DOCE | ROTO SECRETO

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E V E L I N E

AQUELA TINHA SIDO uma péssima ideia, na verdade. Não me leve a mal, Cecília era linda, inteligente, sexy e atuava muito bem em público. Mas tinha um gênio extremamente complicado e implicante. Me tirava do sério.

O que era surpreendente, levando em conta que eu sempre tentava me controlar ao máximo com meus nervos. Mas ela...

Ela tinha um poder desconhecido por mim que me fazia ferver os nervos e perder toda a paciência, principalmente quando implicava comigo.

Fomos guiados pelo cuidador dos animais até um cavalo adulto de porte extremamente alto, a pelagem marrom brilhosa e — como já tínhamos sido avisadas — arredio. Não chegava a ser agressivo, mas precisava de certa experiência para lidar com ele, isso era nítido.

Instruí Cecília a vestir roupas fechadas, como calça e blusa de manga, mesmo que depois fossemos para água, minha intenção e foco era vesti-la da forma correta para cavalgar, e me iludi grandemente achando que dessa forma ela também chamaria menos atenção. Mas eu já tinha notado vários olhares desde que cheguei, tanto dos funcionários quanto de um certo rapaz Blanco.
Aparentemente, a Denaro não tinha conhecimento de seus dotes, ou tinha e não dava importância, já que demonstrava estar alheia a qualquer olhar maldoso em sua direção.

Mas eu não.

Eu estava observando e notando uma considerável quantidade de homens que reconheciam a beleza física de Cecília.

Apesar de seu gênio terrível, ela era linda, extremamente linda, era baixa, com cabelos longos e cacheados que se encaixavam perfeitamente em seu rosto arredondado com bochechas proeminentes e lábios carnudos bem desenhados, a pele roliça negra e os olhos cor chocolate, profundos e sexy, mas ao mesmo tempo dóceis e gentis; a bunda arrebitada, os seios fartos, as coxas torneadas, ela era uma tentação sem sequer se esforçar.

E não era só eu que notava isso. Mesmo que a contragosto, tinha que assumir que ela era gostosa para caralho.

"Consegue domá-lo Sra.?" - indagou o cuidador.

"Claro."

"Certo, irei buscar algo para a moça subir no cavalo."

"Ah, obrigada." - Cecília sorriu agradecida e quase vi o rapaz se derreter no lugar.

"Não será necessário." - eles me olharam como se eu fosse uma louca.

"E como acha que vou subir nessa montanha?" - perguntou, dócil como sempre.

"Assim."

E sem esperar por mais comentários, me aproximei dela, segurei em seu quadril e ergui seu corpo para que ela sentasse no animal. Ela soltou um gritinho assustado, mas ficou catatônica demais para ter qualquer reação quando posicionei seu corpo na cela.

"Eveline..." - sussurrou amedrontada. - "Pelo amor de deus me tire daqui."

Sorri com seu nervosismo, ela parecia uma criança em pânico andando pela primeira vez no animal. Posicionei meu pé no estribo, me impulsionei para cima e passei a perna pelo corpo do cavalo, sentando logo atrás dela. Ela estava tesa e tremia levemente sobre o animal, respirava fundo e pesado.

Estava realmente assustada.

"Acalme-se, não vou deixar você cair." - sussurrei tentando tranquiliza-la.

Amor Vermelho Sangue - Livro III | Trilogia Amor De BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora