¹⁵⁷Pᴇᴛᴇʀ Pᴀʀᴋᴇʀ - ❤️

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Sempre penso na primeira vez em que a vi. Eu estava indo para o meu primeiro dia de estágio e do nada começou a chover. Corri até o ponto de ônibus para me proteger da chuva e a vi andando do outro lado da rua.

Um vestido florido, sapatinhos, e um coque adorável. Rapidamente ela tirou um guarda chuva de dentro da bolsa para se proteger e continuou andando.

Mas a chuva se intensificou, e os ventos ficaram violentos, em meio minuto o guarda chuva se destruiu e ela ficou ensopada.

Qualquer pessoa teria ficado irado, mas não ela. S/n jogou o guarda chuva na lixeira, fechou os olhos e abriu os braços. Recebendo a chuva como uma benção.

Depois ela deu meia volta e retornou para os dormitórios da faculdade, que ela dividia com seu namorado.

Eu soube uma semana depois que quando ela chegou, pegou o namorado com sua melhor amiga na cama.

O fato se espalhou rapidamente pela faculdade, parecia que ele fazia isso a tempos, e não somente com a amiga, mas com outros colegas, e até pessoas fora da faculdade.

Talvez aquela chuva realmente tenha sido uma benção pra ela.

Isso foi no início do semestre. E até hoje eu ainda a vejo, e ela não me parece mais a garota que abre os braços para a chuva.

A fofoca sobre a vida dela se espalhou bem rápido pelo campus, e veio a mim a notícia de que o ex namorado estava namorando com a ex amiga.

Seis horas da noite, após forçadas horas extras, eu saio do prédio. Os fones de ouvido estão quase descarregando, tenho ainda meia hora, por sorte se eu conseguir pegar o ônibus que passa em... e lá se vai o ônibus, perdi.

Coço a cabeça buscando uma solução, olho ao redor. O próximo ônibus demoraria 120 minutos para passar, quase metade do tempo que levaria se eu fosse a pé.

Eu gosto de andar, andar é bom, acho que já me decidi. Ainda tenho 30 minutos de música para ouvir.

Coloco os fones de ouvido e pego o celular para colocar numa playlist aleatória. Mas antes de dar play, sinto uma cutucada leve nas minhas costas.

— S/n?

Eu disse o nome dela. Sou tão estupido. Mas ela nem estranhou eu saber como seu nome é, considerando que se tornou famosa por causa traição, já deve estar acostumada.

— Meu celular está sem sinal, o seu está funcionando?

Nervoso, eu olho para a tela e vejo que não tem nenhuma barrinha. Seguro o aparelho com força, tenho medo de ser traído por meu comportamento errático e deixar o celular cair no chão. Nada seria ainda mais patético que isso.

— Não. Que estanho. Até agora pouco estava funcionando...

— Que ótimo. — Bufou.

Ela estava de calças jeans, camiseta preta, cabelo preso, tênis e mochila preta. Visual muito mais sóbrio do que costumava ser. Seu lábios estão sem batom, mas vejo uma fina linha preta atrás dos cílios.

IᗰᗩGIᘉᕮS ᗞᑕ ᕮ ᗰᗩᖇᐯᕮᒪ ⁽ˡᶦᵛʳᵒ ³⁾Onde histórias criam vida. Descubra agora