❝ Se meus demônios me abandonarem, temo que meus anjos desapareçam também.
–Rainer Maria Rilke ❞
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Felix estava caminhando pelas ruas sombrias da madrugada, mas nada daquilo o deixava aflito, ao contrário, ele gostava da sensação ruim da penumbra, pois ela sabia que os humanos temiam a sua presença, e ainda mais a possibilidade de descobrir o que havia no escuro. Mas ele estava ali por outro propósito, alguém precisava de ajuda, e ele via essa ajuda como uma oportunidade de conseguir uma alma frágil.
Mas quando chegou ao lugar onde havia um carro capotado com uma família dentro, a mulher já havia morrido, o homem tentava sair do meio das ferragens do veículo destruído e no banco de trás presa a cadeirinha havia uma criança desacordada.
O homem rapidamente o encarou quando notou Felix parado do lado de fora do carro.
— Por favor me ajude — Pediu, a voz fraca, o corpo de cabeça para baixo com alguns cortes na testa, o homem estava preso pelo cinto de seguranças, no canto dos lábios uma leve baba de sangue fresco.
Felix sorriu.
— Posso salvar sua garotinha, em troca você me dá a sua alma. — Se agachou ali, ao lado da porta amassada do carro, os sapatos fazendo um barulho alto nos cacos de vidro. — Se eu fosse você escolhia rápido, ela só têm alguns minutos de vida.
— Por favor, eu perdi o controle do carro, havia um.... — Fez uma careta tossindo, a voz ficando mais fraca — , cervo no caminho. Salve minha filha, por favor me ajude, pelo amor de Deus.
— Oh não, Deus não — Riu. — Você está pronto para servir? — Brincou mexendo os dedos.
Ele conseguiria uma boa alma naquela noite.
Algum tempo depois de selar o acordo, ele tirou a criança de dentro do carro, a mesma ainda estava desacordada, o corpo do pai ainda estava respirando, fraco.
Felix ouviu passos atrás dele, e ele nem precisava se virar para saber de quem se tratava.
— Chegou tarde ceifador, eu fui mais rápido — Brincou se levantando, ainda observando a garotinha caída no chão.
— Você me dá tantos problemas. Se eu soubesse teria te levado comigo naquele dia — O homem recém chegado respondeu analisando o carro, ele caminhou até o lado do carona e tocou na mulher ali. — Park Jinhea, horário da morte uma hora e quarenta da madrugada, trinta e nove anos.
Felix observou o ceifador fazer o trabalho dele.
Ele podia ouvir ao longe um carro se aproximando por aquela via, o que significava que logo logo a garotinha seria resgatada por alguém.
— Ela será salva em breve, e essa alma aqui — Apontou para o corpo do homem que deixava de respirar aos poucos. — É minha agora. — Sorriu, recebendo de volta um semblante sério.
O ceifador deu a volta no carro olhando para a avenida, provavelmente ele notou o carro que em breve chegaria alí.
— Não cause problemas aqui, soube que um arcanjo desceu a terra, ele está vigiando a cidade, não seria bom encontrar com um, eles são muito poderosos.
O ceifador alertou, as duas mãos dentro do enorme sobretudo preto.
— Uau, finalmente eles estão servindo para alguma coisa — Felix zombou, olhando uma última vez para o homem dentro do carro, agora morto. Se aproximou sem cerimônias, absorvendo aquela alma para si. — Nos vemos outra vez, Kim Seungmin. — Piscou para o ceifador ali antes de desaparecer na escuridão.
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A Minha Alma • Hyunlix
Hayran Kurgu➤ Era uma noite chuvosa em Seoul, Hyunjin estava vivendo seus piores momentos na vida, tudo parecia desmoronar e a esperança já havia deixado seu corpo. Ao chegar em seu apartamento velho, foi surpreendido por uma figura sentada em sua janela, um ho...