Durante a primavera do mesmo ano em que as crianças decidiram que caminhos seguir.
Yuno estava a concentrar o máximo de mana que conseguia na palma de sua mão em uma tentativa de acionar sua magia pela primeira vez, tal modo de ativação havia sido ensinado pelo padre que a pouco havia deichado de observar o moreno para voltar a suas tarefas, o garoto já estava naquilo a um bom tempo e estava começando a lhe parecer algo impossível, mesmo assim não poderia desistir, não depois de decidir que cargo alcançaria antes de seu irmão de olhos esverdeados.
O menino fechou seus olhos com força após inflar suas bochechas, sem perceber prendeu sua respiração, tentando enviar ainda mais mana para sua mão. Um brilho esverdeado começou a tomar conta de seu palmo enquanto algo quase invisível passou a voar em círculos em cima, então, um pequeno redemoinho se formou, ao ver o que havia feito seus olhos âmbar brilharam como estrelas e sua boca se abriu revelando um enorme sorriso.O pequeno usuário de magia de vento ficara tão impressionado consigo mesmo e com sua magia que acabou esquecendo de continuar a controlar a mesma, que saiu de controle se tornando maior e levantando poeira; folhas e galhos, não levou muito tempo para que todo aquele vento desaparecesse, mas fora o suficiente para deichar uma árvore pequena careca e chamar a atenção de um certo grisalho.
⎯ Uau...! ⎯ Disseram em coro ainda encarando a árvore sem uma única folha presa em si.
⎯ ISSO FOI INCRÍVEL YUNO!! ⎯ Asta vibrou jogando um de seus punhos contra o ar, talvez por sua inocência infantil aquilo lhe parecia algo tão incrível quanto uma magia de alto nível, e ele gostaria de fazer algo parecido com sua própria mana.
⎯ Obrigad- ⎯ Asta viera correndo até ele o olhando admirado com olhos que se assemelhavam a esmeraldas que estavam sendo espostas a uma luz tão forte quanto a do próprio Sol.
⎯ ME ENSINA! ⎯ Gritou com seu rosto tão perto do de Yuno que as pontas de seus narizes quase se encontraram, as bochechas do mais alto se avermelharam, não só pela aproximação repentina, aquela atenção que estava recebendo o agradava bastante.
⎯ Ok! ⎯
Após receber a mesma explicação que o padre dera a seu irmão, o grisalho tentava concentrar sua mana na palma da mão, mas não funcionava, ele sequer estava sentindo a mana. Se colocou em variados tipos de posições que encontrara; tentou puchar algo que estivesse dentro de si; tentou empurrar por fora, expremendo seu braço com toda força que conseguia usar, nesse meio tempo Yuno teve tempo de mostrar sua magia aos outros que comemoravam alegremente dentro da igreja.
Por algum motivo nada acontecia e o garoto estava começando a se irritar. O céu que antes fora azul, agora estava sendo tingido de laranja pela partida do sol.
Ainda tentando expulsar qualquer energia de dentro de si, Asta bateu as palmas de suas mãos com força no chão, o menino finalmente sentiu algo deichando seu corpo. Uma luz sem cor emanava das mãos do grisalho, iluminando todo o local, tal brilho passou a correr pelo solo alimentando as plantas em que encostava e as dando tanta vida quando jamais tiveram antes, flores desabrochavam por todo canto enquanto pessoas saiam de suas casas ou paravam oque estavam a fazer para procurar com os olhos de onde vinha tal coisa que iluminava e dava vida a toda Hage. Aos poucos a luz foi se dissipando.
Os outros moradores da igreja encaravam o acinzentado boquiabertos, os adultos se perguntavam como uma criança poderia fazer algo assim, já os menores foram correndo em direção a Asta para dar os parabéns e pedir que ele repetisse o ato, mas acabou não conseguindo, afinal aquela havia sido a primeira vez e ele não tinha um bom controle sobre aquilo.
