Por conveniência - freenbecky

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Desculpem os erros 💛

dia amanheceu nublado ou eu estava mal demais pra ver o sol naquele dia, fazia dois dias desde que falei com Richard e combinamos de irmos juntos desligar o aparelhos de Freen, eu não sabia se Heng ou mais alguém iria, so sabia que eu não estava nem um pouco bem, nem com vontade de aparecer naquele hospital, quando colocasse os pés ali sabia que era o fim, eu estaria me despedindo de Freen, dando um adeus que era pra sempre, eu não poderia voltar no dia seguinte, nem vê-la após isso.

Arrumei meu casaco e vi as meninas me encarando da porta que levava para a sala, suspirei antes de olha-las, eu não queria chorar, não na frente delas, não após ter passado boa parte da manhã chorando.

- Aonde você vai mamãe? Caroline perguntou me fazendo engolir a seco, me aproximei abaixando em frente as duas e lhes acariciei no rosto.

-Eu...

- Ta indo ver a Freen? Cassidy me perguntou.

- Sim querida, só que dessa vez - Comprimi meus lábios - Eu estou indo me despedir da Freen, Cass, ela não vai mais voltar - Disse calmamente olhando nos olhos, a senti agarrar meu pescoço e iniciar um choro completamente sofrego.

Naquele momento, outra parte de mim morreu e eu não pude conter o choro, a abracei de volta.

- Eu quero a Freen de volta - Disse em meio ao soluço.

- Eu também querida - Sussurrei e me afastei olhando-a nos olhos - Eu preciso ir agora, tudo bem? Eu volto logo - Lhes beijei e sai de casa adentrando o carro antes que não conseguisse mais fazer aquilo.

5.

Diferente das outras vezes que estive ali, não sai do carro assim que ele estacionou, a porta foi aberta e eu fiquei encarando o grande prédio por longos minutos, eu não tinha coragem, mas precisava fazer aquilo.

Sai do carro e adentrei o hospital caminhando em direção ao quarto onde Freen estava, vi Richard junto a médica na porta, os dois me olharam.

- Bom dia Freen - Richard disse, mas não me dei o trabalho de responder.

- Vamos fazer logo isso - Fui ríspida na resposta.

- Claro - A médica disse adentrando o quarto e parando ao lado da cama - Eu vou falar a vocês os procedimentos que farei, tudo bem? - Vi Richard afirmar e suspirei como se todo meu ar fosse sumir em segundos -Primeiro eu vou desligar o oxigênio - Disse tirando os tubos do nariz e da boca de Freen.

Meus olhos viraram um mar de lágrimas nesse momento, eu só queria correr dali ou agarrar- me a ela e não soltar nunca mais, eu não queria deixá-la ir.

Não queria pensar novamente em todas aquelas possibilidades de uma vida onde Freen nem mesmo pareceria não ter existido, onde eu só me recordaria dela quando entrasse no em casa, em nosso quarto, deitasse em nossa cama com o lado oposto vazio, e o closet não abrigassem mais suas roupas, onde o escritório não estivesse mais seu cheiro, a mesmo escritório que eu ia durante as últimas noites na esperança dela está lá atenta ao trabalho, mas ele sempre estava vazio, como eu estava.

- Agora eu vou desligar os aparelhos ligados ao coração - Disse e desligou o monitor, minhas lágrimas caíram por minha face como um rio.

Olhei pra cima buscando ar, mas naquele quarto não havia nenhum, então sai rapidamente dali parando a poucos passos do quarto e caindo em um choro compulsivo, apoiei minha testa na parede fria, sentindo meu peito ser esmagado, eu não podia vê-la partir.

- Rebecca - A voz de Richard soou atrás de mim.

- Você já conseguiu o que queria, agora me deixe sozinha com ela, ao menos uma última vez- Disse voltando para o quarto.

Parei na porta olhando a, já não havia tubos, nem nada que me impedisse de ver nitidamente seu rosto nitidamente, me aproximei mas não conseguia dizer nada, eu só conseguia chorar enquanto deitava a cabeça em seu peito e segurava sua mão sentindo seus dedos frios, nenhum batimento, um absoluto silêncio dentro dela e um eterno vazio dentro de mim.

5.

Franzi a testa ainda de olhos fechados, sentindo o movimento fraco na cama, nem havia notado que havia dormido naquele posição horrível, abri os olhos com dificuldade sentindo minha cabeça doer por causa do choro e virei o rosto pra ver quem havia me acordado, não havia ninguém.

Suspirei arrumando minha postura e passei a mão pelos cabelos para arrumar a possível bagunça que havia nele, olhei para Freen e segurei novamente sua mão enquanto com a outra lhe acariciava a bochecha.

- Eu também sinto muito - Sussurrou ao lembrar das palavras da morena, havia sido a última frase pronunciada por seus lábios antes de nada mais ser dito.

Seus olhos se ergueram para os cabelos castanhos e meus dedos deslizaram por eles com cuidado, como se pudesse machuca-la.

- E eu jamais vou deixar de amar você, Freen, eu jamais vou conseguir colocar alguém no seu lugar, porque eu jamais senti isso antes e jamais irei sentir, mesmo você não estando mais comigo - Suspirei- Isso é um adeus, Babe, mesmo que eu não queira dize-lo, mesmo que eu não queira te deixar.

- Senhora? - Olhei em direção a porta vendo a enfermeira na porta completamente acanhada Preciso prepara-la- Afirmei levantando e após beijar a mão de Freen, peguei minha bolsa e sai do quarto olhando-a uma última vez.

5.

Assim que cheguei em casa me tranquei no quarto, tomei um longo banho deixando para me vestir em outro momento e fiquei deitada na cama encarando um ponto fixo, meus pensamentos eram ecos, um emaranhado de caos.

Havia pedido para as meninas não me interromperem, como se fosse fazer algo mais do que me lamentar pensando nas mil e uma possibilidades de estar novamente só, em meu periodo pós-Freen, em como eu era egoísta por querer trazê-la de volta e em como ela estava sendo egoísta por me deixar só.

Me recriminei no instante seguinte por ter pensado isso, por um instante quis estar em sua mente, no instante seguinte eu tive medo e em todos os instantes, eu me perguntei se ela lutou pela vida por um instante que fosse.

O som do celular ecoou pelo quarto me despertando de meus devaneios, o peguei vendo o nome de Richard na tela e respirei fundo antes de atender.

- Não é um bom momento, Richard.

- Você precisa vir até o hospital - Sua voz era indecifrável e isso fez meu coração acelerar de uma maneira que não estava preparada para sentir, então meu ar se foi - É sobre a Freen.