Chapter Twelve

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QUANDO SIRIUS LHE dissera que aquela seria uma noite inesquecível, Lily apenas não imaginava que seria inesquecível daquela forma. Sua máscara coberta de feltro verde fazia jus aos seus olhos, e ela sabia, que por ser uma das poucas ruivas ali presentes, seria difícil não reconhece-la. Lily agradece pelo baile de aniversário, realmente. Mas ela não gostava deles.

Lily andava por um corredor, precisava ficar sozinha um pouco, sentia-se com um estranho aperto em seu peito e aquilo nunca acontecera.

Seus olhos verdes rodeavam os quadros no corredor, e vez oh outra, sorria ao ver os sorrisos de Sirius e Remus em algumas pinturas. Ela queria isso, queria esse amor que transparece até mesmo por um quadro pendurado na parede.

Ela queria ser amada.

Havia notado a intenção de James Potter há algum tempo, mas ele não a amava, não. Apenas a desejava, e Lilian sabia que esse desejo não duraria por muito tempo. Isso estava explícito sempre que o olhava, sempre que via a interação de James e Regulus. Se pertenciam, estava óbvio, mas Regulus está noivo e James acredita estar apaixonado por ela.

Ouviu um barulho estranho vindo de uma sala. Ela sabia que não deveria abrir, sabia que talvez fossem apenas dois amantes, mas sua curiosidade gritava e seu peito apertava, enquanto sua mão estava na maçaneta, apenas a espera de ser girada por ela.

Lilian se forçou a ficar calma enquanto pensava no que fazer. Era óbvio que precisava se afastar daquela maldita porta e ir encontrar Regulus, antes que pudesse fazer algo que considerava irrevogável.

Ela respirou fundo, sentia algo estranho em seu estômago e sua respiração não parecia normal, enquanto girava a maçaneta.

Ah — fora tudo que conseguiu dizer. Ela reconheceria quela nuca em qualquer lugar, havia se apaixonado no mesmo instante que o vira. E, para a sua surpresa, Severus Snape não estava sozinho naquela sala, e ela desejava veementemente, que não fosse ele alí. Não ele.

Severus estava usando uma máscara preta, seus cabelos estavam um pouco maiores, mas ela o reconhecera sem precisar ver seu rosto. Sem precisar ouvir sua voz. Ela o reconheceu, mas desejava não ter feito.

Snape se ergueu de abrupto, a jovem que estava embaixo dele choramingou, ele olhou para a porta, os inconfundíveis olhos verdes estavam com lágrimas, que rolavam por suas bochechas rosadas. Seus olhos foram de Lilian para a moça desconhecida, e em seguida para Lily novamente.

Deus, o que ele havia feito?

— Lily... Eu...

Lily correra, a voz de Snape lhe causou uma ânsia que nunca havia sentido antes, não sabia para onde estava correndo, apenas precisava sair dali o mais rápido possível. Ela não soube em que acabara esbarrando, sua voz não saía, ela desejava se desculpar com quem quer que fosse, mas sua voz estava  presa em sua garganta e ela sabia, que se abrisse a boca, não sairia nada além de um doloroso lamentar.

Quando se dera conta, já estava nos jardins da mansão, seu peito ardia, implorando por ar, mas seu corpo parecia se negar a dar-lhe. O salto em seus pés quebraram repentinamente, fazendo-a cair sobre a grama molhada e só então ela percebeu que chovia, suas lágrimas se misturavam com a chuva, seus cabelos já não estavam mais com o penteado que as criadas a ajudaram a fazer, seu vestido escuro havia rasgado, deixando suas pernas a mostra. Em algum momento, Lily se viu em pé, os saltos em suas mãos, ela caminhara até a beira do lago, precisava se acalmar, precisava se recompor.

Um toque sutil em seu ombro a fizera levantar o olhar, a primeira coisa que vira fora os olhos azuis dele, logo os cabelos ruivos e os trajes simples que usava. A máscara estava em sua mão, ele se sentou ao lado de Lily, retirando o terno escuro e pondo-o sobre a cabeça da ruiva, protegendo-a da chuva.

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