Página 18|Que comece a caçada

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Na floresta, rondando Saussy, estava o trio de cavaleiros mágicos. Asta segurava com força um javali pelas presas enquanto era observado de longe por Noelle e Magna.

⎯⎯Dis... GRAÇA!⎯⎯ Reclamou, aquele animal era mais forte do que pensava, já havia lidado com javalis comuns, contudo selvagens eram diferentes até demais. ⎯⎯"O que é que esses bichos comem?! Ou será que ficam treinando quando ninguém vê?!"

A imagem divertida de um dos animais levantando uma árvore como exercício lhe veio à mente. Ele estava sendo pouco a pouco empurrado e os pés deixavam marcas na terra, arrancando grama.

O veterano, que só estava ali caso um suporte fosse necessário, presenciava tudo estando sentado na sombra de uma árvore, recostado no tronco da mesma. Noelle estava de pé, olhando aquilo com certa preocupação para com o companheiro de equipe, ele parecia estar tendo dificuldade.

⎯⎯"Não foi ele quem disse que conseguia acabar com todos só com as mãos?"⎯⎯ Pensou receosa, talvez aquele cara não fosse tão forte quanto pensava.

Porém, no entanto, ao terminar a fala mental, a Silva viu o grisalho erguer o animal para cima, ainda o segurando apenas pelas presas, e jogar as costas dele contra o chão, ele levantou os braços e riu orgulhoso da vitória, antes de outro javali chegar por trás e o jogar para cima.

⎯⎯Olha, nós não deveríamos ajudar ele?

⎯⎯Eu preciso de uma parada, 'pra' descansar um pouquinho. A minha mana 'fico' esgotada depois de carregar vocês dois até aqui.⎯⎯ Um grito soou pelo local e o mais velho riu. ⎯⎯Ele vai ficar bem, esse cara é duro na queda.

⎯⎯Mas é que-

⎯⎯A missão é sua, Lelé, ele nem 'devia tá' lutando com os 'bixo pra' começo de conversa. Se quer tanto, pode ir você.

A menina se calou, não era comum ser interrompida por alguém além dos irmãos, ninguém nunca se atreveu, todavia não sentiu a necessidade de rebater, ao invés disso faria o que ele disse, ajudaria o acinzentado, pois ele e a fala mal educada estavam certos, aquela era a missão dela, não do outro novato.

Se aproximou-se de uma provável batalha prestes a ser iniciada com o grimório aberto, juntou as mãos com as palmas abertas em direção ao javali, destas uma luz azulada saiu e se tornou uma esfera de águas caóticas.

⎯⎯Eu consigo...!⎯⎯ Disse, mirando no animal, para a sorte dele o feitiço passou de raspão e acertou o garoto e o fez ir contra uma parede pedras.

⎯⎯'DUEUUUUU'!!

⎯⎯Não fui eu.

⎯⎯COMO NÃ- AAAAAAAAA!⎯⎯ O javali se aproveitou da abertura e acertou o garoto outra vez, o jogando para cima. O swing gargalhava com a cena.

A garota virou o rosto e não notou o animal virando a face para ela com olhos fulminantes.

⎯⎯TE PEGUEI!!⎯⎯ O garoto de estatura baixa acertou o javali selvagem com o próprio punho na cabeça e o fez cair desmaiado antes que ele pudesse tentar qualquer coisa contra a outra. ⎯⎯Aleluia!

⎯⎯Mandou bem, Asta.⎯⎯ Disse o veterano, se aproximando, batendo levemente as palmas, recebeu um sorriso em resposta. ⎯⎯Só que... O trabalho não acabou ainda não.

Logo ao lado estavam mais alguns javalis selvagens, o garoto olhou para eles com determinação.

⎯⎯Beleza! Pode deixar que eu e a madame realeza vamos dar um jeito neles!

⎯⎯É Senhorita Silva para você, e sim, nós vamos.

⎯⎯Pode ir na frente, então.

⎯⎯E vou mesmo!

O último descendenteOnde histórias criam vida. Descubra agora