🖤 XVII 🖤

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GABRIEL

O interior da boca de Bel era quente, tão quente quanto seu temperamento e tinha o gosto inconfundível de vinho. Aquela era a sensação de beijar um alcoolatra com sérios problemas de raiva, e que despertava muito desejo em mim. Minha língua queria avançar mais, explorar mais. Mas não conseguiu, porque tão repentino como foi o iniciar do beijo foi seu término. Apenas percebi o que tinha feito quando olhei para Belial, com os olhos cheios de surpresa e paixão. Senti meu rosto corar, não estava arrependido. Acabava de reconhecer aquilo que queria, mas não tinha parado para pensar que acabava de dar cartão verde para que Belial me dominasse e fizesse comigo o que quisesse.

Naquele momento, foi quando veio o medo, que apenas piorou quando ele me agarrou pelo braço e me puxou em silêncio me arrastando pelo corredor.

- Belial... BELIAL!!! DESCULPA, DESCULPAAAAA! FOI SEM QUERER!! - Estava literalmente implorando, tentando não me deixar ser arrastado pelo corredor. Não adiantaria, sabia muito bem quem era o mais forte de nós dois. Ele me olhou de lado.

- Colocou sua língua dentro da minha boca sem querer? - Perguntou, com uma sobrancelha levemente erguida.

-.....

- Foi o que pensei. - Respondeu simplesmente, eu tinha acabado de cavar minha sepultura. Meus olhos encontraram os seus, e contei três segundos sentindo uma faísca entre nós antes que ele me pegasse e me colocasse em seu ombro.

- BELIAL! ME PÕE NO CHÃO! - Berrava, sem ter qualquer noção do escândalo que estava fazendo. Poderia pensar que Aba ou Sat seriam minha salvação do meu destino cruel, mas me conhecia o suficiente para saber que ninguém me tiraria das garras de Belial. - O QUE VOCÊ QUER DE MIM?! DESCULPA!!! NÃO FAÇO DE NOVO, EU JUROOO!

- O que eu quero de você? - Imdagou, seu tom de voz continha sátira. Com o outro braço ele abriu a porta e num instante tudo ficou óbvio. Estávamos no quarto de Belial.... No quarto de Belial... Com o Belial... No quarto dele.... Me lançou em sua cama, e eu caí como um corpo oco e uma mente em total desespero. Meus olhos se arregalaram, Belial me olhava com malícia enquanto tirava sua camisa.

-.... B-B-B....

- Shhh... - Ele engatinhava pelo espaço que restava entre nós, até pousar seu dedo indicador no meio de meus lábios. - Fique quieto.

- E-eu prometo...- As palavras escorregavam, estava gaguejando. Merda... - Eu prometo que nunca mais vou... Te beijar. Me deixa ir embora, por favor.

- E porque eu iria querer isso? - Questionou, descendo o dedo por meu pescoço até chegar ao meu peito e me empurrar para trás. - Você tem noção do que fez, Gabriel?

-.... Pus a língua na sua boca?

- Me deixou... Extremamente faminto por ter essa sua língua outra vez. - Revelou, e senti como se meu coração parasse no meio da garganta. Estava congelado no lugar, ainda que sentisse muito, muito calor. A mão pesada de Belial foi parar na minha cintura, seus dedos deslizaram por debaixo de minha camisa tocando diretamente minha pele.

Minhas mãos se fecharam em punho, apertando os lençóis, precisava me segurar em algo. Sentia que a qualquer momento não conseguiria me aguentar. O rosto de Belial estava em meu pescoço, ele me dava cheiros e me mordiscava; sua mão tinha se pousado em minha barriga e a outra estava acariciando meu braço. Seus lábios tocaram a extremidade de meu ouvido. - Você pôs a língua dentro da minha boca, agora eu vou me por dentro de você.

- Não... Belial, não... - Estava completamente em pânico, sentia as lágrimas descerem de meus olhos. Era como da última vez em que ele estivera encima de mim, mas tinha um detalhe importante que mudava tudo. Eu tinha iniciado aquilo, e no fundo sabia que queria mais de Belial. Ainda assim, o medo da primeira vez tomou conta de mim e me fez soluçar. - Bel... Tenho medo.

Ele parou, seus olhos analisaram meu rosto e de sua boca escapou um suspiro.

- Raios! Gabriel... - Se queixou, pisquei duas vezes. - Você tem uma péssima personalidade, não tem como voltar atrás agora.

- Mas...

- Quieto, pensasse nisso antes de me beijar, seu descontrolado. - Exclamou, franzi as sobrancelhas.

- Eu não sou um descontrola...! - Não tive chance de me defender, seus lábios caíram sobre os meus. O instinto e o desejo me levaram a explorar sua boca outra vez e ele fez o mesmo, com toda a ânsia e fúria características de Belial.

Num movimento repentino ele abaixou minhas calças, tentei reagir, mas tudo o que saiu foi um grunhido que ecoou dentro de sua boca. Seus lábios se separaram dos meus apenas o tempo suficiente para que ele molhasse seus dedos e voltasse a desce-los, senti que seus dedos úmidos tocavam minha entrada, dei um grito que foi novamente engolido por seu beijo.

- Que escandaloso... - Sorriu, meu coração estava aos saltos dentro de meu peito e de repente congelou no lugar, Bel entrelaçou suas mãos as minhas. - Eu vou entrar.

- QUE?! BEL.. - E minha voz se perdeu a maio de seu nome, quando o senti. Meus olhos se espremeram e mordi os lábios para evitar que me escapasse algum gemido doloroso, ao invés disso, escaparam choramingos. - Isso dói.... Dói...

- Vai doer mais se você não relaxar. - Me deu um beijo na testa, e voltou sua atenção ao meu pescoço. - Relaxa....

- Já foi... Tudo? - A pergunta saiu fraca, e sua risada aveludada me lançou arrepios. Estava apertando suas mãos com toda minha força.

- Ainda não. É melhor se comportar.

- Me comportar?! O que quer dizer com isso?! - Exclamei, revoltado. Ele falava comigo como se eu fosse uma criança. Riu mais uma vez e levou seus olhos até os meus, engoli em seco.

- Se continuar me seduzindo assim, nunca mais conseguirei dormir com mais alguém que não seja você. - Sussurrou e depositou um selinho no meio de meu queixo, passei meus braços por debaixo dos seus e me agarrei as suas costas. - É... Definitivamente eu não quero mais ninguém.

- Hã?

- Gabriel, você é meu.

Em Direção Às Trevas [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora