Capítulo 07: As Lembranças.

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CHRISTIE WILLIAMS

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CHRISTIE WILLIAMS.

⠀⠀TINHA SIDO UMA NOITE COMPLICADA. A espera por saber qualquer coisa sobre Davina e o que ela faria depois de eu ter contado quase tudo para ela me assombrou, resultando em mais uma noite mal dormida. A inquietação me envolveu, tornando impossível encontrar qualquer tipo de paz ou descanso. As horas se arrastaram, e cada minuto parecia um tormento sem fim, com minha mente revivendo a conversa, analisando cada palavra e expressão dela.

Eu tinha feito o correto em lhe contar tudo o que Jace tinha feito? A dúvida corroía minha consciência. Quem era realmente Jace? Suas ações eram um enigma que eu ainda tentava desvendar. Quando Davina saiu daqui, ela ia tão pálida, quase como se tivesse visto um fantasma e fosse impossível desver o mesmo. Meu coração doía por ela, assim como doeu quando descobri todas as trapaças de Jace e o confrontei sobre as suas escolhas, pois para mim era impensável deixar a loira correr qualquer tipo de perigo.

Lembro-me vividamente do olhar de Davina quando lhe revelei os segredos obscuros de Jace. Seus olhos, geralmente tão cheios de vida — mesmo agora com tudo o que aconteceu — ficaram vazios e assustados. Ela mal conseguia falar, suas mãos tremiam, e a cada palavra que saía da minha boca, parecia que uma nova ferida se abria em sua alma. Eu sabia que essa revelação mudaria tudo entre nós, mas não podia suportar o peso da verdade sozinha. Precisava que ela soubesse, precisava protegê-la, mesmo que isso significasse que ela jamais olharia para mim da mesma forma novamente.

A imagem de Jace também não saía da minha cabeça. Lembrava-me das vezes que ele se mostrava amigável e confiável, um verdadeiro irmão. Porém, as máscaras caíram, revelando um lado seu que eu jamais imaginei. A traição dele foi um golpe duro, um veneno que lentamente corroía nossos laços. Confrontá-lo foi uma das coisas mais difíceis que já fiz, cada palavra de acusação carregava a dor de uma amizade que se despedaçava.

Cada detalhe dessa trama complexa pesava em meus ombros. A noite passada foi apenas mais uma batalha na guerra interna que travava. Fechei os olhos, na tentativa de encontrar um momento de paz, mas a escuridão só trouxe mais lembranças dolorosas. No fundo, eu sabia que a verdade precisava ser dita, que Davina tinha o direito de saber com o que estava lidando naquela altura. Mas isso não tornava a espera e a incerteza menos angustiantes. O futuro era um mistério sombrio, e tudo o que podia fazer era esperar pelo amanhecer, na esperança de que ele trouxesse consigo alguma forma de redenção.
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