ciquenta e dois

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A/n: ainda me encontro triste com nossas derrotas mas com orgulho das meninas. Jogaram muito! Espero alegrar vocês um pouco essa atualização.

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Rosamaria POV

"A passagem do tempo é medida pelos sentimentos: os bons passam voando e os ruins parecem que duram uma eternidade." Essa frase era uma daquelas frases bem tumblr que eu guardava comigo e que fazia bastante sentido durante essa fase da minha vida. Uma hora eu estava solteira e comemorando nossa invencibilidade na VNL e na outra eu me via praticamente casada com a mulher da minha vida, e esperando o nascimento dos nossos filhos depois de ter ganho um ouro olímpico. Eu já estava com seis meses e o natal se aproximava a todo vapor. Carol estava fora do país competindo no mundial de clubes e eu tinha ido para Nova Trento para não ficar só durante o tempo que ela estava fora. Minha barriga estava cada vez maior e já não dava para escondê-la principalmente porque estava muito quente e se eu pudesse estaria andando pelada por esse mundo, então eu não ia aos seus jogos desde meados de Novembro quando Alicia e Drew tinham vindo nos visitar.

Durante a sua visita eu acho que consegui completar minha missão, não sozinha, mas de qualquer forma Alicia estava cada vez mais interessada em vim passar um tempo no Brasil. Ela tinha conhecido um amigo do Rafael, marido da Thaisa, quando estávamos em BH e digamos que eles tinham ficado bem próximos e andavam tendo meio que um romance à distância e com isso eu sabia que ela queria vir visitá-lo. A Carol estava muito empolgada com a possibilidade até porque com a saída da Leia devido a gravidez, o clube estava  dificultando cada vez mais seus pedidos de dispensa. Mesmo Carol ficando feliz com a possibilidade de Alicia vim para o Brasil, ela também se preocupava com a coisa mais absurda de todas. Ela estava preocupada com Alicia transando com o cara enquanto ela estava grávida do nosso filho! Como se isso fosse afetar nosso filho de alguma forma. Tivemos inúmeras conversas sobre esse assunto e ela continuava emburrada ao pensar nesse possível relacionamento.

No decorrer da visita de Alicia nós conseguimos finalmente descobrir o sexo do nosso filho e confirmar que teriamos um menino e uma menina. Todo dia que passava eu me preparava ainda mais para a chegada deles, seus quartos nos dois apartamentos já estavam prontos, já tinha lido alguns livros, feito aulas e eu não parava de comprar roupinhas. Eu não era a única, todas as nossas amigas mandavam alguma roupinha ou acessório quando achavam algo fofo. Outro dia Gabi me mandou uma foto de gorrinhos com orelhinhas de ursinho que ela achou lindo e tinha comprado e iria dar para Carol trazer. E era assim, toda vez que alguma de minhas amigas me ligava era para saber como eu estava e como estavam nossos filhos. Já não tinham interesse em saber da Carol ou do nosso relacionamento, o que por mim não tinha problema, afinal eu amava falar dos meus filhos.

Meu relacionamento com Carol continuava indo da mesma forma que nossa relação sempre foi, cheio de companheirismo, paciência e confiança. Tínhamos nossas brigas, mas que eram sempre resolvidas razoavelmente rápido e com algum tipo de comida, pois a maioria era gerada pelos meus hormônios. Nossa única briga mais séria nesses últimos tempos foi quando estávamos conversando sobre a próxima temporada e eu tinha afirmado que estava cogitando não jogar e ela prontamente negou tal afirmação e não me 'permitiu'. E aquilo foi motivo para uma briga em grande escala por uma falta de comunicação efetiva onde eu não conseguia ouvi-la e ela não conseguia se expressar sem parecer que estava tomando decisões por mim. Tudo isso combinado com meus hormônios e os da Caroline que estava de TPM gerou uma briga monstruosa onde eu mandei Carol sair e dar uma volta pois eu não queria mais olhar para sua cara e na mesma hora ela saiu batendo a porta sem nem argumentar. Com a sua saída eu não consegui parar de chorar por ela ter ido mesmo que eu tenha dito para ela ir.

Mais tarde, quando conseguimos conversar melhor ela me explicou que ela não queria mandar em mim, e só queria explicar que achava que eu deveria jogar sim pois era algo que eu amava e eu ainda tinha o objetivo de mais uma olimpíada. Eu então consegui explicar para ela que eu não ia conseguir ficar longe dos nossos filhos naquele início por causa de todas as nossas viagens durante a temporada, principalmente no início que eles iriam depender tanto de mim. Ela me ouviu da forma que ela sempre fez e respeitou minha preocupação até que ela sugeriu que ela poderia viajar com as crianças nos primeiros meses se fosse necessário para que eu não precisasse ficar tantos dias longe deles. Apesar de não achar que era a melhor solução, pelo menos conseguimos conversar sem nos matarmos e decidimos dar tempo ao tempo e só tomar uma decisão quando estivesse mais próximo e as crianças já estivessem aqui.

Apparently, it was meant to be?!Onde histórias criam vida. Descubra agora