Desculpem os erros 💛
Quase seis horas depois a médica adentrou a sala de espera onde estávamos, sua feição não era a melhor, ainda usava uma roupa azul, certamente a que usou na cirurgia.
-Como ela está?
- Eu sinto muito em dar essa notícia a vocês, mas não há nada o que possamos fazer, a senhora Chankimha entrou em um coma intensivo, seus batimentos cardiacos agora só são causados por conta dos aparelhos, se nós desligarmos, o coração para de bater, não há mais nada o que possamos fazer.
- Você está dizendo que devemos desligar os aparelhos? Perguntei com raiva enquanto a encarava com furia.
-E-eu... Sim, entenda senhora Armstrong, a senhora Chankimha não é mais a que você conheceu, ela...
- Não termine a droga dessa frase -A interrompi sentindo Richard segurar meu braço
-Rebecca se acalme.
- Eu não vou me acalmar, essa mulher está dizendo que a Freen está morta, Richard, morta! - Gritei em meio ás lágrimas, eu nunca gritava e naquele momento, eu parecia mais do que uma descontrolada
Me sentei passando as mãos no rosto, puxando o ar que restava em meus pulmões, não podia ser verdade, não podia ser real, eu tentava me acordar e a cada vez que eu me sentia desperta o desespero era maior.
- Não vamos desligar os aparelhos.
-Rebecca...
- Não vamos desligar os aparelhos Richard, eu já disse, essa é uma escolha minha, a Freen é a minha mulher, não me importa se você é o pai dela, não terão a minha permissão pra desligar a droga dos aparelhos - Disse encarando-o -Eu quero ver a minha mulher - Disse para al médica.
-Venham comigo, por favor
Adentrei o quarto onde Freen agora estava, não era o mesmo da noite anterior, dessa vez pude entrar no quarto e tocá-la, lhe acariciei os fios castanhos enquanto me sentava na cadeira ao lado da cama.
Sua feição ainda era serena, tão tranquila como nas tantas vezes que consegui observa-la dormir, sentia Richard nos observar, mas não permiti que ninguém desligasse os aparelhos, pela primeira vez eu tinha esperanças, pela primeira vez eu acreditava que ela acordaria.
Aproximei meus lábios de sua orelha acariciando sua bochecha pouco fria e suspirei tentando não voltar a chorar, mas parecia tão difícil naquele momento.
-Eu preciso que acorde, meu amor -Sussurrei -Freen, eu te prometi que te daria o meu coração para repor o que faltava do seu, mas agora é o meu que precisa ser reposto, não me abandone agora, não depois de ter me mostrado como é bom amar e ter você, eu não vou suportar outra vida vazia, uma vida após você, sendo que eu só conheço a antes e durante, eu não quero conhecer e depois, por favor - Supliquei soluçando - Eu preciso que acorde - Deitei minha cabeça em seu ombro, mas nenhuma resposta veio, nem a corpo tenso, tão pouco um arrepio, absolutamente nada.
Mas eu não me movi, continuei a esperar e esperaria por horas ou meses se necessário, mas não desistiria dela.
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Os dias foram passando, com eles se passaram dois meses, quase três, todo dia eu ia até o hospital, deixava um buque de flores, passava horas contando sobre o meu dia ou sobre coisas bobas feitas pelas meninas, ficava horas em silêncio analisando seu rosto ou os monitores.
Era sempre igual, eu não recebia respostas, nem aos meus toques ou minhas palavras, apenas eu falava e a cada palavra a qual Freen nao revirava os olhos ou dava uma resposta rispida mesmo sem ser sua intenção, eu morria um pouco mais, minhas horas de trabalho aumentavam em certos momentos, outros eu me dedicava a ela e as meninas.
