TREDICI | PRIMO BACIO

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C E C Í L I A

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EU NÃO SABIA exatamente o que pensar sobre aquilo, tinha sido uma revelação, sim, com certeza, mas...ainda não sabia decidir se tinha gostado, ficado excitada ou se estava simplesmente entorpecida com a nova descoberta.

Definitivamente era algo de se surpreender.

Algo relevador.

Chamativo.

E grande.

Uma grande explosão, quer dizer...

Seguimos caminho em silêncio e eu fiz questão de permanecer quieta até o final do passeio; precisava por em ordem todos os pensamentos e a confusão que aquele segredinho tinha me trazido, embora meu aquietamento não tenha mudado em nada em relação ao estado dela.

Por quantas horas a mais ela aguentaria ficar dura daquele jeito? Por Deus, não falhava um minuto sequer? Gritou minha mente, espantada.

Quando finalmente chegamos de volta ao casarão finalizando o passeio, todos descemos dos cavalos, Eve foi primeiro, descendo e virando o corpo de costas para todos pois a marcação chamativa em sua calça seria impossível não atrair olhares.

Grande...

Realmente uma grande explosão.

Depois, ela me segurou pela cintura, tão firme e viril, que acreditei ter perdido meus sentidos nos segundos seguintes; os braços fortes e definidos, me puxou para fora do animal, me desceu lentamente até o chão, entorpecendo-me com seu cheiro amadeirado e o calor que emanava de seu corpo, sua pele estava quente e suas íris no tom acinzentado mais profundo que já virá em toda minha vida. Senti meu coração palpitar forte dentro do peito, forte e lento, ecoando pelos meus ouvidos.

Me perguntava se em sua mente passavam as mesmas imagens sujas que se passavam na minha, se ela compartilhava da mesma inquietude em seu coração que eu, ou se eu estava tão louca da cabeça que confundira toda aquela situação.

"A química de vocês é... desconcertante." - comentou de supetão Marta, atrás de Eveline.

O comentário me trouxe de volta à realidade e logo me afastei de seu toque, pigarreei tentando voltar a compostura e sorri sentindo as bochechas vermelhas.

"Oh, não se incomodem meninas, eu tenho essa mania de ser observadora demais." - disse Marta. Minhas bochechas doíam por tentar reprimir o sorriso e a vergonha.

"Éee...e-eu...nós vamos... eu vou" - gaguejei e praguejei baixinho. - "Eu vou para a água." - conclui, finalmente.

Sem muitas delongas dei as costas de todos e caminhei até mar que ficava um pouco mais a frente. Deixei Eveline cuidando do animal para trás e segui pela grama, parei antes de sair da grama e ir para areia para começar a me despir. Estava envergonhada e confusa, assustada com as sensações que tinha sentido, nervosa com tudo aquilo dentro de mim. Não me considerava uma mulher tímida, muito pelo contrário, sempre fui muito direta e sincera, difícil de se intimidar, ousada até; mas Eveline, àquela situação, ela me olhando, como se pudesse ver minha própria alma pelo olhar, desnudando meu corpo sem sequer avançar com as mãos. Não era para isso acontecer. Eu a odiava, não suportava sua presença, ou seu olhar imponente, ou seu sorriso convencido, ou seu cheiro delicioso, ou suas mãos firmes, seus bíceps inchados, ou seu gigantesco pa...

CECÍLIA!

"Controle-se!" - resmunguei sozinha.

Precisava expurgar aqueles pensamentos, aqueles sentimentos, não estava nos planos uma paixão, sequer um envolvimento entre nós duas, não deveria de forma alguma ultrapassar a parceria que tínhamos pelo acordo.

Amor Vermelho Sangue - Livro III | Trilogia Amor De BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora