Página 17|Dia a dia

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(Peço perdão pela demora, eu estive tendo muitos problemas nestas últimas semanas, com a escola, para ser mais exata.)

O sol nascia mais uma vez, majestoso e glorioso como sempre, nada fora do usual. E era neste momento que a manhã se iniciava, bem cedo, pois haviam muitas coisas que precisavam ser feitas, e o encarregado de (quase) todas elas era Magna Swing, o auto proclamado braço direito do Capitão, já que certos novatos se recusaram a fazê-las.

Primeiramente, para a sorte de Noelle e o problema com poeira que a assombra diariamente, o dos óculos engraçados limpava cada móvel da base, incluindo mesas, estantes, cadeiras, vasos, portas, prateleiras, armários, e todas as outras coisas que poderiam ser chamadas de "móveis".

Em segundo lugar, ele se ocupava passando pano no chão sem o uso de qualquer utensílio além de um pano branco e as próprias mãos.

Aliás, ele funcionava como um despertador, pois em algum momento chegava a hora de limpar os quartos. A primeira a ser expulsa do quarto era sempre Charmmy, já que era ela quem cuidava da comida, logo depois vinham Asta e Noelle, nesta mesma ordem, por puro ódio do veterano, o qual realmente não gostava da idéia das responsabilidades com limpeza não serem passadas para os novatos naquele ano.

Com o grisalho de pé, o moreno podia se deliciar com o prazer que era vê-lo trabalhando, mesmo que somente na parte das roupas e das feras do chefe, ele sinceramente gostava muito de ver o segundo acontecendo. Resumindo, eles tinham concordado em dividir algumas poucas tarefas, bem poucas.

⎯⎯Lava bem, Muleke. Quero ver essas roupas branquinhas!⎯⎯ Ditava, com os braços cruzados, observando o menor como se fosse o superior dele, até era, mas não o garantia muitos direitos.

⎯⎯É o que eu tô fazendo, tá vendo não?

⎯⎯É bom mesmo! E abaixa esse tom 'pra' falar comigo!

O elfo suspirou e terminou uma peça de roupa, ao pegar outra na pilha ao lado foi surpreendido por uma vestimenta íntima feminina na cor vinho, ele sabia bem de quem era e por isso não deu qualquer tipo de importância para ela, claro que, se fosse o de outra, no mínimo o nariz dele teria sangrado como o de Gauche faz quando vê uma foto da irmã. No fim, o Swing foi quem sangrou, e o menor garantiu que não fosse apenas por um único motivo com um soco na mandíbula dele, pois se sentiu irritado em causa da perversão daquele homem para com Vanessa.

⎯⎯Olha de novo que eu enfio uma estaca de madeira em cada olho seu.⎯⎯ Ameaçou, criando pedaços de madeira nos punhos fechados, contudo, ali também estava uma terceira. ⎯⎯E de brinde eu 'vo faze' esse teu rabo para de cuspir fogo.

Depois, chegava a hora de alimentar as feras do Capitão, e a de Toritaro também, já que ela resolveu se instalar perto da gaiola das bestas mágicas por motivos de: era assustadoramente quieto à noite por lá, e ela não perderia a chance de se livrar dos roncos do dono nem que a oferecessem a melhor recompensa da terra. Novamente, o dos olhos verdes estava sendo acompanhado.

Com um pedaço de carne enorme na mão, e vários outros em dois baldes manchados de sangue, o garoto fazia uma pose confiante e que tentava demonstrar que ele merecia o respeito daquela animais, também indicava aquilo com os olhos.

⎯⎯SENTA!⎯⎯ Mandou e foi obedecido, ele sorriu vitorioso na primeira vez, mas agora já sabia bem da inteligência daqueles bichos e não abaixou a guarda. Com a mão que segurava o alimento, ele criou um pouco de água e fez ela segurar a carne, começou a se afastar enquanto direcionava a corda de água a cela, era um bom plano, na teoria. ⎯⎯Bons meninos, bons meninos.

Os animais, que por algum motivo simplesmente odiavam com todas as forças o garoto sem mana, resolveram mostrar que poderiam ser ainda mais inteligentes, então, assim que um deles conseguiu abocanhar a carne, ele não perdeu tempo em puxar a corda na tentativa de pegar o humano. Foi por pouco, o garoto quase perdeu a cabeça, já tinha uma leve noção que aquilo viria a ocorrer, por isso, conseguiu se segurar e salvar a própria vida. Estava tão perto daquela criatura que a única coisa que sentia era o bafo nojento da tal, era fácil ter náuseas com aquilo, os dentes eram afiados como facas e saliva escorria por eles, a língua era gigantesca e tinha uma textura estranha, a respiração era pesada e compassada.

O último descendenteOnde histórias criam vida. Descubra agora