6• Inquilina

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ELENA

     Depois de umas horas produtivas já que consegui adiantar boa parte dos desenhos, me levanto para ir embora.
Caminho em direção à estrada principal e espero o sinal fechar para poder atravessar.
Quando olho para frente, sinto meu corpo todo estremecer e um arrepio em cada canto dele.
John estava na minha frente, do outro lado da rua.
Eu fico paralisada, sem reação...
E quando ele me olha, sinto como se o chão tivesse aberto e eu estivesse caindo.
Era para sempre e terminou uma semana atrás.
E isso acabou comigo, mas eu estou indo bem.
Bom... Eu estava.
O sinal abre para atravessarmos e eu não sei se caminho ou se fico parada, mas ele caminha em minha direção.
Estou sentindo meus órgãos revirar dentro do corpo.

- Le... O-oi... - Ele fala respirando fundo, dando um leve sorriso.

Eu continuo caminhando até o outro lado e ele volta, me acompanhando.

- O-oi... - Eu respondo um pouco nervosa.

- Quem bom te ver... Eu... Queria mesmo falar com você, mas você me bloqueou... - Ele fala, meio tenso também.

O que ele quer me falar?!
Que se arrependeu?!
Que percebeu que não valeu a pena me trocar por um longo momento de diversão?!
Meio tarde para isso.

- Ah... É, eu... O que quer? - Eu pergunto completamente desnorteada.

Não era essa, a reação que eu esperava ter quando encontrasse com ele outra vez.

- Então... A Mary precisa de espaço para as coisas dela... Quando vai buscar o resto das suas coisas?
- Ele pergunta na maior cara de pau e sinto meu estômago embrulhar.

Eu não posso acreditar no que estou ouvindo.
Não posso estar ouvindo direito.
Um nó se forma na minha garganta e sinto meus olhos lacrimejar, mas me mantenho firme e seguro o máximo que posso para não derramar uma lágrima se quer.

- É sério isso, John??? - Eu pergunto, séria.

- Quatro anos não significou nada para você, né?! Eu ainda não entendi o motivo de ter feito o que fez...
Nós tínhamos muitos planos... Nos dávamos tão bem... - Eu falo, tentando entender o motivo disso ter acabado.

- Elena... Foi incrível esses anos com você e realmente eu pensei que poderíamos casar e enfim... Mas, as coisas mudam... As pessoas mudam... Eu... Eu já não sentia o mesmo por você e meu erro foi não ter sido sincero antes de... - Ele fala e eu lhe interrompo.

- Nem ouse terminar... Não me amava mais... Ok. Entendi. Eu dou um jeito de ir buscar as coisas amanhã. - Eu falo seca e me viro para sair.

- Elena... - Ele me chama e eu paro uns segundos, antes de me virar.

- Eu espero que você possa encontrar alguém para... Alguém... Legal... - Ele fala e eu viro meu rosto, sorrindo sarcástica.

- Eu te desejaria o mesmo, se você ainda não tivesse encontrado ninguém... O que não é o caso. - Eu falo me virando e voltando para minha casa.

Chego no prédio com a maquiagem borrada de tanto chorar no caminho.
Mas, é isso.
A gente ama, chora, se desespera... Mas isso, só até achar o próximo para amar outra vez.
Entro no elevador e subo até meu andar.
Chego na porta, digito a senha e quando entro, vejo um homem saindo do meu quarto.
Paraliso lhe olhando e quando vejo quem é, quase morro outra vez.

FIQUE COMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora