Ao sair do estabelecimento, Asta se pôs a correr com toda a velocidade que podia alcançar, ou seja, a uma velocidade quase assustadora atingida não só pela ansiedade de encontrar os companheiros como também pelos anos de treino pesado.
As pessoas que o viam realmente não se importavam muito, era costumeiro ver um vulto preto passando como uma flecha de vez em quando.
Vanessa passara todo o tempo indicando objetos mágicos para Noelle, mas até então nada combinava com ela. A mais nova era um tanto quanto exigente, para dizer o mínimo. Que culpa ela tinha se nenhum dos itens se dava bem com a magia dela? Ora, de forma alguma ela escolheria algum daqueles colares ridículos que a dona da barraca dizia combinar com ela, a Silva não confiava nela nem por um único segundo, quer dizer, como a velha podia dizer que combinava sendo que a princesa nem havia deixado o rosto à mostra?
A rosada fez o que podia, entendendo que as opiniões poderiam travar uma pequena guerra entre si durante o processo, porém, aparentemente, saber disso não era de muito consolo, cada uma estava decidida a defender o que pensava.
Minutos se passaram até que o ruído dos passos de Asta chegasse aos ouvidos das duas moças, era notável que ele estava correndo. A Enoteca se virou para o lado de onde vinham os sons e abriu os braços de uma forma tão automática que nem ela mesma percebeu.
O grisalho se jogou nela e lhe rondou o pescoço com os braços da forma como costumava fazer, era quase uma lei a forma como se abraçavam.
O corpo do garoto era pesado, grande, consequência dos músculos bem treinados, o da mulher era magro, ela era treinada, já havia participado de batalhas, mas ainda não era suficientemente forte para aguentar o do outro, esse foi o motivo de os dois quase terem caído no chão, o motivo para não ter acontecido foi muita sorte.
Somente aquele ato já era o suficiente para as pessoas ao redor reconhecerem.
Os cidadãos que por ali passavam viam aqueles dois com frequência, eram os únicos encapuzados que se tratavam de tal forma. Os mais velhos sabiam que eram família, pois presenciaram parte do crescimento dos dois, os mais jovens pensavam que eram amantes e imaginavam o tipo de história romântica e perigosa que estariam vivendo.
O garoto se separou da mais velha e esta pode notar como os olhos verdes dele brilhavam, pareciam emitir luz própria, eram cativantes de uma forma que poucos resistiam a beleza transmitida por eles. Vanessa achava que eram as coisas mais perfeitas de todo o mundo, talvez porque fosse algo relacionado a um ente querido, mas não importava tanto assim realmente, ela não fazia questão de saber o motivo.
⎯⎯Seus brincos estavam prontos?⎯⎯ A resposta era óbvia, a moça podia até mesmo ver os brincos por causa da proximidade, mas não pode evitar de perguntar, o outro parecia pedir silenciosamente por isso.
⎯⎯Estavam sim!⎯⎯ Respondeu, com um sorriso enorme enfeitando o rosto, ele estava esperando pela pergunta apenas para garantir que a irmã notara as jóias, ele sabia que ela provavelmente o faria, mas gostava de ter certeza, era algo importante para ele.
⎯⎯Brincos? Os quais você comentou antes, Veterana Vanessa?⎯⎯ Noelle indagou, dando dois passos à frente.
⎯⎯Os próprios!
A platinada inclinou a cabeça, tentando encontrar os brincos, queria ver se eram como ela imaginava sem que percebessem.
Ela era uma princesa e as princesas não deveriam ser curiosas, muito menos quando o assunto não lhes dizia respeito, qualquer um que fosse.
⎯⎯Agora que voltaram eu vou poder fazer um montão de coisas!!⎯⎯ Contou, com um sorriso tão grande que obrigava os olhos a se fecharem e contagiava a todos que viam, a Silva, por exemplo, se sentiu compelida a entortar os lábios para cima.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O último descendente
FanfictionContrariando o desejo da alma que habitava em si, o corpo de Asta estava de pouco em pouco roubando a vida dos seres ao redor desde o começo de sua existência, isso não só lhe causou um trauma que levaria suas consequências até o fim como também o f...