Prólogo

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"Senhora, não pode mexer no celular aqui dentro."

"Me desculpa, estava esperando uma ligação. Mas acho que já esperei demais."

"Peço que guarde o aparelho, por gentileza." - a aeromoça sorriu cordialmente e se retirou sem esperar por uma resposta minha.

A angústia veio como uma pontada forte no pé da minha barriga, trazendo consigo a sensação terrível de choro e arrependimento. Mas contra fatos não existiam argumentos, e era um fato que aquela ligação não viria a acontecer.

Acho que minha menina interior preferia acreditar em situações ilusórias de que ele ligaria, pediria perdão e me levaria de volta para casa, para uma vida melhor juntos, em família. Mas isso não aconteceria, era fato. E eu não tinha como argumentar contra isso.

Não quando tentei tantas e tantas e tantas incansáveis vezes argumentar sobre o que eu não deveria argumentar. Cobrar ações que eu não deveria cobrar. Implorar por um amor, um carinho, um cuidado que eu não tinha há muitos anos, e, acima de tudo, não deveria implorar para tê-lo.

Poderia me chamar de megera mimada e ingrata, reclamando de barriga cheia de uma vida privilegiada e cheia de mordomias. Mas há coisas que nenhum dinheiro no mundo pode comprar, e me recusava a acreditar que era uma pessoa terrível por não me permitir receber menos do que merecia.

Essa era a vida de alguém como eu, alguém com o sobrenome que eu carregava, esse era o fardo de uma mulher da máfia.

Essa era a vida de alguém como eu, alguém com o sobrenome que eu carregava, esse era o fardo de uma mulher da máfia

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REVISADO DIA 10/07/2024

Amor Vermelho Sangue - Livro III | Trilogia Amor De BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora