Capítulo 16

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Quando Harry chegou em casa, Tom estava sentado no sofá, aparentemente o esperando. Ele sentiu seus músculos tensionarem, a calma e o relaxamento resultantes de sua conversa com o professor totalmente esquecidas.

Sabendo que não conseguiria escapar dessa conversa, paro de andar a apenas alguns metros de onde Tom está sentado.

Ele -que me observava desde que passei pela porta- finalmente fala.

"Onde esteve?"

Sinto meu sangue esquentar. Isso não é da conta dele. Reprimo minha vontade de o estrangular e respondo calmamente. Não estou com vontade de brigar. Ainda.

"Estava visitando o professor Dumbledore. Ele me chamou para almoçar e me ofereceu um emprego."

Sim, esse havia sido outro tópico da discussão dos dois. Dumbledore decidiu que a melhor maneira de Harry sempre poder vir a Hogwarts sem nenhuma desconfiança da parte de tom seria ele ser contratado.

As suas aulas seriam eletivas e a partir do quinto ano. Harry estaria ensinado técnicas de combate e defesa, além de duelos formais e informais.

Felizmente, ele foi treinado pelo mestre, que era formalmente mestre de duelos, feitiços e transfiguração. Além, é claro, de artes das trevas, o que era informal. O mestre também é uma das poucas pessoas vivas com conhecimento mediano de necromancia.

Harry planeja pegar seu mestrado de duelos e defesa contra Artes das Trevas amanhã a tarde, no ministério, após a reunião habitual do Wizengamot.

As sobrancelhas de Riddle se erguem.

"E as reuniões do Wizengamot?"

"São aulas eletivas, somente para alunos a partir do quinto. Não é muito, e vou organizar para não sobrepor nenhuma das reuniões. Não se preocupe com isso."

Com isso ele bufa e da um sorriso de escárnio.

"Por favor, tudo que você faz sempre me causa algum problema. É difícil confiar que você estará num castelo cheio de crianças e que tudo ficará bem."

A raiva tenta tomar o controle, mas uma parte de mim sabe que ele está certo. Eu sempre acabo causando problemas onde quer que eu vá.

Mudo de assunto bruscamente.

"E as coisas no ministério? "

Tom sorri com conhecimento da causa.

"Depois de amanhã teremos outro baile beneficente. "

Harry colocou as mãos sobre o rosto e se jogou na outra extremidade do sofá. Ele mal pode reprimir um gemido.

"O que os políticos tem com bailes?!"

Era uma noite de gala no Ministério da Magia, e o salão estava repleto da elite bruxa. As conversas eram um misto de sussurros conspiratórios e risadas forçadas. Harry e Tom chegaram juntos, mas mantinham uma distância segura, seus sorrisos para o público mascarando a tensão entre eles.

Harry estava perto de uma mesa de bebidas, pegando uma taça de vinho, quando sentiu a familiar presença de Tom ao seu lado. Ele se virou e encontrou os olhos penetrantes de Tom, que o observava com um sorriso enigmático.

"Harry," disse Tom, sua voz baixa mas carregada de intenções. "Você está mais quieto do que o normal hoje. Alguma coisa te incomoda?"

Harry franziu a testa, tentando esconder sua irritação.

"Tom, você sabe tão bem quanto eu que essas festas são uma fachada. Todos aqui têm segundas intenções."

Tom deu um gole em sua bebida, seus olhos nunca deixando os de Harry.

"E qual é a sua intenção, Harry? O que você realmente está planejando?"

Harry sabia que precisava ser cauteloso. Tom tinha uma habilidade única de arrancar segredos das pessoas.

"Nada que te interesse, Tom. Apenas tentando sobreviver a mais uma noite de falsidades."

Tom se aproximou um pouco mais, a proximidade aumentando a tensão entre eles.

"Nós dois sabemos que você é muito mais do que isso, Harry. Você tem planos. E eu estou curioso para saber quais são."

Harry sentiu um arrepio percorrer sua espinha. A química entre eles era inegável, mas ele sabia que não podia ceder. Não aqui, não agora.

"Você está imaginando coisas, Tom. Agora, se me dá licença, vou pegar um pouco de ar fresco."Harry se afastou rapidamente, sentindo o olhar de Tom em suas costas. Ele saiu para o terraço, onde o ar fresco da noite oferecia um alívio momentâneo. Mas ele sabia que não podia fugir para sempre. Precisava confrontar Tom e esclarecer suas intenções. Refletindo, Harry decidiu que ele iria tentar fazer uma aliança com Tom. Assim, suas chances de ajudar a irmã seriam maiores, assim como seu apoio.

Pouco depois, Tom apareceu no terraço, seu rosto ainda exibindo aquele sorriso enigmático.

"Pensou que poderia escapar de mim tão facilmente?"

Harry se virou para encará-lo, cruzando os braços.

"O que você realmente quer, Tom?"

Tom se aproximou, a distância entre eles diminuindo perigosamente.

"Eu quero saber a verdade, Harry. O que você está escondendo? O que está planejando?"

Harry sabia que não podia mais evitar. Precisava falar. Com um aceno de mão, fortes proteções surguram para evitar serem ouvidos. "Eu tenho um plano para derrubar meu pai, mas preciso da sua ajuda."

Tom ergueu uma sobrancelha, intrigado.

"E por que eu deveria te ajudar?"

Harry encontrou os olhos de Tom, vendo a curiosidade brilhando lá.

"Porque se conseguirmos derrubá-lo, teremos mais poder e controle sobre o futuro do nosso mundo. Isso beneficia ambos."

Tom se aproximou ainda mais, até seus rostos estarem a poucos centímetros de distância.

"E o que você está planejando?"

Harry hesitou por um momento, mas sabia que precisava ser honesto. "Meu pai tem muitos segredos, e eu tenho informações que podem destruí-lo. Mas preciso de aliados poderosos para fazer isso acontecer."

Tom analisou Harry, seus olhos brilhando com interesse.

"E você está me pedindo para ser seu aliado?"Harry assentiu, sentindo seu coração acelerar.

"Sim. Precisamos estar unidos nessa. Podemos não gostar um do outro, mas precisamos um do outro."

Tom sorriu, um sorriso que era ao mesmo tempo perigoso e encantador, que fez a respiração de Harry falhar.

"Muito bem, Harry. Uma trégua, por enquanto. Mas saiba que estarei de olho em você."

Harry sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas afastou a sensação, focando-se na missão. "E eu em você, Tom."

A trégua estava formada. Não era baseada em confiança, mas em necessidade mútua e um entendimento tácito de que juntos seriam mais fortes. Os problemas e as discussões não desapareceriam, mas agora tinham um propósito maior que os unia.

O marido de Tom Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora