Capítulo 05

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Perdi as contas.

Parei de contar e não tenho ideia de quanto tempo já se passou na Coreia.

Um dia? Uma hora? Um minuto?

As vezes eu penso na minha mãe,
será que ela sente a minha falta também? Claro que sente, quem ela vai criticar se eu não estiver por perto? Minha mãe sempre foi uma mulher difícil de se lidar, meu pai trazia o melhor dela.

Papai...

--- Sinto saudades.

--- Falando sozinha de novo?

Irene sentou ao meu lado, estamos na praia agora, é noite e logo o jantar será servido. Hoje o prato principal é carne de cervo ao molho de tomate, para a sobremesa bolinhos de chuva.

--- Você está indo muito bem nos treinamentos.

--- Para de mentir, até a Mina é melhor do que eu - Sorriso singelo.

Desde o primeiro treinamento a coreana não fala comigo.

Quando ela se trancou no aposento depois de descobrir que tem grandes possibilidades da gente nunca mais voltar pra casa, achei que quisesse um tempo sozinha.

Não incomodei, nós lidamos com essa notícia de um jeito diferente, eu não queria ficar no castelo e ela não queria ir na floresta.

Tentei bater na porta do seu aposento por várias noites mas percebi como Son tratava a japonesa, eu ficaria péssima se Dahyun fizesse o mesmo, estou tão acostumada com relacionamentos tóxicos. Irene é tão diferente, talvez por ser mais velha?

Ela me trata de um jeito que Momo nunca tratou, é delicada e respeita não só o meu espaço mas minhas decisões também. Sempre me dando conselhos de como um relacionamento saudável deve ser, me ajuda com as minhas inseguranças e me consola quando preciso.

Dahyun e eu nunca fomos tão próximas. Falávamos pouco e nos olhávamos bastante, na aula ou no intervalo, chegando ou saindo, não importava o local e a hora. No dia que chorei quando Momo terminou comigo, Kim apareceu dizendo...

Não chore, ela não vale a pena.

Essa aproximação sempre pareceu o suficiente, agora é diferente, estamos convivendo juntas e não sei se Dahyun percebeu, mas desde o começo do ano em Yonsei, eu me sinto atraída por ela, mesmo quando eu estava comprometida me pegava pensando nela.

Dahyun, você é tão enigmática.

--- Vamos? - Irene falou e falou e eu não prestei atenção em nada. --- Quero sentar do seu lado - Segurou minha mão me ajudando a levantar. --- Sabia que o nome dessa praia, é amor eterno?

--- Jura?

Ela assentiu e me contou o motivo enquanto andávamos de volta ao castelo. Somi tinha dado esse nome porque Nayeon gostava dessa praia, a princesa acreditava que amaria a sua irmã para sempre.

Na sala de refeições jantamos juntas,
a coreana se acomoda longe de mim. Durante o jantar eu costumo falar muito mas dessa vez, apenas observo Somi conversando com as meninas.

--- Não acredito! - Mina em choque.

--- É verdade! Minha mãe deixou ela escolher o meu nome.

--- Ainda bem que gostou, Seulgi me mataria se você detestasse - Bae fez graça e até mesmo Chaeyoung, sorriu de maneira contida.

Crônicas De Nárnia                                              ( TWICE )Onde histórias criam vida. Descubra agora