trinta e dois

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Paris, França


Carol POV


Eu estava no lobby do hotel onde Dona Adelir e a seleção estavam hospedadas esperando pela mãe de Rosa descer quando vejo Zé Roberto entrando no hotel junto com Paulo Coco. Eles me veem assim que passam pela porta e andam em minha direção. Paulinho é o primeiro a me dar um abraço quando eles chegam até mim seguido pelo Zé.

"Oi Carol, tudo bem?" Paulinho me pergunta.

"Oi Paulinho, tudo ótimo sim. Só trabalhando bastante cobrindo as olimpíadas."

"Ah é verdade! E como está sendo essa experiência? Vai ser algo que vamos ver mais futuramente?" Paulinho continua a perguntar enquanto Zé apenas ouve nossa conversa.

"Não sei não Paulinho, é um trabalho quase solitário e estou acostumada a trabalhar com um time, e é cansativo de forma diferente, sabe? Mas é bom ter essas experiências pra eu poder decidir o que quero fazer depois da aposentadoria." Eu digo enquanto olho para os dois, mas também fico de olho no elevador para não perder o momento que Dona Adelir descer do elevador.

"E os nossos jogos cê tem conseguido acompanhar?" Zé me pergunta.

"Em partes Zé, sinceramente não tenho tido tempo pra ver eles por completo, mas o que eu tenho visto o time parece ta bem entrosado e eu tenho visto uma garra diferente. Elas querem o ouro." Eu falo e vejo ele analisar minha resposta.

"Que bom que cê consegue ver isso. Espero que todos consigam apreciar o quanto elas querem e tem se esforçado pra isso. Mas cê sabe que elas estão concentradas né? Nada de sair..." Ele dá seu recado e eu sinto meu rosto queimar um pouco. Parecia até que meu pai estava me dando uma lição de moral, mas graças aos céus Dona Adelir escolheu esse momento para aparecer do nosso lado.

"Oi minha filha desculpa a demora. O elevador foi parando em vários andares. Oi Paulo, oi Zé. Cês já comeram? Querem ir conosco?" Dona Adelir pergunta e eu vejo um olhar de entendimento cair sobre Zé Roberto.

"Boa noite Adelir, acabamos de jantar e encontramos com a Gattaz aqui. Aproveitem seu jantar. Boa noite Carol, e se você tiver tempo vai ver um jogo nosso." Zé fala e já se despede ao mesmo tempo.

"Obrigada Zé, eu vou convencer a Carol a ir pro próximo jogo, não se preocupa." Dona Adelir fala enquanto já enlaça nossos braços.

"Boa noite pra vocês." Paulinho fala enquanto nos afastamos, eles indo em direção ao elevador e eu e Dona Adelir indo em direção a porta do hotel.

"Oi Dona Adelir, nem consegui te comprimentar direito. Desculpa." Eu falo enquanto abraço a mãe de Rosa de lado.

"Boa noite Carol, fiquei muito feliz que vamos dar uma voltinha. Eu já não aguentava mais os outros familiares das meninas." Ela diz rindo um pouco no final. "Não me leve a mal, mas eles só falam de volêi, e quando não estão falando de vôlei eles querem ficar indo assistir outros esportes!" Ela diz, e eu começo a entender que ela realmente já estava de saco cheio das olimpíadas.

Eu apenas aperto um pouco mais o meu braço sobre seus ombros em forma de consolo e digo.

"Eu imagino Dona Adelir. Cê não se incomoda em ir andando né? Tá uma noite bonita." Eu pergunto e vejo ela concordar com a cabeça. "Perfeito! Mas me conta então, quais pontos turísticos cê já visitou?" Eu perguntei na esperança de trazer de volta um pouco do brilho que era estar ali em Paris.

"Ah minha filha, eu só vi a Torre Eiffel porque também não tem como não ver né? Mas ainda não vi mais nada. Como eu disse, todo mundo só quer ir ver jogos e eu estou sozinha...E eu sei que estamos em uma olimpíada, e isso só acontece uma vez a cada quatro anos. Mas é minha primeira vez em Paris e eu queria poder conhecer um pouco da cidade, mas Rosamaria não tem tempo e o Roque não viaja de avião e Paulinha ficou com minha neta." Ela dizia enquanto andávamos pelas ruas de Paris e logo chegamos no restaurante que não era longe do hotel que ela estava hospedada.

Apparently, it was meant to be?!Onde histórias criam vida. Descubra agora