trinta e sete

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Paris, França


Rosamaria POV


"Prontinho." Ela diz quando volta do banheiro e eu fico sem entender o que ela queria dizer e espero ela completar. "Eu já acertei a conta, e ele já vai trazer nossa sobremesa, aí podemos ir. Eu pedi duas, uma pra mim e outra pra ocê."

"Como assim Caroline? Eu disse que ia pagar!" Eu exclamo. "Tu é teimosa que nem uma mula!" Eu falo porque essa mulher é o cão mesmo e se depender dela eu não pago nada.

"Relaxa Rosa. Depois ocê me paga de outra forma." Ela fala com aquele sorriso canalha dela

"Mas porque tu pediu duas? Foi tão bom dividir da última vez..." Eu também dou um sorrisinho safado pra ela.

"Porque ocê tem que ir pro seu quarto dormir Rosa e eu vou pro meu. Cê sabe tão bem quanto eu como é importante uma boa noite de sono então vamos aproveitar que está cedo." Ela me fala, e por mais que eu concorde com ela não quer dizer que eu vou ter que gostar daquilo. Eu tenho certeza que tem um bico no meus lábios depois de sua fala porque a cara dela quando me olha diz tudo.

"Vamos fazer um acordo, eu te dou uns beijinhos pra também não te deixar no desejo, mas só vou te chupar daquele jeito que cê gosta quando ocê tiver com a medalha no pescoço. Que tal?" Ela fala e me faz até esquecer como se faz para respirar. Eu espero uns segundos até eu lembrar como se faz pra respirar direito e digo.

"Tu nem sabe fazer as coisas, tinha que ter prometido que só transava se eu tivesse com a medalha de ouro para dar mais incentivo." Eu digo brincando um pouco pra vê se eu conseguia aliviar o clima que tinha ficado, já que eu sabia que não ia rolar nada.

"Eu não preciso falar assim porque eu sei que a única medalha que cê vai ganhar é a de ouro." Ela diz com tanta convicção que eu não tenho como não acreditar nela. Ela realmente acredita que iremos conseguir, e eu vou fazer tudo que eu puder para concretizar isso.

"Então vamos?" Eu digo assim que o garçom aparece com nossas embalagens. "Me prometeram uns beijos e eu vou ver se consigo pelo menos uma mão boba." Eu falo enquanto me levanto e dou minha mão para ajudá-la a se levantar. Sabe como é velho, tem que ajudar a levantar.

Enquanto estamos caminhando em direção ao nosso hotel eu quase me sinto em um daqueles filmes românticos clichês. Quando o casal está na fase gostosa do relacionamento antes da merda acontecer. Eu olho pro lado e vejo que Carol está me olhando, então eu apenas paro nossos passos e meus pensamentos. Eu me aproximo dela e tomo seus lábios. Era um beijo calmo e sem urgência. Um beijo de boas vindas e de matar a saudade. Era um beijo gostoso sem ser muito casto nem muito exagerado. Era o tipo de beijo que eu acho que só a Caroline conseguia dar. Quando ela começa a diminuir o ritmo e deixar selinhos em meus lábios eu não posso evitar de abrir um sorriso ainda de olhos fechados. Ela então vai deixando beijos em minha bochecha, ponta do nariz e por fim na minha testa perto do cabelo, onde ela fica com o nariz enterrado apenas me abraçando.

Quando eu abro os olhos e levanto o rosto eu vejo que ela ainda tinha os seus fechados, então eu dou um selinho em seus lábios. Enquanto estávamos ali, curtindo aquele momento que parecia ser só nosso, nossa bolha, eu ouvi vozes falando em português. Carol parecia ter ouvido também, pois ela me soltou e olhou em meus olhos.

"Desculpa, mas se reconhecerem a gente..." Ela fala e eu entendo. Mesmo que doa ter que me separar dela eu entendo.

"Eu sei. Vamos?" Eu pergunto e faço menção com a cabeça indicando o caminho. Ela apenas concorda e voltamos a andar em direção ao hotel sem segurar na mão uma da outra como estávamos antes.

Apparently, it was meant to be?!Onde histórias criam vida. Descubra agora