Pétala 02 - O dia em que a conheci...

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Ciaossu!

Bom, tamo aqui pra mais um capítulo, né? Em alguma hora vai chegar em alguém, eu confio.

Enfim, não tenho muito a falar dessa vez. Boa leitura, caso alguém esteja lendo.

Ciao ciao...

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Cerca de um mês havia se passado desde o estranho ocorrido que atormentou Luke em seus sonhos por dias. Sempre que fechava os olhos, temia encontrar uma hiena nipônica com uma foice espreitando nas sombras. O garoto passou a ter ansiedade sempre que passava por becos. Bem, nada de diferente aconteceu desde então – nada fora do normal, no caso. Luke havia voltado a sua vida medíocre e esquecível de jogar videogame até tarde e fingir que o passar dos dias não o incomodavam.

O mês de agosto passou relativamente rápido dessa forma. Numa bela manhã na residência dos O'Brien, Luke encontrou-se debruçado sobre sua escrivaninha quando o despertador tocou. Seu desktop ainda estava ligado. Seu rosto estava babado, assim como a folha que usara de travesseiro. Sentiu pontadas na cabeça ao ritmo das batidas que ecoaram da porta de seu quarto.

Lu? Você já está acordado? — ouviu uma voz gentil do outro lado da porta.

— Sim, mãe... — suspirou, coçando os olhos para afastar o sono. Acordado? Sim. Descansado? Não. — Eu já vou descer...

Okay! Se apresse, está bem? Eu já fiz o seu café.

A voz de sua mãe era a primeira coisa que ouvia ao acordar. Isto, é claro, desconsiderando seus resmungos e martírios. Luke deslizou seu Foxyset pelos cabelos, agora ainda mais mortos do que no mês anterior, e desligou seu desktop.

— ... Por que eu teria pressa, mãe?

Ficou de pé, mas logo foi ao chão. Uma forte enxaqueca martelou em seu crânio. Até tinha tentado se apoiar na cadeira para ficar de pé, mas não adiantou. Os sussurros, as vozes, os lamentos... Sua mente fora dominada completamente. Não havia espaço nenhum, nem mesmo para os seus próprios pensamentos.

— Droga! — e começou a estapear-se na própria testa. — Droga! — TAP! — Para! Me deixa... em paz! — TAP! TAP! — Só me deixa em paz... porra!

Ao custo de puxadas em seu próprio cabelo, olhos fechados com força e algumas lágrimas de frustração, Luke sentiu que as vozes iam sumindo. Conforme a paz se instaurava mais uma vez em sua cabeça, o garoto se deu ao luxo de ficar ali por mais um tempinho enquanto soluçava, contemplando o peso de um fardo que nunca pedira para carregar.

Luke encarou o pequeno frasquinho em cima de sua escrivaninha e sorriu, amargo.

— ... Seria muito mais fácil — e ficou de pé, indo até o banheiro enquanto enxugava as lágrimas na camisa.

A cozinha cheirava bem. Sarah Vivian O'Brien, a mãe de Luke, uma mulher formidável de olhos verdes cintilantes e gentis, ainda se encontrava no fogão quando seu filho chegou, ainda sonolento devido à noite mal dormida. Ele não se surpreendeu nada ao encontrar seu café já posto na mesa, esfriando, ao lado de uma porção de ovos mexidos com torradas bem do lado.

Ainda havia outro cheiro no ar... Luke estava faminto demais para descobrir.

— Bom dia, Lu! — o cumprimentou com um caloroso sorriso.

Luke resmungou algo entre um "bom dia" e um feitiço arcano e antigo de magia celta, tamanho era o seu sono. Sua mãe estava mexendo algo na frigideira que tinha em mãos quando se virou. Era bacon. O estômago de Luke roncou e se contorceu com a ansiedade.

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