15 - Para o píer de Santa Monica

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Me sentei na arquibancada mais escondida, e fiquei ali lendo mais um dos meus livros favoritos, sequei uma lágrima silenciosa que escorreu pelo meu rosto, e por fim escutei alguns passos na minha direção.

— Haelyn, está tudo bem? — Era Dylan vindo em minha direção com um café do Starbucks.

— Sim, está. — Fechei o livro marcando a página em que eu estava com uma caneta.

— Ah, bom queria saber se quer sair comigo amanhã? Percebi você meio estranha ultimamente quem sabe te anima um pouco?

— Obrigada Dylan, mas estou bem.

— Vai ser bom Haelyn, podemos falar do projeto e...

— Me desculpe Dylan mas já falei que não, não quero sair com você, mas agradeço o convite.

— Qual é o problema? Duvido que tenha tido algum compromisso nos últimos dias a não ser que...

— A não ser que o que Dylan? Quer me falar algo que eu não esteja sabendo? — Ele direcionou seu olhar para Britanny que estava ensaiando com as líderes de torcida.

Se fosse o que eu estava pensando agora sabia muito bem de quem tinha surgido as acusações, e Dylan sabia, por que não me contou? Não, não era hora de discutir esse problema, não agora, e esses pensamentos não passavam de acusações sem base.

— Haelyn? Eu não... tem certeza que está bem? — Ele ameaçou se sentar do meu lado, mas eu me afastei, se ele ficasse ali por mais um tempo e me perguntasse novamente se eu estava bem eu ia chorar tudo o que eu não chorei nas últimas semanas.  Ele ficou em pé em silencio, mas depois disse:

— Até depois? — Eu apenas acenei com a cabeça e voltei ao meu livro, eu tinha mesmo discutido com ele?

Ultimamente tinha evitado e estranhado muito Dylan, será que Britanny tinha feito as acusações sobre mim e ele sabia? E tinha decidido não falar? De qualquer forma só tinha hoje para arrumar um emprego e pagar por esse mês de estadia aqui, seria em vão desperdiçar o tempo com isso.

E de repente outras lágrimas escorregaram pelo meu rosto, e me senti como no ensino médio chorando por algo que não deu certo.

— Não devia estar na aula? — Parei novamente na mesma página desde a presença de Dylan.

— Digo o mesmo Matthew. — Eu o encarei e ele se sentou ao meu lado.

— Foi o Dylan? O que ele fez?

— Nada, ele não fez nada.

— Então por que... — Ele apoia seus braços no joelho e descansa sua cabeça em sua mão.

— Podemos não falar disso? Por favor. — Eu guardo o livro na mochila e relaxo na arquibancada.

— Sabe já pensou em parar com isso? Ficar me olhando assim, só vai estar se iludindo linda. — Eu lhe dei um soquinho no ombro e ele reclamou.

— Olha tem que parar de ser egocêntrico assim. — Ele ergueu uma de suas sobrancelhas.

— Tem que parar de ser louca por mim. — Nesse momento nenhum de nós dois aguentamos e então começamos a rir.

Ele se levantou e tirou uma das mãos da jaqueta do time a estendendo para mim ao mesmo tempo dizendo:

— Tem um jeito melhor de matar aula. — Eu aceitei sua mão e me levantei, depois disso seguimos descendo as escadas, até chegarmos no estacionamento onde seguimos para o carro de Matthew, seria estranho caso nos nunca tivéssemos conversado antes, mas já considerava Adler como... um colega.

— Uma tentativa de sequestro? — Ele abriu a porta para mim e eu entrei no banco da frente do carro cinza e espaçoso. Ele sorriu e passou para o outro lado.

— Não sou igual você. — Ele deu uma daquelas suas piscadelas engraçadas, ligou o carro e quando percebi já tínhamos saído da faculdade.

Pelo visto Gwen estava junto das meninas e mostrou a mensagem, eu não tinha me dado muita atenção para minhas amigas nas últimas semanas por conta das acusações, resolvi não contar a ninguém, ninguém mesmo

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Pelo visto Gwen estava junto das meninas e mostrou a mensagem, eu não tinha me dado muita atenção para minhas amigas nas últimas semanas por conta das acusações, resolvi não contar a ninguém, ninguém mesmo.

— Mandando localização? Entre nós dois é mais provável você acabar me sequestrando, e o carro é meu. — Eu deixei escapar um risinho e foi nesse momento que tivemos que Adler fez um contorno e de repente ele estava girando o volante com uma mão, e isso era estranhamente charmoso, o braço dele era forte...

Eu parei de olhar quando percebi que o mesmo estava me encarando.

— Para onde estamos indo? — Eu perguntei virando meu rosto para apreciar a vista distante do mar.

— Para o píer de Santa Monica. — Algo dentro de mim ficou ansiosa e agitada, era o lugar que eu tinha ouvido as pessoas falarem, mas com a correria da faculdade mal tive tempo de conhecer a cidade.

O píer de Santa Monica era... bom um píer que dava para o mar e bem ao lado tem um parque de diversões, teria como ser melhor?

— Já foi lá antes? — Ele me perguntou.

— Não, ainda não tive tempo. — Talvez nem se quer teria, deveria estar procurando um emprego, mas quem consegue um, com menos de 22 horas até meu voo de volta?

Percebi que o carro parou e olhei para Matthew, ele me olhava de uma forma curiosa e então desviava seu olhar para algo brilhante atrás de mim, olhei para trás pela janela do carro e vi o enorme píer de Santa Monica bem na minha frente, observei a roda gigante e as outras atrações do parque, tudo parecia mágico.

Adler abriu a porta do carro para mim e eu o segui até a entrada do parque, nos afastamos do estacionamento e quando percebi já tínhamos entrado.

Se do lado de fora era mágico, dentro era mais ainda, tinha diversas pessoas entre elas algumas crianças correndo, reparei em Adler rindo de algumas delas e sorri também.

— Já esteve aqui antes? — Eu o sigo até a fila onde as pessoas estavam colocando dinheiro nos cartões para poderem ir nos brinquedos.

— Algumas vezes com os meus avós, vínhamos aqui para distrair a mente e divertir um pouco. — Ele carregou o cartão e eu o segui apenas.

— Está precisando distrair a mente? — Ele me encarou por conta da minha pergunta e balançou a cabeça.

— Não, mas você parecia precisar — Ele me mostrou o cartão e em seguida disse exibindo seu sorriso:

— Então, por onde começamos?

Continua...

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