20 - Estava louca para ver ele?

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Ele definitivamente não tinha uma postagem ativa, duvido muito que se quer se importava de entrar.

Escolhi algumas fotos que havia tirado de Adler usando os produtos dos patrocinadores e postei nos storys, marquei a marca em algumas postagens, depois postei as melhores no feed, uma em específico era de Adler treinando superiores.

Fui abrir as mensagens que ele recebia e a maioria eram de mulheres, o resto eram homens, marcas, conhecidos famosos...

Algumas eram bem pontuais sobre a beleza de Adler e sobre bom vou poupar de detalhes, por fim decidi responder só os que achei necessários.

Entrei nas notificações e milhares de comentários na última postagem já tinham surgido, respondi a maioria que consegui e por fim fechei o aplicativo, fechei o notebook e o guardei em minha bolsa.

Abri o celular assim que escutei ele tocar, estranhei de início, os únicos que tinham costume de me ligar era minha família, mas o nome que estava escrito no contato salvo era Dylan.

Ele estava tentando com esforço demais me chamar para sair, marcar qualquer coisa, mas eu sempre dizia não.... Será que eu deveria aceitar? Coloquei no viva voz aproveitando para terminar de juntar meus equipamentos de luz que peguei emprestado com o antigo produtor de Adler.

— Alô?

— Oi Haelyn, estou te ligando por que acho que não viu nenhuma das mensagens que te mandei, está muito ocupada?

— Oi Dylan, não muito por que?

— Se arruma, estou indo aí no seu dormitório.

— O que? Não estou...

— Estou indo. — Sua voz era abafada e ele parecia esperar por algo, uma resposta, não sei, estava nervosa, não queria vê-lo, nesse momento escutei alguns passo e uma voz grossa e familiar masculina veio a soar atrás de mim.

— Foi mal aí Dylan, hoje ela não vai estar podendo. — Ele desligou a chamada.

— Qual o seu problema? — Corri para pegar meu celular de sua mão, mas ele a ergueu para o alto ficando impossível de conseguir pegar, mesmo dando alguns pulinhos.

— O que? — Ele ergueu as sobrancelhas. — Vai me dizer que estava louca para ver ele?

— Eu... — Parei um momento e o observei em minha frente, ele estava com uma calça preta, uma camisa cinza que parecia justa demais para ele, seus cabelos estavam úmidos e algumas gostas escorriam pela testa.

— Não é da sua conta Matthew, me devolve. — Ele me encarou perplexo.

— Ah, me desculpe então, foi errado da minha parte recusar o convite dele, pensei que não queria e arrumei uma desculpa, por que não ligamos para ele agora então e esclarecemos tudo? — Ele abaixou o celular e começou a discar alguns números, eu imediatamente puxei meu celular de sua mão, resmunguei bufando.

— TÁ! — Eu realmente não queria encontrar Dylan, apesar da mega insistência dele.

— Por que não quer encontrar com ele? Ele fez alguma coisa? — Guardei o celular na mochila e me sentei no sofá encostado na janela.

— Não, ele não fez nada, eu só tenho medo de dar alguma chance.

— Tem medo de acontecer algo?

— Sim, é estranho, ler livros, ver filmes de romance é completamente diferente de viver um.

— Principalmente com ele. — Revirei os olhos quando ele disse, ele apenas riu de canto e se sentou ao meu lado.

— Por que? Sei que não gosta do assunto..

— Tem certeza, de que quer saber? — Ele passou a mão entre os fios rebeldes e se levantou do sofá após minha resposta:

— Sim. — Ele estendeu a mão para me ajudar e eu lhe mostrei a língua, levantei sem sua ajuda.

— Está ficando tarde, mais de algumas horas no caminho para a faculdade , é melhor irmos, te conto no caminho.

Caminhamos até o carro e senti um vento congelante, completamente diferente do frio de Minas Gerais, era frio mesmo e eu estava com calça e blusa fina, nada de blusa de frio.

Adler abriu a porta do carro e entramos, antes dele jogar a bolsa nos bancos de trás ele tirou de lá sua jaqueta de time, típica de filmes, a própria que ele usava na faculdade.

— Toma. — Ele estendeu e ofereceu para mim.

— Não precisa.

— Prefere congelar? Aqui é muito mais frio do que no Brasil, você não está acostumada e...

— Você está sem blusa, relaxa. — Ele me encarou com a cara de "você tá falando sério?" .

— Eu não sinto frio fácil, já me acostumei com esse clima fresco, mas se prefere congelar... — Eu peguei sua jaqueta e a vesti, o pano por dentro era estranhamente confortável e quente e macio.

— Obrigada. — Ajeitei a bolsa e peguei meu celular estava quase na hora da ligação semanal com meus pais e meu irmão, amava esse dia, avisei que teríamos de esperar por que ainda não estava em casa.

Desliguei o celular e o deixei no meu colo.

— Então? — Perguntei. — Quero saber a história. — Terminei minha fala.

— Tá bom. — Ele pareceu lugar o aquecedor do carro e começou a falar:

— Eu e Dylan éramos vizinhos, com o tempo viramos melhores amigos e ele morava na minha casa, para minha mãe ele era praticamente um filho adotado. — Ele respirou fundo e prosseguiu.

— Com o tempo eu entrei para o time de futebol e ele não, éramos loucos com isso desde criança então ele ficou péssimo, eu o perguntei se ele se importava de eu jogar e falei que poderia o esperar e no ano seguinte tentaríamos juntos de novo.

Assenti para que ele continuasse.

— Ele disse que estava feliz por mim e não tinha motivos para eu fazer isso.

— Então no meu primeiro jogo ele foi na minha casa esperando uma carona, eu o vi mexer no meu tênis horas antes mas não me importei, no jogo percebi algo machucando e fraturei o joelho.

— Tinha uma peça estranha no meu tênis tipo uma pedra e por fora estava escorregadio, eu estava com a bola na mão correndo pelo campo e então eu caí, o osso do meu joelho fraturou sério e eu fiquei fora do campo por meses.

Ele pareceu apertar mais o volante e eu respirei aflita.

Continua...

Jogada perfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora