Gyeonggi
Fevereiro de 2007
Orfanato Hanam
A pequena Dahyun observa com atenção mais uma criança sendo levada para um novo lar, se é que ela poderia chamar o lugar onde vive de lar. A menina chora muito e tenta se agarrar nos brinquedos do playground, estúpida, pensou a coreana vendo essa cena toda.
Dahyun não entendia o que se passava na mente da menina, se ela tivesse a sorte de ser escolhida, ficaria feliz por finalmente ir embora de Hanam.
Uma pena ela não saber que a pequena
com fortes traços japoneses, chora por medo de deixar sua única amiga sozinha. Como protegeria Dahyun dos ataques de outras crianças? Dos maus tratos das professoras do orfanato?Esse pensamento deixa a menina aflita,
tão nova e tão crescida para a sua idade.A coreana viu o grande portão sendo fechado e o carro onde a japonesa estava se foi. O sinal ressoou em todo o jardim e as crianças correram para tomar banho, era a hora do lanche. Dahyun se dirigiu ao seu dormitório, sentia a pela queimar e um suor frio descia lentamente por todo o rosto.
Horas se passaram e o jantar ela perdeu também, se contorcia na cama com o corpo dolorido, não conseguia levantar.
O barulho da velha porta de correr rangendo fez Dahyun abrir os olhos.
A visão turva não permitiu ver quem era, a escuridão do quarto mofado também ajudou na camuflagem, o coração batia forte no peito, tinha medo de ser castigada por não ter ido se banhar.Um pano com resquícios de água gelada
foi colocado na testa da menina, a coreana só conseguia ouvir o barulho da água caindo na tigela, o pano era mergulhado ali e depois torcido antes de voltar para o seu rosto.Movimentos delicados e um forte cheiro
de cereja, quem cuidava de baixar sua febre tinha o rosto muito próximo do seu, um olhar curioso e um sorriso doce nos lábios.Voltou a ficar de pé e recolheu a tigela do chão, antes de ir, deixou o saquinho de plástico com cinco bolinhos de chuva, debaixo do travesseiro da coreana.
Era o lanche da tarde servido em Hanam, todos os dias, mas Dahyun só ganhava eles quando a pequena japonesa se arriscava para deixar o saquinho em seu dormitório.
A menina sabia que nunca mais veria Dahyun de novo, então deixou com ela um presente especial. Retirou do pescoço seu colar com o pingente de uma meia lua azul, detalhe único, nuvens ao redor. Colocou o objeto nas mãos da coreana e com uma lágrima solitária sussurrou, não esqueça de mim.
Dahyun tentou impedir que sua guardiã fosse embora mas estava sem forças para segurá-la, só conseguiu ouvir o barulho da porta fechando e um silêncio sufocante invadindo, a pequena agarrou aquele colar e o levou ao coração prometendo encontrar a dona dele outra vez.
Ela jamais esqueceria.
Seoul
Julho de 2018
Escola Yonsei
Ando tranquilamente nos corredores da disputada Yonsei, uma escola particular de elite, fundada pelo governo em parceria com dois empresários influentes no país.
Eu vejo os olhares de desprezo porém mantenho minha cabeça erguida, deixo minhas mãos escondidas nos bolsos do blazer escolar. Meu uniforme desajeitado, cabelo curto e escuro bagunçado, o desejo de mostrar a esses riquinhos mimados.
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Crônicas De Nárnia ( TWICE )
FanfictionQuatro garotas vão parar na detenção, depois de causarem uma briga no corredor da escola. Ficar depois da aula nunca foi tão emocionante, tudo que elas conheciam estava para mudar.