17 - Vou embora amanhã

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Nós corremos até a fila da montanha russa porque tinham acabado de anunciar que a atração estava aberta, bom não estávamos querendo pegar fila.

Chegamos em terceiro lugar na fila, e logo chegou nossa vez.

— Está com medo Adler? — Eu brinco com sua cara e ele revira os olhos enquanto se senta na poltrona do carrinho.

Eu me sentei ao lado dele e então colocamos o sinto, quando eu olhei para ele ele estava ansioso, bom parecia.

— O que foi? — Eu perguntei. Ele segurou o suporte e quando o brinquedo começou a andar ele disse:

— É muito pior do que parece. — E  no mesmo instante o brinquedo parecia voar, o vento batia contra meu rosto e meu pior erro foi ter olhado para baixo, eu morria de medo de altura e esse era um dos motivos de eu não colocar os pés em um elevador, eu urgentemente precisava superar isso, mas era estranho.

Não consegui manter meus pensamentos por que o brinquedo acelerou ainda mais, quando parecia parar dava a volta novamente e a cada vez acelerava, eu segurei firme e olhei para Matthew ao meu lado que estava rindo da minha cara o tempo todo, eu o cutuquei com o cotovelo e ele sorriu mais.

— Espera só o final! — Ele gritou por conta do vento, foi então que eu percebi que a montanha russa estava virando de cabeça para baixo, eu não tive outra reação a não ser gritar e Adler também.

Quando o brinquedo parou eu tinha a completa certeza de que estava descabelada e tremendo por conta da adrenalina, olhei para Matthew e o mesmo nem parecia estar bagunçado, seu cabelo até revirado ficava de alguma forma "arrumado".

— Então qual vai ser o próximo? — Ele perguntou com um sorriso de canto enquanto saíamos em direção a outro brinquedo, minha cabeça girava um pouco.

— Carrinho bate bate? — Eu ri de mim mesma e ele apenas assentiu com a cabeça.

Tínhamos ido em todos os brinquedos praticamente, faltava somente a roda gigante, mas antes de irmos resolvemos parar para comer, todos os brinquedos foi Adler que estava pagando, por que não pagar um hambúrguer para nós? Eu estava desempregada, mas ainda tinha dinheiro para um hambúrguer.

— Quer mesmo pagar? — Assenti. — Pagou tudo até agora, e é só um hambúrguer.

Ele deu ombros e começou a andar em direção ao lugar que estavam vendendo as comidas.

— Haelyn pode procurar uma mesa? Eu fico na fila. — E ele foi sumindo no meio das pessoas, eu nem ao menos consegui lhe entregar o dinheiro do lanche, eu ri, ele era um ridículo! Foi a mesma história do leite condensado e eu tinha caído pela segunda vez.

Eu também ri por que iria economizar, e também ri por que ele foi... foi legal da parte dele, ok eu jamais falaria isso para ele diretamente, nunca mesmo!

Me sentei e a vista da nossa mesa era para o mar, eu o encarei profundamente, deveria ir lá e conhecer enquanto podia, enquanto ainda estava na Califórnia, o sol estava se pondo e o choque das cores estava absurdamente encantador.

Acho o pôr do sol um momento mágico e onde as coisas se realizam, então resolvi orar.

Orei para que as coisas se encaixassem e que de alguma forma fosse a vontade do senhor eu arrumasse um emprego ou as acusações fossem retiradas, orei para que de alguma forma tudo desse certo. Reparei em Adler vindo em minha direção com seu sorriso travesso carregando duas bandejas com os hambúrgueres, as batatas fritas e o refrigerante.

— Ridículo — Ele ergueu uma das sobrancelhas e se sentou. — Mas obrigada.

— Não tem de que, linda. — Sorriu me dando uma piscadela.

— Tem veneno para conseguir me sequestrar? — Ele me encarou chocado e então perguntou:

— Como descobriu? — E devorou mais uma batata.

— Vice é igual os vilões dos livros, sério previsível de mais.

— Ah claro, previsível que eu te sequestraria. — Apontou com a batata para mim, e sinceramente achei uma ofensa.

— Por que não? Até eu me sequestraria. — Ele riu e disse: — Pode parar! Só eu posso ser o egocêntrico.

Eu revirei os olhos e mordi mais um pedaço do hambúrguer, o que eles usavam nisso? Era delicioso, o melhor que já comi em toda minha vida.

— Acho que vou vir aqui só para comer esses hambúrgueres. — Sorri de canto, mas meu sorriso murchou, eu provavelmente não viria mais, não pra estudar, não...

— O que foi? Desculpa, não quer falar sobre. — Eu o encarei.

— Ah, não vai adiantar guardar mesmo... — Eu suspirei, e ele me encarou concentrado.

— Fizeram... — Dois caras altos chegam perto da nossa mesa com uma bola de futebol americano e com uma jaqueta parecida com as que o time de Adler usava.

— Matthew, ei cara, se importa em autografar? — Os dois sorriam para o mesmo, eu apenas acabei o lanche enquanto via a cena. Adler sorriu apenas com as bochechas, um sorriso simples, se é que chegava a ser um sorriso.

— Claro. — Ele autografou e os garotos agradeceram.

— Milhares de pessoas te conhecem e tudo que você precisa fazer é seguir uma bola como um cachorrinho. — Eu digo implicando e me levanto com minha bandeja em direção ao lugar de deixá-las. Ele não parece nem um pouco indignado com minha fala e coloca as bandejas junto das minhas.

— Vai se dar bem também, gravando coisas por aí.

— Vou mesmo, vai escutar meus nomes em todo lugar Adler como a melhor produtora do bom das produtoras. — Ele riu indignado.

— Acho que vou mesmo.

Esperamos uns minutos na fila da roda gigante e em seguida já estávamos entrando em uma das cabines, a nossa era um rosa vivo, assim que a porta da cabine fechou e começamos a subir as luzes da atração parecia ficar mais forte quando o sol sumia no céu.

— Se quiser matar mais aulas assim, pode me chamar. — Ele disse e eu suspirei.

— Não posso, não vou poder mais matar aulas na faculdade — Ele me olhou não entendendo nada.

— Por que?

— Por que vou embora amanhã da faculdade.

Continua...

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