- Elas sentem a sua falta -Disse olhando-a -Cassidy voltou a ter pesadelos intensos como no Início, só se acalma quando se agarra a uma peça de roupa sua - Olhei pra aliança em minha mãe e a girei - Você se sente em paz? Nesse lugar onde você está? Nesse lugar que não te permite voltar pra mim? - A olhei - Acha que eu estou sendo egoísta em não te deixar ir? Eu estou tão acostumada a ter você, Freen, seja me amando, rindo das coisas mais bobas ou sendo a advogada séria com quem me casei, pensar que eu não posso mais ter isso é assustador, porque eu me apaixonei até pela sua pior versão e se eu não puder mais viver isso com você, eu não quero viver com mais ninguém - Suspirei me sentindo tola, todos os dias eu conversava com "Freen" e eu nem sabia se aquela continuava sendo a minha Freen. Não sabia se ela me ouvia, talvez não, talvez agora ela fosse somente um corpo mesmo, um corpa onde ninguém mais habitava, suspirei olhando as horas.
-Eu tenho que ir agora, preciso ir a um desfile, é sobre a edição da nova revista, ela será lançada em duas semanas -Disse me levantando e beijando-a na testa -Eu amo você, babe - Sussurrei e sai do quarto
Adentrei minha casa sentindo a mesma sensação de sempre nos últimos meses, vazio, não era apenas eu quem me sentia daquela maneira, as meninas sentiam-se daquele modo também, até mesmo Flora sentia e ela mal via Freen em casa
Eu havia dado de presente para as meninas um cachorro, pra ver se as animavam, mas não pareceu o suficiente para tapar a verdade, eu sabia que não era, jamais seria, subi para o quarto e me arrumei, não tardei a sair de casa, pois não queria demorar.
Eu havia me distanciado de muitas pessoas nos últimos meses, exceto de Non, Doug e Nora, Richard e eu não nos falávamos muito, exceto quando nos víamos no hospital e ele tentava me fazer mudar de ideia, isso há algumas semanas não ocorria, Nadine e eu nos falávamos menos que antes, mas nada envolvendo Richard.
Cheguei ao local do evento vendo Emily e Non me esperando, me aproximei dos dois e cumprimentamos algumas pessoas e seguimos para a área onde ocorreria o desfile, nos sentamos e esperamos começar, coisa que não demorou muito.
Não fiquei para a recepção após o desfile, eu só queria tentar dormir, coisa que vinha fazendo pouco nos últimos dias.
७.
Cheguei na revista na manhã seguinte e após deixar as coisas sobre a mesa de Emily me tranquei em minha sala, Emily e Jocelyn trouxeram algumas peças pra que eu escolhesse e depois eu me dediquei a analisar textos e fotos que iram para a nova edição da revista.
Minha mente voou sem permissão alguma para Freen, para minhas palavras do dia anterior.
"Acha que eu estou sendo egoista em não te deixar ir?"
Eu estava sendo egoísta? Uma parte de mim acreditava que sim, a parte que amava Freen sem esperar nada em troca, mas a parte Rebecca Armstrong, não me deixava me sentir culpada.
Eu a amava, sentir sua falta era normal, quere-la perto de mim também era, voltei a observar a minha aliança enquanto a girava no dedo, isso havia se tomado um hábito comum pra mim. nas últimas semanas.
-Pensei que havia ido para o hospital - A voz de Non meu despertou, fazendo-me olhar as horas, eram quatro da tarde, eu costumava sair da Revista aquele horário pra passar algumas horas com ela, o olhei
- Eu não vou - Disse com um nó na garganta enquanto desviava a atenção dele e soltava meu dedo - Precisa de alguma coisa?
- Não, eu só vim deixar esses croquis.
-Pode deixar ai, eu olho depois - Ele deixou a pasta sobre a mesa e após me encarar por alguns segundos, saiu da sala.
Passei as mãos no rosto soltando o ar e deslizando os dedos pelos cabelos, olhei para o meu celular sobre a mesa e o peguei discando o número
- Richard? Sou eu - Disse ao ser atendida -Nós... Engoli a seco - Podemos desligar os aparelhos -Disse sentindo minhas lágrimas cairem
Demorei, pliiis, mas é que tá muito ruim pra att pq tô sem internet, sem trabalhar e voltei a estudar. Mais vou tentar o meu melhor pra terminar logo 🤍
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Por conveniência - freenbecky
FanficUma única solução para todos os problemas... Ο casamento. Afinal, o que pode dar errado em um contrato? Talvez se apaixonar pela esposa. Por um contrato e uma conveniência... Porque às vezes até o amor precisa de um empurrãozinho.