...