golden love ✫ sapphic romance | pt-br [𝟎𝟏].

Capítulo 01: Maldito Destino.

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DAVINA GOSLING.

Boston, Massachusetts. 7 de Maio, 2024.
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⠀⠀❝ MEU CORPO ESTAVA SUADO, minha respiração levemente ofegante, e meu coração retomou aquele vazio imenso. Mas o que eu esperava? Há dez anos esse vazio fincou raízes no meu peito e nunca mais saiu.

Desde que Jace morreu e Christie foi embora por motivos desconhecidos, deixei de me conectar verdadeiramente com as pessoas. Tudo se tornou superficial, exceto com Clarence e, claro, com meu irmão Pierce, que, inclusive, vai se casar em um mês e meio com uma mulher que viu apenas três vezes na vida.

Lydia Turner é o nome dela. Eu a vi uma ou duas vezes quando conversavam por videochamada. Lydia parecia ser o tipo de mulher ideal para o meu irmão, já que a vi acalmá-lo de suas tolices várias vezes.

── Posso ficar com o seu número?

Minha companhia atrai minha atenção, e meus lábios se comprimem em uma linha reta, expressando descontentamento com o pedido.

── Combinamos que seria apenas algo casual, e eu nem sei seu nome ── digo, enquanto me sento e procuro minha blusa ── Não peça meu número, não pergunte meu nome, não queira informações pessoais demais. Esse era o acordo.

── Poderia abrir uma exceção? Ouvi dizer que você abria exceções...

── Você ouviu o quê!? ── minha voz sai mais alta do que o esperado. A expressão facial do ruivo se enche de vergonha e culpa, ficando visivelmente avermelhado, o que me faz cair na gargalhada e relaxar sobre o assunto ── Fique tranquilo, ruivinho! Não precisa ficar envergonhado. Não quero saber o que disseram sobre mim; o importante é você saber que provavelmente tudo foi mentira.

Ajeito meu cabelo enquanto olho o velho e empoeirado espelho daquele quarto de motel, que não era muito melhor.

── Algumas coisas foram verdade.

── Se você se refere ao fato de eu ser uma grande gostosa ── o batom cor de vinho desliza com facilidade pelos meus lábios, completando meu raciocínio segundos depois ── então, sim, isso é totalmente verdade.

Pisquei o olho na direção do homem nu na cama e saí do quarto em seguida. A noite ainda pairava sobre a cidade, a lua e as estrelas iluminando alguns dos cantos escuros daquela área, mas não todos.

Eu deveria sentir medo. Estava numa posição desconhecida, havia transado de novo com um desconhecido, e tudo o que eu sentia era um enorme desgosto por aquele vazio ainda estar tão presente na minha vida. Era como se cada encontro casual não passasse de uma tentativa fracassada de preencher um abismo dentro de mim, um abismo que se recusava a ser selado.