Página 4|Flores na clareira

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Dois dias haviam se passado desde que Asta recebera os brincos que foram deichados consigo no dia em chegou a igreja, os próprios estavam sendo usados como broches pelo fato de que o grisalho não recebeu permição vinda de seu responsável para furar as orelhas antes dos dez anos.

Durante os dias e noites que se seguiram o garoto não deichou, sequer por um único segundo, de ponderar sobre ir até onde sua mãe, provavelmente, estaria. Ele queria conhecê-la pessoalmente, não apenas pelas lembranças que possuía, queria ouvir a doce voz da moça, que por muito tempo foi abafada pela "parede" que os separava, queria sentir seu toque, este que o menino não conseguia se lembrar de maneira alguma.


Pensar tanto sobre o assunto em questão estava aborrecendo o acinzentado, era algo que ele queria e não entendia por que estava a hesitar, talvez por que a pessoa com quem queria se encontrar houvesse comentado algumas várias vezes o quão perigoso seria alguém chegar perto dela.

⎯ Que droga...! ⎯

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Yuno observava pássaros voando por entre as nuvens daquele vasto céu acima de sua cabeça, o garoto estava deitado na grama com os braços cruzados abaixo da cabeça, observar tal coisa era, sem dúvidas, sua atividade preferida. Estava tendo algo como uma pausa de seus treinos de controle de mana, que não estavam sendo tão difíceis quanto pensou, afinal usuários de magia de vento costumam ter um melhor controle sobre mana, e ele estava quase conseguindo. Quanto ao seu irmão, bem, ele não conseguia criar coisas com sua, suposta, mana, apenas ajudar plantas a crescer, mas já lhe era o suficiente, já que isso poderia ajudar bastante nas plantações de Hage, parecia um bom começo para o seu objetivo.

Falando no garoto das orelhas estranhas, lá estava ele andando lentamente enquanto olhava para todos os lados, parecia querer sair escondido e Yuno percebeu.

⎯ OQUE ESTÁ FAZENDO, ASTA!?

⎯ NÃO GRITA!! ⎯ Foi correndo até seu irmão de criação.

⎯ Você também está gritando!

⎯ Não importa!

⎯ Para onde você estava indo?

⎯ Bem... ⎯ Asta não poderia mentir para seu irmão, ele tinha certeza que o outro descobriria facilmente, então, pensando não haver problema ele decidiu contar a verdade. ⎯ Você não pode contar pra ninguém, entendeu? ⎯ Yuno concordou acenando com a cabeça. ⎯ Eu estou indo procurar alguém.

⎯ Quem?

⎯ A minha mãe. ⎯ Disse em um sussurro, Yuno se surpreendeu com a resposta do outro, ainda mais por não encontrar indícios de alguma mentira no rosto do grisalho.

⎯ Como...? ⎯ O garoto mais baixo voltou a refletir, desta vez sobre se contaria ou não o restante da verdade, não querendo mentir resolveu que adoçaria a verdade.

⎯ Eu vou procurar por aí... ⎯ Explicou tentando não olhar nos olhos de seu irmão.

⎯ Se voc-

⎯ E eu vou sozinho!

⎯ Ah... ⎯ Yuno gostaria de ir junto, não apenas por que sabia que Asta provavelmente se meteria em alguma encrenca, ele queria estar lá caso o grisalho não encontrasse tal pessoa. ⎯ Tem certeza? ⎯

⎯ Absoluta! ⎯ Disse sorrindo. ⎯ E não conte isso para ninguém, se perguntarem diga que eu fui treinar na floresta e volto para o jantar. ⎯

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O último descendenteOnde histórias criam vida. Descubra agora