18 - Adler!

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Ele me olhou confuso e então me perguntou:

— Por que?

— Recebi a notícia que fizeram acusações sobre mim para a direção da faculdade, e com isso por mais que eu tenha ganhado a bolsa, barraram o dinheiro mensal que eu recebia para viver aqui. — Respirei fundo e olhei a cidade de Santa Mônica ao meu redor no alto. — Ou eu arranjo um emprego e me mantenho aqui pagando o dormitório e o resto até conseguir provar que as acusações são falsas, ou minha única opção é ir embora.

— Eu tentei conseguir um emprego, mas parece que ninguém está disposto a contratar uma estrangeira. — Olhei novamente ao redor e o vento frio soprou meu rosto.

— Por que não disse antes? — Ele olhou por cima do ombro e depois seu olhar encontrou o meu.

— O que?

— Meu último gestor das minhas redes sociais e da minha imagem, bom eu não estava gostando de como as coisas iam, então como o contrato já estava no fim, decidi não o renovar, preciso de alguém para gerenciar essa parte.

— Adler relaxa, não precisa me dar um emprego por pena. — Ele pareceu ofendido e inclinou o corpo mais para a frente.

— Pena? Haelyn você viu a sua última campanha que fez para o time? Ficou incrível, o último motivo, impossível, é estar te contratando por pena. — Eu encarei seus olhos e respirei fundo, ele parecia verdadeiro e sincero em cada palavra, e apesar de me irritar uma das coisas que eu via nele era sua sinceridade e isso importava muito para mim.

— Está falando sério? — Eu queria pular de alegria.

— Acho melhor contratar a Britanny então... — Eu ergui as sobrancelhas e ele deu seu sorriso travesso em minha direção.

— Sério a Britanny? Aliás ela faz o que de curso?

— Acho que contabilidade. — Ele diz e então começamos a rir.

— Então vou ter que te chamar de chefe também?  — Descemos da cabine da roda gigante e fomos em direção ao carrinho de sorvetes.

— Ah eu vou gostar disso.

— Ridículo. — Eu revirei os olhos, logo estávamos pedindo duas casquinhas.

— Qual sabor você quer? — Ele me perguntou e a resposta já estava na ponta da língua, chocolate ontem, chocolate hoje, chocolate amanhã.

— Chocolate. 

— Sério, tem 6 anos? — Ele ergueu as sobrancelhas.

— Vai querer qual? — Eu o perguntei.

— Baunilha. — Ele disse se achando.

— É um idoso por acaso?  Quem pede sorvete de baunilha Adler, baunilha nem tem gosto!

— Pelo menos eu não sou chocólatra, e não fale mal do meu sorvete de baunilha.

— Pelo menos o meu sorvete tem gosto. — Pego a minha casquinha e Adler pega a dele.

— Ah é?  — Ele esbarra em mim propositalmente enquanto andamos.

— Sim, acho que nem um idoso gosta de baunilha. — Ele revirou os olhos e esbarrou em mim novamente.

— Adler! — Eu resmunguei quando percebi que por conta de sua esbarrada havia um terço do sorvete no meu nariz.

— Eu agora dei liberdade? Esqueceu é chefe. — Ele andou de forma prepotente na frente e então eu esbarrei nele propositalmente, acho que se ele estivesse esperando não teria se movido nem metade do que se moveu, e muito menos teria me olhado surpreso com o nariz sujo de sorvete.

— Ei, não! Ficamos quites já. — Falei quando ele ameaçou esbarrar de novo.

Andamos um tempo até terminarmos os sorvetes e quando acabamos fomos até o carro, ele abriu a porta para mim e eu entrei, no caminho ele colocou uma playlist aleatória do Spotify que ocasionou nós dois cantando shake off da Taylor Swift.

— Como sabe as músicas da Taylor?

— Minha irmã gosta dela. — Ele disse.

— Você tem uma irmã? Quantos anos ela tem?

— Tenho ela e mais dois irmãos, ela tem 10 e se chama Helena, tem o Michael de 11 e o Jimmy de 12. Você tem irmãos?

— Um mais velho Nathaniel. — Quando percebi estávamos na última virada para a entrada da faculdade, Adler foi desacelerado e então parou o carro o desligando.

— Me passa seu contato, vou te mandar os documentos. — Eu passei e então disse:

— Obrigada Adler, pelo emprego e pelo dia, foi muito legal.

— Pensei que ia agradecer pelo meu charme. — Eu revirei o olhar e ri.

— Haelyn — Eu o encarei. — Vamos descobrir quem está por trás das acusações. — Eu assenti e saí do carro fechando a porta.

Senti o olhar de Adler atrás de mim, mas não tive coragem de olhar até já estar quase entrando, olhei para trás e dei um tchauzinho com a mão, só depois que entrei escutei o motor ligar.

Subi as escadas até o meu dormitório, o lugar estava silencioso e parei um momento para olhar as horas, era quase meia noite, eu fiquei chocada.

Entrei no meu dormitório e vi Gwen assistindo televisão.

— Me conta tudo! — Ela praticamente pulou do sofá e veio na minha direção quando me escutou chegar.

Eu contei tudo, inclusive sobre o emprego e as acusações e o que tinha rolado na noite. Apesar da empolgação eu estava cansada e queria me jogar na cama e dormir.

Entrei em um banho rápido e coloquei um pijama confortável, me joguei na cama me enrolando nas cobertas, estava muito frio.

Peguei o celular e vi uma notificação.

 Fui preencher os documentos e assinar o contrato, conversei com outro gerenciador do a negócios dele e o que exatamente eu deveria fazer, gerenciar as contas das demais redes sociais, gravar propagandas de marcas que se juntam a ele

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Fui preencher os documentos e assinar o contrato, conversei com outro gerenciador do a negócios dele e o que exatamente eu deveria fazer, gerenciar as contas das demais redes sociais, gravar propagandas de marcas que se juntam a ele... discutimos o valor do serviço e logo em seguida recebi a quantia muito além do que precisava, fiquei surpresa e então de imediato entrei em contato com a faculdade, enviei o dinheiro do dormitório e suspirei.

Eu estava muito empolgada, queria gritar que eu tinha conseguido. Me lembrei do que havia orado para o senhor mais cedo e me emocionei, o tempo de Deus é perfeito, me ajoelhei e agradeci.

Estava tão animada que entrei na agenda que tinham me passado do primeiro mês, de todas as propagandas que deveriam ser gravadas e postadas em redes sociais.

Desliguei o celular, apesar de animada, eu estava com sono. Me enrolei nas cobertas e fechei os olhos feliz.

Continua...

Jogada perfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora