quarenta e cinco

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A/N: Invictas e prontas pra masacrar a curquia!

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Belo Horizonte


Rosamaria POV


A conversa com minha mãe foi uma das coisas mais difíceis que eu já tive que fazer. Admitir que você mentiu, mesmo que por omissão não é algo fácil, mas ela foi exatamente como minha irmã disse que ela seria, compreensiva. Ela ouviu tudo que eu tinha pra falar, entendeu que eu tinha tido uma noite com alguém e agora estava grávida, mas que também estava apaixonada e em um relacionamento com a Caroline. Ela disse que se fosse preciso ela conversaria com meu pai, mas que não achava que ele iria questionar nada. Ele apenas estava feliz que ia ganhar mais um neto, e que quando descobrisse que era menina ele ficaria ainda mais feliz.

Minha mãe disse que ela nem tinha pensado em quem poderia ser o pai pois ela sabia que eu teria a Caroline como parceira nesta jornada já que segundo ela: "Era bem óbvio que tu e a Caroline já estavam juntas durante as olimpíadas. Durante todo tempo que eu conheço ela, ela sempre te olhou com um olhar que era muito mais que amizade, mas durante as olimpíadas era um olhar diferente. Eu não sei dizer, mas até quando alguém contava alguma piada ela olhava pra ti pra ver se tu tava rindo também." Eu não sei dizer o que ela quis dizer com aquilo, mas fiquei feliz que ela tenha sido tão compreensiva.

Contar para ela a situação da barriga de aluguel, já foi um pouco mais complicada e Carol tomou as rédeas da situação. Minha mãe ficou bem chocada quando contamos pra ela, mas depois que o choque se esvaiu ela começou a chorar, o que fez com que tanto eu quanto Caroline entrássemos em um pequeno surto tentando acalmá-la através de uma ligação de vídeo. Quando ela finalmente se acalmou, ela explicou que não conseguia acreditar que ganharia dois netos quando ela achou que eu não daria um neto para ela tão cedo. Carol parecia tão aliviada quando minha mãe disse isso que ela também deixou umas lágrimas escaparem, fazendo com que eu também chorasse. No final, estávamos as três chorando e conversando sobre o nosso futuro.

Quando eu finalmente desliguei minha ligação com minha mãe eu estava exausta. Eu estava muito feliz e grata por ela ter sido tão compreensiva, mas tudo que tinha acontecido nesses últimos dias tinham feito eu chegar a um limite emocional onde agora eu me encontrava totalmente acabada.

"Cá, eu vou tomar um banho e dormir um pouco, tá bom? As meninas confirmaram?" Eu pergunto pra ela do meu lugar no sofá da sala enquanto ela está na cozinha fazendo sabe-se lá o que.

"Confirmaram, mas só devem chegar daqui umas duas horas então dá pra ocê descansar um pouco. Ou cê prefere que eu cancele? Eu posso inventar alguma desculpa." Ela me fala e eu ouço sua voz chegando mais perto enquanto eu continuo sentada de olhos fechados e morrendo de preguiça de levantar para tomar banho.

"Cá, me dá colo? Tô precisando de um cafuné..." Eu falo e eu não precisava dizer mais nada, Carol sentou do meu lado e me puxou pela mão e fez com que eu deitasse com minha cabeça apoiada nas suas pernas. Ela não tardou a começar um carinho em meus cabelos, e com o passar do tempo eu pude sentir que ia relaxando cada vez mais.

"Eu estava com saudades de ficar assim contigo vintage." Eu falo meio embolado pois o sono tava me pegando.

"Eu também Maria. Dorme que eu te acordo para ocê tomar seu banho antes das malucas chegarem." E ela não precisou falar duas vezes, pois eu logo peguei no sono.


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Carol me acordou quando faltavam uns vinte minutos para o horário que as meninas disseram que vinham e disse para eu ir tomar um banho que ela já tinha pedido comida. Eu apenas concordei sem nem questionar pois eu ainda estava bem sonolenta. Quando eu finalmente terminei de me arrumar eu já tinha ouvido o interfone tocar e temia que elas já tinham chegado sem que eu pudesse conversar com Carol antes. Mas ao adentrar a sala eu percebo que era a comida que ela tinha pedido que já havia chegado. Eu vou até ela, que está tirando copos do armário, e passo meus braços ao redor do seu corpo enquanto ela continua com seu trabalho. Eu fico ali um pouco curtindo ter ela em meus braços.

Apparently, it was meant to be?!Onde histórias criam vida. Descubra agora