QUINCE | RELEVACIONES PROBLEMAS

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E V E L I N E


AS INTENÇÕES DE Vittorio não tinham passado despercebidas para mim. Queria, acima de tudo, deixar claro que mesmo em solo inimigo ainda tinha muitas formas de acesso a mim, ou a Cecília. E aquilo era absolutamente inaceitável, afinal, tínhamos um acordo. 

Que por sinal, ela cumpria com excelência e perfeição sua parte. 

E eu era uma mulher de palavra, precisava ficar atenta a toda e qualquer interação que os Denaro tentassem ter conosco, e por isso, aquela segunda ligação tinha chegado aos meus ouvidos sem muita surpresa. Eu sabia que tentariam novamente, acreditei que seria diretamente comigo, mas, foi uma ideia de mestre tentar desestabilizar Cecília. 

O que, segundo Bruno, funcionou. Assim que deixou a mulher em casa novamente, poucas horas depois de leva-la de lá, me ligou e explicou todas as novas informações. Grampear o aparelho dela durante a madrugada tinha servido de algo, afinal.

Eu não conseguia entender qual o fodido problema daquela família, era algo que não se encaixava, faltava alguma informação nas histórias contadas sobre os Denaro's, e esperava que no final de tudo aquilo eu descobrisse e acalma-se a curiosidade que me consumia. Não podia ser indelicada e perguntar a ela diretamente. 

Isso necessitaria de muita intimidade, e, ter uma certa comunicação entre nós duas.
O que não estava acontecendo com muita, ou qualquer, frequência. 

E sinceramente não sabia se isso me matava ou me acalmava por dentro. Eu não parava de pensar nela, um segundo sequer, cada mísero momento do meu dia me pegava arrepiada e sorrindo para o nada como uma tola, lembrando do carro e nossa pegação desenfreada. Seu toque tinha ficado impregnado em minha pele, marcado pelas suas unhas e aperto firme, deveria ser pecado um beijo se encaixar tão perfeitamente bem, um cheiro ser tão fodidamente viciante quanto possível, e impossível.

Ela parecia indiferente à situação, aquela maldita ligação tinha consumido toda sua atenção, e não era para menos, Cecília pareceu ter visto o próprio diabo em sua frente quando ouviu Dominique citar o nome de seu pai, saiu de meu colo e seguiu para seu quarto, ficando o resto do dia incomunicável. E logo, o resto da semana. 

Para mim, pelo menos. 

De repente aquele plano estava se tornando uma péssima ideia, me perguntava mentalmente onde diabos eu estava com a cabeça quando pensei que seria uma ótima ideia fingir um casamento com uma rival de família problemática, ou, pelo menos, onde tinha colocado minha responsabilidade quando inventei uma desculpa para ir embora somente para irmos para casa e eu ter a chance de puxa-la e matar a vontade que tanto torturava minha mente. 

Eu era uma tola! 

Mauro estava certo desde o começo, aquele tinha sido um péssimo plano. 

A casa estava um completo silêncio, Isabella ainda não tinha voltado, certeza. Caminhei até meu quarto, tomei um banho rápido e vesti uma roupa confortável; presumi que Cecília estava trancafiada dentro do seu quarto, mas fiquei surpresa ao vê-la deitada na beira da piscina, as perna se remexendo preguiçosamente dentro da água e uma garrafa vazia de vinho jogada ao seu lado. Ela encarava o céu negro e estrelado como se tentasse enxergar os próprios planetas a olho nu, focada e sem piscar uma única vez. 

Fiquei observando-a por minutos infinitos, sem realmente ter um motivo. Era tão bonita e ousada que hipnotizava, aqueles olhos chocolates encaixando-se perfeitamente com seus lábios bem desenhados. Tudo nela parecia ter sido feito a dedo, perfeitamente enquadrado nos lugares certos, e, mesmo naquela camisa larga podia ver sua perfeita silhueta. Tinha os seios pequenos, poderia facilmente caber em minhas mãos, a cintura curvilínea, os quadris largos e a bunda redonda e grande, era um pecado de mulher. 

Amor Vermelho Sangue - Livro III | Trilogia Amor De BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora