Pétala 11 - Meu Tormento me persegue.

72 3 231
                                    

Ciaossu!

Mais um sábado, mais um capítulo... E esse é um dos meus favoritos do primeiro arco de Zuriel. Tem muita coisa que eu gosto nele, mas vamos por partes.

Eu nunca fiz isso, mas sinto que deveria avisar: tem algumas temáticas um tanto quanto... "pesadas" nesse, então quem for mais sensível com assuntos mais sérios, como violência doméstica ou traumas, eu recomendo que vá com calma.

Não tem muita coisa explícita, mas imagino que o aviso seja válido.

Além disso, o capítulo acabou sendo enorme. É o maior de todos que eu escrevi até agora, então espero que consiga agradar vocês - embora eu saiba que vai ter alguém reclamando do tamanho (né, Renan_Gustas?).

Bom, é isso. Dado os avisos, desejo a todos uma boa leitura.

Ciao ciao...


=============


Aquele momento poderia ter durado para sempre e Luke honestamente não notaria.

Moon o encarava com frieza, segurando-se para xingá-lo e amaldiçoá-lo pelo resto de sua vida. Draco poderia lhe dizer que um Tormento surgiria e o garoto não ficaria nem um pouco surpreso. Para falar a verdade, talvez nem se importasse.

Mesmo irritada, Moon transbordava uma certa beleza hipnotizante e encantadora.

- Vamos - disse ela a Luke, com a testa franzida. - Explique-se.

Ele sentiu o mundo ganhar cores de novo.

Em um lapso, teve ciência de sua situação, e ela era simplesmente péssima: seu terno estava surrado e sujo de terra; Ária estava encharcada e enrolada na toalha na frente do banheiro, o chuveiro ainda ligado; havia mencionado que suas roupas ficaram sujas por conta do que haviam feito na floresta; e Moon estava na porta, exigindo uma explicação para aquela cena e tentando não ceder aos seus impulsos mortais.

Nem Lira o colocou tão próximo da morte.

- O-Ok... - Luke respirou fundo, enxugando as palmas suadas na calça. - Por onde você quer que eu comece?

Moon mordeu a bochecha. Claro, ela já esperava essa atitude vindo do amigo, mas isso não quer dizer que ela pôde deixar de se sentir afrontada. Respirar fundo e se manter calma nunca foi tão difícil, mas Moon fez o que pôde.

Luke sentiu que ela poderia soltar fogo das narinas se não se controlasse.

- ... Quem é ela? - apontou, fingindo indiferença. - Por que ela tá de toalha no seu quarto? O que vocês fizeram na floresta para as roupas dela, as suas roupas, terem ficado toda sujas? E por que ela tá usando as suas roupas, para começo de conversa?

Luke olhou para Ária, que ainda estava na porta, com os ombros encolhidos.

Poderia ter ficado irritado por ela ainda estar imóvel, mas sentiu pena. Ela não tinha culpa de nada. Foi ele que a trouxera para se lavar em seu banheiro depois da luta. Também tinha sido ele que deixara Moon para trás sem explicação alguma, alegando que tinha que fazer alguma coisa de última hora.

Ele nem tinha ouvido o convite que Moon lhe fizera...


Tudo era sua culpa.


Sentindo-se pesado como chumbo, Luke começou a tentar pensar em algo que fizesse sentido e que justificasse tudo, assim como havia feito ao ser interrogado no hospital. Por que havia sido tão simples de inventar uma história naquela hora?

ZurielOnde histórias criam vida. Descubra agora