4 • Bilhetes

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ELENA

Eu sei que eu falei que não iria chorar, mas isso foi ontem e foi antes de eu chegar no apartamento com todas as minhas coisas e perceber que não vou conseguir me virar nesse quarto minúsculo.
Estou sozinha.
Não quero dizer sozinha no apartamento.
Isso também... Mas, me sinto sozinha...
Me sinto sem ninguém e eu estava indo tão bem.
Eu sei fingir bem.
As vezes.
Me sento no sofá encarando toda aquela bagunça na frente da porta.
Pedi folga no trabalho e pretendo faltar a faculdade outra vez.
São 16:55h e o proprietário costuma chegar entre 22:30h e 23:00h.
Preciso arrumar tudo até lá.
Não quero ser despejada no meu primeiro dia.
Arrasto as caixas uma por uma até o quarto e coloco minha máquina de costura em cima da escrivaninha.
É uma máquina de mesa, só para emergências.
Aqui vai servir.
Olho ao redor e na verdade nem sei por onde começar.
Eu devia chamar a Chiara para me ajudar, mas ela ainda está no trabalho.
Me sento na cama e dessa vez me permito chorar para valer.
Estou sozinha, no meio da bagunça, mas pior é a bagunça que está dentro de mim.
Tudo tão confuso, sabe?!
Eu ainda penso no John...
Só de vez enquanto.
Eu sei que ele me traiu...
Mas, é inevitável ser trouxa as vezes.
Ainda dói.
Depois de perder 1h chorando, sendo que eu poderia ter gasto ela arrumando minhas coisas, me levanto, seco o rosto e prossigo arrumando o que dá.
Monto minha arara e coloco meus casacos de couro e pele falsa pendurados do lado esquerdo do quarto.
No lado direito tem o guarda-roupa e um espelho.
A cama fica no centro do quarto de frente para a porta e a escrivaninha fica ao lado da porta de frente para a cama.
Um metro quadrado bem elaborado, eu diria.
Ainda faltam guardar coisas no guarda-roupas, mas decido ir tomar um banho para relaxar e pedir comida.
Vou até a cozinha beber água e vejo um bilhete na geladeira.

Vou até a cozinha beber água e vejo um bilhete na geladeira

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Até por bilhete, ele consegue ser curto e grosso.
Mas, aceito a comida.
Abro a geladeira a procura da comida que ele falou e tudo que encontro é uma vasilha com lámen já pronto.
Não é possível que essa seja a comida que ele falou que tem.
Me recuso a comer esse lámen requentado.
Peço um jantar de verdade no aplicativo e vou tomar meu banho enquanto não chega.
Saio do banho, como meu jantar e deixo um bilhete para o senhor grosseria, antes de ir dormir.
Já eram por volta das 21:55h.
Visto meu pijama e me deito.
Não leva muito tempo para eu pegar no sono.
Nem vejo o senhor grosseria chegar.

YOONGI
22:52h

   Chego em casa e a gatinha já vem em minha direção.

- Queria que fosse saudade, mas você quer comida, né?! - Eu falo, fazendo carinho nela.

Coloco a ração dela e vou até a cozinha ver se o inquilino comeu todo o lámen ou deixou um pouco para mim.
Antes disso, eu tropeço com uma revista no chão.

- Aish!!! Começou a palhaçada. - Eu falo, olhando a revista de moda.

- Ele gosta de moda?! Hã! Vai amar minhas roupas baratas. - Eu falo rindo sarcástico.

FIQUE COMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora