O marido de Tom Riddle

Capitulo 10

Dorian on:

Hoje foi um dia bom.

Estou contente com os resultados. Claro, a falta de reação externa foi frustrante, mas francamente, já esperava isso de Riddle, afinal, um político que se preze jamais deixaria sua máscara cair.

Harry, porém, foi decepcionante. Quando estávamos em Durmstrang, ele era explosivo. Me lembro excepcionalmente daquele dia, no nosso último ano. Ele havia recebido uma carta de seus pais, e a magia dele naquele dia era... sombria e intensa.

Eu acredito que era de seus pais, mas não cheguei a descobrir o conteúdo.

Então, a escola acabou, eu fui começar meu caminho na política e Harry desapareceu do mapa. Suas cartas eram vagas, suas palavras vazias. Quando descobri que ele estava na França, encontrei uma desculpa e fui até ele. Nosso relacionamento meio que acabou junto com a escola, e poucas semanas depois de nos reencontrarmos, reatamos.

Harry estava estranho. Ele vivia cada vez mais cansado, tinha pouco tempo livre. Além disso, as conexões com as mais distintas pessoas, que às vezes nem mesmo eu tinha contato, me deixaram curioso. Com um pouco de pressão, ele me apresentou seu mestre.

Quando Harry me contou que era bisneto de Grindelwald, tantos anos atrás, fiquei nada além de chocado. Pelo que sei, não há um descendente desidentificado do homem. Na época, fiquei confuso. Claro que eu sempre fui o melhor da turma, mas raios, o bastardo era o melhor da escola. Harry era inteligente e poderoso, mas o mestre estava escondido da sociedade. Como ele entrou em contato com ele e mais, como foi aceito discípulo?

Havia muitas perguntas e poucas respostas.

Foi um dia como os outros. Eu estava nervoso. Uma sensação de antecipação borbulhava no fundo do estômago.

Eu, Harry e o mestre estávamos tomando café da manhã. Então, Harry me contou que era um necromante. As possibilidades se abriram como se uma barreira tivesse sido arrancada. Eu sabia que Harry não era leve. Bruxos leves não faziam as coisas que ele fez na escola junto comigo. Não. Ele era escuro. Muito escuro. Mas quando eu disse isso a ele, que se ele usasse seus poderes para controlar a França, o mundo estaria à sua disposição em um estalar de dedos.

Infelizmente, Harry reagiu mal. Foi por isso que eu havia dito que Harry fugiu. Pois ao invés de investir em suas habilidades únicas, ele deu as costas às oportunidades, aos seus poderes, e especialmente fugiu de mim. Agora ele iria se arrepender amargamente disso.

Harry on:

Assim que saímos da casa de Dorian, Tom e eu aparatamos para o quintal da mansão. Ficamos algum tempo parados, perdidos em nossos próprios pensamentos.

Não sei o que fazer. Estou confuso e não sei como Tom vai reagir. Afinal, ele sempre manteve aquela máscara fria e sem sentimentos dele.

Estou com raiva. Tanto tempo se passou, minha vinda para a Inglaterra e o casamento me fizeram praticamente esquecer tudo o que aconteceu.

Mas afinal, algumas coisas não valem a pena lembrar, e eu fiz um esforço inconsciente para esquecer tudo isso. Entretanto, agora ele aparece aqui do nada, achando que pode interferir na minha vida. Ele é um idiota, só quer vingança. Conheço-o o suficiente para saber que ele deve estar magoado por eu não ter aceitado fazer o que me pediu.

Mas eu jamais poderia me tornar aquilo. Não. Ainda gosto de pensar que sou justo o suficiente para não tentar coisas tão bárbaras. A liberdade e a paz são algo muito importante. Não importa o que algumas pessoas digam. A liberdade deve ser defendida, e a paz é o melhor caminho, na maioria das vezes, ao menos, e ser um ditador, ou pior, um Lorde das Trevas como meu avô, como Dorian queria que eu fosse, comprime a liberdade, inicia guerras e destrói famílias.

Tom começa a andar até a porta principal. Eu o sigo, pensativo.

Dorian tem algum problema muito grave. Ele considerar por si só tomar a França à força diz muito sobre sua personalidade, e eu mal posso acreditar que demorei tanto para entender isso. Não me admira que o mestre nunca gostou de Dorian.

Tom e eu entramos na casa, e vamos direto até a sala de estar. Ele vai em silêncio até o sofá e se senta. Sei que eu provavelmente deveria conversar com ele, tentar explicar alguma coisa. Mas no final, isso não tem nada a ver com ele e eu não tenho o que explicar.

Ando até a porta, preparado para ir aos meus aposentos tomar um bom banho e dormir pelas próximas doze horas, mesmo não tendo anoitecido ainda.

"Harry. Sente-se aqui."

Paro na porta. A voz de Tom é tão fria e controlada que mal posso impedir um estremecimento.