Capítulo Vinte

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Eu estava completamente concentrada no que precisava fazer. Sentia uma pressa imensa em encontrar a caixa e colocar minhas coisas no carro. A ideia de usar uma pá para cavar e tornar a busca mais fácil veio à mente. Levantei e limpei minhas mãos na roupa antes de ligar meu aparelho, que estava desligado havia muito tempo.

De repente, ao me virar, um estrondo ensurdecedor rasgou meus ouvidos, como se o céu estivesse desabando sobre mim. Uma dor cortante e dilacerante atravessou meu peito, deixando-me sem ar, como se tivesse sido atingida por um raio poderoso e implacável. Naquele momento de terror, tudo ao meu redor se distorceu, transformando em uma cena de pesadelo que se desenrolava diante dos meus olhos.

Os pássaros que antes voavam livremente pelo céu agora voaram de forma caótica , como se soubessem que algo terrível estava prestes a acontecer. E então, erguendo o olhar, avistei aquele pássaro, o Quebra-Nozes. Sua presença só intensificou a dor que se espalhava por todo o meu ser, desafiando minha capacidade de compreender o que estava acontecendo ao meu redor. Cada batida do meu coração ecoava como uma martelada na minha mente, um lembrete constante da tragédia.

Em meio à agonia, memórias queridas e momentos preciosos invadiram minha mente, como se minha vida inteira estivesse passando diante dos meus olhos em um último suspiro de desespero. Se eu pudesse, voltaria no tempo e mudaria cada escolha que me trouxe a este momento de dor e perda insuperável. Mas agora, tudo o que me resta é o lamento silencioso por tudo o que poderia ter sido e não foi.

Deitada no meio das pétalas macias das flores, virei o rosto para o céu e fui recebida por um pôr do sol deslumbrante. As cores vivas pintavam o céu, misturando-se em tons de vermelho, laranja e dourado, como se estivessem em uma festa no céu. Cada raio de luz parecia dançar suavemente, como se estivessem celebrando o final do dia de uma maneira majestosa e mágica. Era impossível não se sentir emocionada diante desse espetáculo celestial.

Enquanto eu permanecia ali, caída em cima dos meus segredos e cercada pela delicadeza das flores, sentia uma testemunha frágil da grandiosidade da natureza. Um silêncio sereno envolvia o ambiente, apenas quebrado pelo suave murmúrio do vento entre as folhas das árvores. De repente, um ruído inesperado rompeu a tranquilidade, ecoando como um trovão em minha mente. Meu coração começou a bater descompassadamente, enquanto uma onda de dor percorria cada fibra do meu ser. Mesmo sem precisar olhar, eu sabia que o relógio marcava 17:55, o momento exato em que o céu se pintava com suas tonalidades únicas, anunciando o fim iminente do dia e, talvez, o meu próprio fim. Era como se estivesse diante de uma contagem regressiva para o meu último suspiro, um lembrete cruel da vida.

Deitada, meu peito se erguia e caía em respirações cada vez mais fracas, meu corpo parecia estar desligando aos poucos. Meus olhos, uma vez tão vivos e cheios de brilho, agora estavam opacos, perdendo o foco enquanto fitavam o nada. Meus lábios se moveram em uma tentativa fraca de falar, mas apenas um sussurro rouco escapou. Meu rosto, antes repleto de expressão, agora estava pálido e sereno, como se estivesse se despedindo do mundo ao seu redor. E então, em um último suspiro, minha respiração cessou, deixando para trás apenas um silêncio solene e a sensação de que um capítulo havia chegado ao fim.

 E então, em um último suspiro, minha respiração cessou, deixando para trás apenas um silêncio solene e a sensação de que um capítulo havia chegado ao fim

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1° Volume - Jardim de Lenar Muller (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora