18 Rebecca pov's

1.2K 162 27
                                    

Eu ria do que Nadine havia me contado a pouco quando o som da porta fechando-se nos chamou atenção, logo os sons dos saltos de Freen ecoaram em direção as escadas.

- Eu vou até lá - Richard disse.

- Deixe que eu vou - Eu disse levantando, ele afirmou e eu segui para as escadas.

Assim que cheguei no quarto escutei o som da água caindo, caminhei em direção ao banheiro vendo Freen com a testa na parede, usava apenas uma lingerie enquanto sua roupa estava jogada no chão assim como os sapatos haviam ficado no meio do quarto, a porta do Box estava aberta, permaneci em silêncio por alguns segundos até escutar seu soluço.

-Freen - Lhe chamei, mas ela não me respondeu, fazendo-me ficar preocupada, tirei minhas roupas e adentrei o Box puxando-a para mim.

Abracei seu corpo sentindo-a chorar com mais impulso, era a primeira vez que lhe via chorar, mas eu o conhecia, era um choro angustiado, mas que mostrava tanto alívio, o choro que ela segurou por tanto tempo e agora estava liberando, suas mãos apertaram minha cintura e eu lhe acariciei os cabelos.

- Está tudo bem - Sussurrei e lhe dei banho sem me afastar muito de seu corpo, tudo em completo silêncio.

Olhei para Freen que estava sentada na cama, agora vestida.

- Está bem para descer? - Perguntei olhando-a, ela apenas afirmou, seu rosto estava vermelho por causa do choro, nem mesmo parecia a advogada que conheci, fria e imponente.

Ela levantou suspirando e eu lhe puxei para um casto beijo, segurando sua mão em seguida, descemos pra sala vendo Richard junto a Nadine e as meninas no sofá,

- Meninas, subam para ver televisão - Eu disse ao adentrar na sala, Freen sentou-se no sofá vazio e Cassidy foi até ela beijando-a na bochecha, logo Caroline imitou a irmã, então saíram da sala.

- Tudo bem, querida? - Richard perguntou tranquilamente enquanto eu me sentava ao lado de Freen que afirmou passando as mãos no rosto e nos cabelos.

Seus olhos já estavam marejados novamente, acariciei suas costas sentindo-a tensionar e em segundos relaxar ao meu toque, era sempre assim e eu sempre me fazia a mesma pergunta "vai ser sempre dessa forma?", eu definitivamente não tinha como saber, nem iria perguntar.

-Harris está morto - Disse e lágrimas caíram por seu rosto, não por ela estar sofrendo por ele, mas sim por se sentir aliviada.

-Como? - Richard perguntou incrédulo - O que aconteceu?

- Foi ontem a noite, havia veneno na comida dele, Ferrell disse que o FBI está investigando, mas Harris não tinha mais do que dois amigos, então mexer em busca do inimigo vai leva los aos criminosos mais procurados do país.

- Então não precisa se preocupar, Freen, com esse homem estando morto, você pode finalmente ficar tranquila.

- Não - Disse rapidamente e levantou caminhando para o outro lado - Harris tinha herdeiros, tinha quem fizesse o trabalho sujo por ele, acha mesmo que vão esquecer de mim? A pessoa que o condenou a passar o resto da vida na cadeira, tinha um deles na festa ontem.

-Freen - Richard disse bravo.

- Não! Eu já disse que não vou abaixar a guarda e não quero que o senhor se envolva nisso - Disse mais brava do que ele, pela primeira vez eu vi Richard murchar diante da autoridade de Freen, ele quem parecia o filho.

-Freen acalme-se -Eu disse colocando-me de pé, ela sabia que não adiantava bater de frente comigo, principalmente quando ficaríamos em uma discussão infinita.

Suspirei passando as mãos nos cabelos úmidos pelo banho de última hora.

- Vocês entrarem em uma briga agora não irá adiantar em nada, nós vamos sair da cidade por alguns dias.

- Não vamos mesmo, eu não vou fugir.

-Nós iremos, pois no momento que eu me casei com você, coloquei as meninas nisso e acredite, Freen Sarocha Chankimha Armstrong, ninguém está a frente das minhas filhas - Disse tão brava quanto ela - Você pode trabalhar por lá, não me interessa, mas ficaremos fora por alguns dias.

Após a discussão, nós resolvemos sair da cidade mesmo Freen não aceitando muito bem, sairiamos durante a madrugada, Freen e Richard passou a tarde com uma equipe dentro do escritório, conversei com Nigel por telefone e mandei Emily conversar com a diretora da escola, também liguei para o pai das meninas para avisar sobre a viagem de última hora.

No meio da noite tudo já estava pronto para irmos, o motorista saiu com o carro de Freen para uma direção oposta de onde iríamos, fomos até o antigo apartamento de Freen e trocamos de carro com as escoltas nos seguindo a todo momento.

As meninas estavam no banco de trás junto a Richard e Nadine enquanto Freen e eu estávamos nos bancos da frente, ela no volante.

Seus olhos hora ou outra iam para o retrovisor, seus dedos estavam brancos por apertar o volante, tudo estava calmo.

-Senhora? - A voz de Serena ecoou pelo rádio e rapidamente Freen o pegou.

-Sim.

- Explodiram o carro que Danvers dirigia - Meu coração acelerou, nós quem o usariamos se eles não tivessem um plano, olhei para as meninas que estavam com fones e distraídas com os tablets.

- Ele está bem?

- Sim senhora -Freen levantou o olhar para o retrovisor.

- Quantos carros você pediu?

-Apenas quatro.

- Então temos companhia - Disse soltando o rádio, engoli a seco - Merda - Disse e trocou a marcha acelerando.

Se eu estava tensa antes, naquele momento eu acreditava que morreria, olhei para Freen que nem mesmo piscava enquanto continuava com os olhos atentos a pista, seus olhos ergueram- se para o retrovisor e eu olhei para trás ao escutar o som de tiros.

-Segurem - FreenDisse tensa, mas ela nem mesmo ousou me olhar.

- Serena, mandem parar & Disse ao ligar para a segurança após apertar o botão no volante.

Vi as escoltas freiarem e o outro carro ultrapassa-los, Richard nada dizia, Nadine assim como

eu estava assustada e as meninas agora nos olhavam confusas, olhei para a frente vendo Freen entrar no meio da mata.

-Esquerda - A voz de Serena ecoou e Freen virou para a direção indicada - Em duzentos metros tem um campo, logo abaixo tem um riacho.

- Eu sei o que fazer - Freen disse e a única coisa que pensei foi que morreriamos afogados, era definitivamente o nosso fim.

Por conveniência - freenbecky Onde histórias criam vida. Descubra agora