Ainda observando o garoto que gritava aos quatro ventos o quanto a sua, suposta, magia de planta era a mais legal de todas, o padre lembrava que havia chegado a hora de entregar algo a ele, algo que fora deichado em sua cesta a anos atrás junto de um bilhete.
════.✾. ═
⎯ Então, oque você queria me mostrar padre? ⎯ Perguntou ansioso pelo que viria, também quase nunca entrava no quarto do mais velho.
⎯ Espere um pouco. ⎯ Estava a procurar no armário por uma pequena caixa negra, a única coisa de que se lembrava era de que a mesma estava no fundo de seu armário para que ninguém encontrasse antes do previsto. ⎯ Achei! ⎯ Exclamou quando sentiu algo na forma de um quadrado em sua mão, havia finalmente a encontrado, estava coberta por poeira mas tirando isso ainda estava como da última vez em que fora vista pelo velho, logo a entregou ao menino que estava quase dando pulinhos.
Ao receber tal item, Asta sentiu algo estranho, uma sensação familiar, uma voz soava em sua mente mas ele não entendia oque ela estava dizendo. Um pouco hesitante, o garoto abriu a pequena caixa revelando um pedaço de papel com algo escrito.
𝓟𝓪𝓻𝓪 𝓺𝓾𝓪𝓷𝓭𝓸 𝓿𝓸𝓬𝓮 𝓾𝓼𝓪𝓻 𝓶𝓪𝓰𝓲𝓪 𝓹𝓮𝓵𝓪 𝓹𝓻𝓲𝓶𝓮𝓲𝓻𝓪 𝓿𝓮𝔃.
- 𝓜𝓪𝓶𝓪𝓮
O grisalho sentiu lágrimas se formarem em seus olhos sem sua permição, se perguntava se aquilo era para ele, algo em si dizia que sim, olhou para o homem à sua frente como se perguntasse se era mesmo isso, o outro apenas concordou acenando com sua cabeça.
⎯ Isso estava com você quando eu te encontrei. ⎯
Sem perder mais tempo, com cuidado o garoto retirou o bilhete, abaixo do papel se encontravam belos brincos com pedras verdes assim como os olhos do dono, decorados com algo tão dourado que até mesmo se parecia com ouro. Os olhos do dono das jóias brilhavam mais do que as pedras em suas mãos, os motivos em seu maioria eram pelas lágrimas recentes.
⎯ Oque achou? ⎯ Não recebeu resposta alguma, mas só de ver a expressão do pequeno já poderia deduzir em que ele pensava.
Assim que o garoto tocara nos brincos imagens vieram em sua mente, na verdade estava tudo escuro e uma voz doce ecoava em sua mente, ela parecia falar com alguém em específico e as vezes consigo mesma, outras vozes nunca vinham. Após um tempo a ouvindo, Asta percebeu que aquelas eram suas próprias lembranças de antes de seu nascimento, de quando ainda estava no útero de sua mãe, da mulher que ditava aquelas palavras para si, as lágrimas em seu rosto aumentaram drasticamente, mais tarde sua suposição fora confiramada quando lembranças de sua chegada ao mundo vieram, e, então, pode pela primeira vez em anos olhar nos olhos de sua mãe, que eram iguais aos seus, o restante de suas memórias se passaram como uma flecha e pode ouvir alguém o chamando.
⎯ Asta! ⎯ O homem balançava a criança a algum tempo, já que a mesma estava paralisada com os olhos agindo como torneiras, aquilo estava o assustando. ⎯ Você está bem? ⎯ Perguntou quando o outro voltou a realidade.
⎯ Eu... ⎯ O menino desejava contar a verdade, porém suas lembranças diziam para que dissesse o contrário, então, deu o maior sorriso que conseguia e mentiu para o velho padre.
════.✾. ═
VOCÊ ESTÁ LENDO
O último descendente
FanficContrariando o desejo da alma que habitava em si, o corpo de Asta estava de pouco em pouco roubando a vida dos seres ao redor desde o começo de sua existência, isso não só lhe causou um trauma que levaria suas consequências até o fim como também o f...